30 de outubro de 2013

Hang Loose Surf Attack 2913 - 3ª etapa

A 3ª etapa do Hang Loose Surf Attack, realizada na Praia da Baleia, em São Sebastião, encerrou com 3 títulos conquistados por antecipação. Marcos Corrêa comemorou o bicampeonato na categoria júnior (até 18 anos); Samuel Pupo venceu a sua sexta conquista estadual, a segunda da iniciante (limite de 14 anos); e Diego Aguiar é o novo campeão petit (sub10). Destaque também para a pequena Tainá Hickel, da Guarda do Embaú, que venceu os meninos na categoria Petit. Tainá foi a primeira menina a vencer uma etapa do circuito.


Wesley Dantas venceu na categoria Junior; Renan Pulga venceu na mirim; Eduardo Motta venceu a estreante; e Samuel Pupo na iniciante, o único a alcançar 100% de aproveitamento na temporada. Já na disputa por cidades, os donos da casa levaram mais uma, com Ubatuba em segundo lugar e Guarujá em terceiro.

No video abaixo você pode conferr tudo o que rolou dentro d'água e nas areias da Praia da Baleia, na 3ª Etapa do Surf Attack 2013.
Imagens: Caio Faria, Tom Toledo e Bruno Baroni
Edição: Caio Faria






29 de outubro de 2013

Ruge Mundaka

O mesmo swell que atingiu a costa portuguesa ontem e proporcionou ondas muito grandes em Nazaré, também atingiu a costa do país basco, Espanha, e a famosa onda de Mundaka quebrou consistente nesse que foi o primeiro swell da temporada. 

AO VIVO - Mundial Pro Junior na Praia da Joaquina

Clique no video abaixo e acompanhe ao vivo o Mundial Pro Junior na Praia da Joaquina, em Florianópolis, Santa Catarina. 

28 de outubro de 2013

O Canhão de Nazaré

É meus amigos, mais uma vez o Canhão de Nazaré explodiu. Ondas imensas e muito poderosas quebraram na famosa bancada portuguesa fazendo vítimas e heróis. Nesse caso, com uma das duplas mais famosas do Big Surf: Maya Gabeira e Carlos Burle.

Depois do recorde mundial do havaiano Garret McNamara, A Nazaré, onda que quebra na Praia do Norte, virou um disputado pico de ondas grandes. E muitas estrelas do surf mundial tentaram a sua sorte por lá hoje.

Maya Gabeira, a mulher mais casca grossa do big surf mundial e tetra campeão do Billabong XXL, sentiu na pele a força da Nazaré. Depois de surfar uma onda gigante, Maya caiu e o caldo a deixou inconsciente. A brasileira quebrou o tornozelo e chegou a ficar inconsciente e sem respirar, mas foi resgatada a tempo, reanimada na areia foi hospitalizada, mas já passa bem e logo estará de volta nos line ups mais perigosos do mundo, mostrando porque é uma das grandes estrelas do surf mundial.




Logo depois do acidente de Maya, sua dupla no jet, o surfista brasileiro Carlos Burle, acabou sendo o grande destaque do dia ao pegar uma onda tão grande quanto a onda surfada por Garret McNamara em janeiro deste ano, e pode ter batido o recorde do havaiano. Depois de participar do resgate de Maya, Burle voltou pra água e surfou essa onda, o que prova a coragem, o foco e o sangue frio do cearense.  

A revista SURF PORTUGAL publicou o video abaixo, filmado pelo Hélio Valentim, que mostra essa session com Carlos Burle, Sylvio Mancusi, Rodrigo Koxa, Maya Gabeira, Felipe "Gordo" Cesarano, Hugo Vau, Eric Rebiere, Pedro Scooby, Andrew Cotton e Garrett Macnamara 


Acessem lá a SURF PORTUGAL e fiquem ligados em tudo que está acontecendo por lá: http://www.surfportugal.pt

Ah o Hawaii...

