Aconteceu na linda praia de Garopaba o I RED BULL PADDLE CROSS, a primeira grande travessia oceânica do país. Um belíssimo evento. O dia quente e com céu azul já dava sinais que o evento estava abençoado. O visual da largada, em frente a Escola de Surf Vento Sul, com a limpa e bonita enseada e a ilha de fundo formam o cenário inicial do evento. O fraco vento leste com ondulação de sudeste deixou as condições bem favoráveis para a competição. O clima era de festa e de integração. Praia cheia, gente do Brasil e do mundo e um evento diferenciado e desafiador: 75 competidores e uma missão: realizar a travessia de 18 km, da baía de Garopaba até a Praia do Rosa, no menor tempo possível. E remar em mar aberto, encarando uma ondulação quase de frente, não é tarefa fácil. A ondulação de sudeste e o volume de água prensada nos costões deixam a superfície da água bem agitada, dificultando a remada dos atletas. Mas tudo isso foi vencido. Os remadores remaram muito forte e fizeram a maior travessia de StandUp do Brasil.
Vale a pena registrar que muito do mérito desse evento, vem da Art in Surf, uma das maiores incentivadoras do StandUp aqui no Brasil.
O catarinense Kauli Seadi, de 27 anos, foi o campeão do Red Bull Paddle Cross. Tricampeão mundial de windsurfe, Seadi conquistou neste sábado (20/02), seu primeiro título em remada de stand up – modalidade que consiste em realizar travessias a remo sobre grandes pranchas semelhantes à do surfe tradicional.
Kauli cruzou a linha de chegada em 1:59:50, seguido pelo americano Thomas Maximus (2:04:60). O francês Remy Lavie (2:07:37), completou o pódio. Durante os primeiros minutos da disputa o canoísta californiano Thomas Maximus, de 41 anos, liderou o primeiro pelotão de remadores. Antes de completar 1 hora de prova, já próximo à praia da Silveira, Kauli ultrapassou o americano e conseguiu sustentar a posição até o final.
O americano Thomas Maximus, com vasta experiência em travessias, parabenizou o brasileiro pela superioridade. “Estou acostumado a competições em águas mais calmas e o Kauli se adaptou melhor às condições das ondas e do vento. Estou muito feliz por ter participado”, afirmou Maximus. Entre os 75 participantes, representando oito estados brasileiros, 60 conseguiram cruzar a linha de chegada do Red Bull Paddle Cross.
O único ponto ruim é que os eventos da Red Bull tem aquele esquema: eles é que mandam em tudo. E essa superioridade quase arrogante da marca fez um evento com uma organização técnica bastante ruim. Tinha muito gerente, muita promotora bonita, mas técnicamente o evento foi cheio de falhas. A largada já foi desorganizada, quase descontrolada. Ao contrário das regras estipuladas no site da RedBull, as pranchas não foram medidas, e algumas das pranchas pareciam bem maiores do que os 13 pés permitidos. E o pior, somente dois dos 75 atletas fizeram os check points obrigatórios nas Praias da Silveira e da Ferrugem. E isso foi bastante frizado nos microfones pela diretoria da prova.
O problema é que ali as bóias foram mal colocadas e se soltaram, correrendo em direção a praia. E somente dois dos atletas foram até lá. Leandro Lima, morador da Ibiraquera e Paulinho Alves, de Santos. O resto da galera passou reto e nao fez os check points. E esse foi um fato que comprometeu o resultado da prova. O próprio Kauli, vencedor do evento, não fez o check point na Ferrugem. Injusto com os dois atletas que fizeram o trajeto obrigatório, e que por isso, acabaram chegando muito atrás do líderes. Agora imaginem vocês, remar toda essa distância para descobrir que você foi um dos únicos a fazer tudo certo, mas que o premio vai para outro atleta. Nada contra o Kauli. Nada mesmo. Acho que ele é um gigante do esporte brasileiro e sou fã declarado do kauli. Como pessoa e como atleta, um sujeito talentoso, guerreiro e dedicado. E com toda certeza, ele remou muito. Muito mesmo. O problema foi mesmo com a organização do evento, que reconheceu o erro, admitiu que os atletas estavam corretos, mas não corrigiu nada. A única atitude da RedBull foi a de antecipar a premiação e premiar rápido os famosos que chegaram na frente para tentar evitar problemas maiores com os competidores (menos famosos) que chegariam na praia, corretos, e indignados com a organização.
Mas enfim, houve o reconhecimento e uma promessa (de boca) de um dos organizadores do evento, Fábio Laudisio Correa, Gerente de esportes da RedBull, de dar uma passagem a Leandro Lima para Fernando de Noronha, uma das premiações do evento. Mas este, a princípio, continua sem a sua premiação de campeão, e sem o reconhecimento do feito. E o reconhecimento não tem preço.
Red Bull Paddle Cross - Melhores Colocados:
1. Kauli Seadi (Florianópolis/SC) – 01:59:50
2. Thomas Maximus (Estados Unidos) – 02:04:60
3. Remy Lavie (França) – 02:07:37
4. Lars Gellund (Imbituba/SC) – 2:15:44
5. Marcio Vilela (Imbituba/SC) – 2:16:46
Abaixo as fotos do evento:
Fala Dada, bela cobertura. Também achei fraco tecnicamente o evento. Muita purpurina e glamour e pouco interesse real de desenvolvimento da modalidade. Independente, parabéns aos que chegaram vivos ao Rosa.
ResponderExcluirValeu pelas fotos!
MB.