18 de dezembro de 2012

E as marcas? Ninguém se habilita?



Um campeão, um ídolo, um cara que chama a atenção do público e da mídia por onde passa, está sem patrocínio. O catarinense Neco Padaratz é um dos maiores nomes do surf brasileiro.  Seus títulos falam por si: BI-CAMPEÃO MUNDIAL peloWQS, 10 VITÓRIAS em eventos WQS e 02 VITÓRIAS em eventos WCT. Polêmico, determinado, experiente e focado, Neco é praticamente um dos grandes guerreiros do surf nacional. Levou rasteira em um momento de jogo sujo por parte de integrantes da ASP e deu a volta por cima em grande estilo. E apesar das caras feias e do excesso de determinação, Neco é um homem com o coração de uma criança e amizades longas e verdadeiras no tour e na vida. Pois é, mesmo com todos esses ingredientes, todos de altíssimo valor para qualquer esquipe de marketing, está sem patrocínio. Um atleta muito bom no que faz, dedicado, focado, vencedor, pai de família, e sem patrocínio.

Essa semana Neco desabafou em sua página do facebook:

"Galera, ta quase terminando o ano, me ajudem a mobilizar a indústria do surf do nosso país, CONTINUO SEM PATROCÍNIOOOOO!!! Fui bi-campeão mundial, tenho 10 vitórias em eventos WQS, 2 vitórias em eventos do WCT, não é possível que eu não tenha um lugar ao sol nessa indústria..."

As vezes é difícil entender esse mercado do surf aqui no Brasil. Grandes ídolos tem sido simplesmente chutados de seus patrocínios depois de conquistarem grandes vitórias e muito respeito em todos os circuitos por onde passaram. Simplesmente porque uma nova safra de moleques mais talentosos chegou trazendo frescor para o mercado? Faltam verbas? Duvido. Neco não seria um bom atleta? Ele é!  Neco não seria um bom produto de marketing? Duvido. O que anda faltando é vontade e fé no potencial e no carisma do Neco.

O tal "mercado" não deveria esquecer dos ídolos do nosso esporte. Suporte e emprego para quem deu o sangue e ajudou a desenvolver o esporte e o mercado como um todo é o mínimo que se pode fazer por quem já foi ídolo e já deu muito lucro enquanto campeão.



Essas imagens são de Neco Padaratz competindo em Imbituba, no Super Surf Internacional de 2011.

O mesmo se passou com o Raoni. Um dos surfistas mais cascudos do tour, o cara que botou pra dentro numa das ondas mais sinistras do ano, no maior dia do século em Fiji, também estava sem um patrocínio. O cara está na elite do mundo do surf, no ponto de maior visibilidade do planeta e não haviam marcas interessadas em dar um patrocínio pra ele? estranho, muito estranho. 

Sem entrar em nenhum mérito e nem tomar partido de lado algum, mas talvez esses atletas estejam sendo julgados pelo mercado mais pela "fama" do que pelo surf que ambos vem apresentando. Com tantos anos de mercado, com tanta cultura e tanta história já envolvida (e transformada em milhões e milhões de dólares), está mais do que na hora das marcas no Brasil começarem a dar um suporte aos grandes ídolos do esporte. Pro resto da vida, quando o Neco chegar na praia, terei o mesmo fascínio e o mesmo respeito que tenho quando vejo o Occy ou o Tom Curren num evento. Esses caras mereciam um patrocínio vitalício por tudo o que representam ou representaram na história do nosso esporte. Ver o Neco, o Raoni e o Pedra sem patrocínio, é uma coisa que eu não entendo. De verdade que eu não entendo.

Por: Dadá Souza

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