Por: Tadeo Saldanha

Atravessei o Oceano Pacifico pra chegar ao Hawaii, ou Havaí, escreva como quiser. Na minha cabeça não foi o nome que ficou marcado... Caí numa ilha no meio no oceano! E o que me marcou foi a força da Natureza, mostrando sua beleza, sua grandeza e explosão de energia! Mostrando também que fazemos parte dela. Alguns se divertem com isso, como os surfistas que surfam as 'bombas' no Norte da Ilha de Oahu. Mas certamente a diversão é com muito respeito pois não é pra qualquer um. E se passar dos limites o mar te dá um "sufoco".

Em oito de Fevereiro de 2013, gravei em um dia épico em Sunset Beach, onde o espetáculo foi  em Pipeline.

Cheguei cedo na praia e o mar tinha ondas de 9 pés. Não me animei a gravar. Mais a tarde, um amigo veio correndo me chamar: "Tadeo o mar está enorme!". Preparei o equipamento e quando cheguei em Pipeline vi uma ondulação de 15 a 20 pés. Era tão grande que as ondas quebravam antes, no reef break de Banzai.

O dia de surf foi difícil. A maresia e a diferença de luz dificultaram a gravação na praia. Quando eu olhava no visor, dentro da câmera, a pupila dos olhos dilatavam. E quando olhava a praia, via tudo branco e a pupila demorava a fechar. Nesses segundos, eu poderia perder algum momento especial. Mas deu tudo certo e as imagens ficaram alucinantes!

A equipe de salva vidas trabalhava buscando os que tinham a prancha quebrada e ficavam sem remada pra voltar. O Jet ski não era só parava salvamento. Os surfistas recebiam uma ajuda para voltar ao mar assim que terminava a onda.

No final do dia, já muito escuro, depois do por do sol, ainda havia dezenas deles remando sem parar em busca da última onda, a 'saideira', como se costuma dizer. E pode acreditar, era mais fácil voltar na onda do que remar até a praia.

A luz já estava no limite, já era noite, e eu ainda esperava o último a sair. O jet ski foi até o 'outside' e avisou a eles que não voltaria mais, e ofereceu carona. Muitos continuaram...

Conheci apenas uma ilha - Oahu. Foi lá onde se instalou, na Segunda Guerra Mundial, a base militar norte-americana de Pearl Harbor. 

Fiquei devendo uma visita às ilhas Maui e Kauai. Mas conhecer Oahu já me deixou impressionado com o Hawaii.

E só para citar, estavam na água John John Florence, Ian Cosenza e Stephan Figueiredo. 

Kamehameha!


Banzai Pipeline


Pipeline



Rock Point

27 de outubro de 2013

Jadson André vence o Billabong Cascais Pro




Sábado de vitória brasileira em Portugal. O potiguar Jadson André ergueu o troféu de campeão do ASP Prime Cascais Billabong Pro. Com ondas de um metro a um metro e meio em Carcavelos, o evento ainda consagrou Jeremy Flores como campeão europeu e deu ao australiano Adam Melling o Cascais Trophy, prêmio dado ao vencedor da “tríplice coroa portuguesa”.

Jadson André mostrou uma vontade e uma gana tão grandes, que não poderia acabar muito diferente de como acabou. Jadson André voltou com tudo e venceu o Prime de Portugal marcando uma nota 10 na final. Isso sem falar nos 40 mil dólares de premiação e dos valiosos 6500 pontos no WQS que o colocam na 3ª posição na lista das 10 pessoas que se classificam para o WCT 2014. Depois de sair do World Tour, de voltar de lesão, e de fazer um ano focado no seu retorno ao circuito, Jadson vai reconquistando seu lugar na elite.

O norte-americano Conner Coffin, destaque nas competições pro junior, foi o vice campeão do evento. Amarradão com a 2ª colocação, ele surfou boas ondas durante toda o campeonato e foi um competidor consistente. 

Os brasileiros Gabriel Medina e Krystian Kymerson também foram bem na competição, mas acabaram derrotados nas oitavas-de-final por Mitch Crews e Adam Melling.

Além de Jadson André, Alejo Muniz e Willian Cardoso também vão se classificando para o WCT 2014. Já Raoni Monteiro e Miguel Pupo estão dando adeus ao tour. Os últimos dois Primes de 2013 acontecem no Hawaii, em Haleiwa e depois em Sunset Beach, de 12 a 26 de novembro.




CASCAIS BILLABONG PRO FINAL RESULTS:

1 – Jadson Andre (BRA) 16.50
2 – Conner Coffin (USA) 7.10


CASCAIS BILLABONG PRO SEMI-FINAL RESULTS:
SF1: Conner Coffin (USA) 13.34 def.
Carlos Munoz (CRI) 13.20
SF2: Jadson Andre (BRA) 14.14 def. Jeremy Flores (FRA) 9.44

CASCAIS BILLABONG PRO QUARTER-FINAL RESULTS:
QF1: Carlos Munoz (CRI) 16.57 def.
Mitch Crews (AUS) 8.23
QF2: Conner Coffin (USA) 14.43 def. Jonathan Gonzalez (CNY) 13.66
QF3: Jadson Andre (BRA) 13.67 def. Granger Larsen (HAW) 8.44
QF4: Jeremy Flores (FRA) 16.43 def. Adam Melling (AUS) 11.50

CASCAIS BILLABONG PRO ROUND OF 16 RESULTS:
Heat 1: Carlos Munoz (CRI) 15.17 def. Bede Durbidge (AUS) 6.00
Heat 2: Mitch Crews (AUS) 12.76 def. Gabriel Medina (BRA) 12.20
Heat 3: Jonathan Gonzalez (CNY) 10.67 def. Maxime Huscenot (FRA) 9.10
Heat 4: Conner Coffin (USA) 16.40 def. C.J Hobgood (USA) 14.94
Heat 5: Jadson Andre (BRA) 12.57 def. Wade Carmichael (AUS) 9.70
Heat 6: Granger Larsen (HAW) 14.17 def. Kiron Jabour (HAW) 9.83
Heat 7: Adam Melling (AUS) 16.67 def. Krystian Kymerson (BRA) 9.26
Heat 8: Jeremy Flores (FRA) 14.30 def. Travis Logie (ZAF) 12.24

23 de outubro de 2013

10 anos do WCT do Apagão!



Há exatos 10 anos, acontecia a primeira etapa do WCT em Santa Catarina: o Nova schin Surf Festival. No evento organizado pelo trio Teco Padaratz, Avelino Bastos e Xande Fontes rolou em 2003, rolou o famoso "apagão" que deixou a ilha de Florianópolis sem energia e em apuros. 

Todos sem energia, muitos sem água e alimenbtos estragando rapidamente em toda a ilha. A elite do surf mundial na época ficou apavorada tanto com a falta de luz quanto com a BR 101. Uma vela acesa em cima da tv do Mick Fanning incendiou o quarto do Praia Mole Park Hotel, choveu, fez frio e foi uma das melhores etapas do WCT aqui no Brasil. Rolaram baterias na Joaquina, no Caldeirão, na Praia da Silveira e na Praia da Vila, com uma bateria simplesmente animal na final entre o Kelly Slater e o Mick Fanning. Um evento clássico e inesquecível em águas catarinenses. Quem estava lá sabe o drama que foi a falta de luz. 

O Marcelo Falavigna tem esse evento filmado:
http://www.youtube.com/watch?v=OAWUglFqNVM
http://www.youtube.com/watch?v=HqaNPBwJjXw

Dica do Eduardo Moraes



21 de outubro de 2013

Mario Maine - Surf à francesa

 John John Florence

Mário Maine é fotógrafo e jornalista freelancer e um cara apaixonado pelo surf. Recentemente Maine tem seguido alguns eventos do World Tour, sempre fazendo fotos exclusivas dos grandes campeonatos de surf. Agora em outubro o fotógrafo esteve na França acompanhando a etapa francesa do circuito mundial da ASP e fez belos registros.

Você pode ver mais fotos de Mário Maine aqui: 
http://www.flickr.com/photos/blogmaineland/page1/




  Patrick Gudauskas

  John John Florence

  Taj Burrow

Alejo Muniz

Taj Burrow




Sequência animal de Filipe Toledo

Gabriel Medina


Halley Batista vence o 4 estrelas de Itacaré

Halley Batista venceu o 4 estrelas de Itacaré e confirmou 
sua boa fase nas competições - Foto: Leandro Rolim

O pernambucano Halley Batista venceu o Mahalo Surf Eco Festival, etapa de nível 4 estrelas do WQS que aconteceu na Praia da Tiririca, na paradisíaca Itacaré, litoral sul da Bahia.

Com sol, calor e praia lotada, o evento foi encerrado em ondas irregulares, de meio a um metro com forte vento nordeste. Alan Jhones e Jalley Batista surfaram muito o evento todo e fizeram uma bateria nordestina e arretada. Apesar das ondas difíceis, Halley Batista mandou um belo aéreo rodando, marcou 8.43 pontos e venceu a disputa.

Em ótima fase, o pernambucano venceu essa etapa WQS de Itacaré e poucos meses atrás venceu uma etapa do circuito brasileiro em Pernambuco, na Praia do Cupe (Ipojuca). Com a vitória Halley Batista levou pra casa 15.000 dólares e mais 1.000 pontos no ASP World Ranking.


Jean da Silva e Krystian Kymerson também fizeram excelentes apresentações durante o evento. Faltou um pouco de onda mas sobrou disposição e talento. 


 O potiguar Alan Jhones  surfou muito e foi o vice-campeão em Itacaré. Foto: Leandro Rolim

Halley Batista, campeão do evento. Foto: Leandro Rolim



Skol Mahalo Surf Eco 2013 from PORTO FILMES on Vimeo.



Final do Skol Apresenta Mahalo Surf Eco Festival:

Campeão: Halley Batista (BRA-PE) com 14,26 pontos - US$ 15.000 e 1.000 pontos
Vice-campeão: Alan Jhones (BRA-RN) com 9,07 pontos - US$ 7.500 e 750 pontos

Semifinais - 3.o lugar - US$ 4.250 e 563 pontos:

1.a: Alan Jhones (BRA-RN) 15.10 x 14.74 Jean da Silva (BRA-SC)
2.a: Halley Batista (BRA-PE) 12.90 x 9.00 Krystian Kymerson (BRA-ES)

Quartas de final - 5.o lugar - US$ 2.250 e 422 pontos:

1.a: Jean da Silva (BRA-SC) 11.84 x 9.10 Artur Silva (BRA-CE)
2.a: Alan Jhones (BRA-RN) 14.37 x 6.13 Alandreson Martins (BRA-BA)
3.a: Halley Batista (BRA-PE) 10.20 x 8.73 Gabriel Farias (BRA-PE)
4.a: Krystian Kymerson (BRA-ES) 14.60 x 13.26 Victor Bernardo (BRA-SP)

Ranking Sul-Americano do ASP South America Surf Series - Final das 5 etapas de 2013:

1.o: Gabriel Medina (BRA-SP) - 4.225 pontos
2.o: Raoni Monteiro (BRA-RJ) - 4.225
3.o: Simão Romão (BRA-RJ) - 3.320
4.o: Jadson André (BRA-RN) - 3.320
5.o: Bernardo Pigmeu (BRA-PE) - 2.400
6.o: Gabriel Villarán (PER) - 1.930
7.o: David do Carmo (BRA-SP) - 1.685
8.o: Halley Batista (BRA-PE) - 1.513
9.o: Thiago Guimarães (BRA-SP) - 1.074
10: Santiago Muniz (ARG) - 1.062
11: Hizunomê Bettero (BRA-SP) - 993
12: Alan Jhones (BRA-RN) - 987
13: Jean da Silva (BRA-SC) - 943
14: Jihad Khodr (BRA-PR) - 928
15: Ricardo dos Santos (BRA-SC) - 897
16: Alvaro Malpartida (PER) - 883
17: Manuel Selman (CHL) - 874
18: Heitor Alves (BRA-CE) - 843
19: Jano Belo (BRA-PB) - 815
20: Flavio Nakagima (BRA-SP) - 796

17 de outubro de 2013

Kai Otton vence o Rip Curl Pro Portugal



Com ondas de 1 metro a 1 metro e meio em Supertubos, a organização do Rip Curl Pro Portugal colocou na água logo cedo as baterias do Round 4, Round 5 e Quartas-de-final.  Depois de uma pequena pausa, decidiu-se colocar na água também as finais. Foi uma maratona de surf e algumas ótimas ondas surfadas.

As ondas estavam regulares, mas muitas séries vinham com ótimas ondas. Quem foi esperto aproveitou. Quem deu bobeira passou a bateria toda esperando as ondas que não vieram. Além do talento e da performance, os surfistas também precisaram de um pouco de sorte. Ok que a sorte não ganha campeonato. Mas a falta de sorte com certeza não ganha. Que o diga o Mick Fanning, que estava prestes a levantar o caneco ainda em Portugal e agora vai ter que disputar o título no Hawaii. Kai Otton venceu Mick Fanning nas quartas de final e de um pouco mais de esperanças a Kelly e Jordy. Quem ficou triste foi a turma da Rip Curl, que provavelmente mandaram devolver as champagnes da vitória.

Kai Otton fez uma excelente campanha em Portugal e mereceu o título do evento. O australiano vem fazendo um ótimo ano de competições e o Rip Curl Pro premiou um dos melhores surfistas do evento. Ottz venceu Mick Fanning  e Joel Parkinson, dois dos pretendentes ao título de 2013.  Essa foi a primeira final de Kai Otton e a festa hoje com certeza é australiana.

Nat Young, 2013 Rookie of the year

Nat Young venceu o 2013 Rookie of the Year, prêmio dado ao novato melhor classificado na temporada. Com o resultado em Portugal, o norte-americano conquistou o prêmio antecipadamente. Sebastian Zietz e Filipe Toledo também fizeram um excelente ano de estreia no tour e também merecem parabéns. Não venceram o prêmio, mas é quase como se tivessem vencido.

O brasileiro Miguel Pupo foi o melhor brasileiro em Portugal, mas acabou se despedindo do evento no Round 5 da competição, quando acabou sendo eliminado pelo sul-africano Jordy Smith, que pegou as melhores ondas da bateria. Foi bacana ver o Miguel Pupo destruindo as ondas com confiança. Em Pipe ele vem com tudo. Pode anotar.

Taj Burrow acabou eliminado por Josh Kerr na última bateria do Round 5 e se despediu do evento e das chances de título. Taj continua sendo um possível futuro campeão mundial. 

Gabriel Medina venceu a expression session e levou os mil euros do prêmio.

Visual da bancada de Supertubos


QUARTAS

Julian Wilson (AUS) 14.90 x Joel Parkinson (AUS) 15.07 - Uma bela bateria que confrontou dois grandes surfistas. A bateria começou com notas baixas e Joel começou liderando, Julian passou na frente, Parko retomou a liderança e foi assim até o fim. Julian surfou bem e na última onda pegou uma boa direita, manobrou forte, e denovo, e denovo, e mais uma, só errou no aéreo de finalização, quando caiu comemorando. Depois disso Julian foi pra baixo do palanque, pediu nota, implorou nota, mas não levou. Nessa bateria os juízes apareceram tanto quanto os atletas. Foi difícil de entender como os juízes não deram a vitória ao Julian Wilson. Joel Parkinson parece que venceu surfando menos, mas foi o primeiro surfista a se classificar para a semi.

Mick Fanning (AUS) 9.43 x Kai Otton (AUS) 10.00 – A bateria começou com poucas ondas boas. Aliás, foi um abateria toda sem boas ondas. Mick Fanning começou vencendo com uma média 5.68. Faltando 10 minutos para o final, Kai Otton pegou uma boa onda e passou a frente.  Ottz vem fazendo um excelente ano e também está consistente. Fanning lutou. Ele é um grande lutador e estava a uma bateria do título mundial. Mas as ondas não entravam. Faltando 1 minuto Kai Otton estava com a liderança e com a prioridade nas mãos e garantiu a vitória. Graças ao Ottz, a briga pelo título agora será decidida na última etapa, em Pipeline, Hawaii.

O Kelly agradeceu: #CookieCutterShark. Small creature but symbolic of #BeastMode. Thank you@ottz16. I know you're just doing your job but I owe you one. Things just got way more interesting for the finish of the year. Counting my blessings. #DoSomething as@jboygomes would say. #OccupyPipeline #PipeMasters2013

Nat Young (USA) 15.10 x Jordy Smith (ZAF) 14.54 – Outra bateria com poucas ondas. O Rookie of the year Nat Young saiu na frente e segurou o resultado até o finalzinho da bateria. Jordy Smith lutou e tentou virar o resultado, mas os juízes não valorizaram muito. Nat Young venceu e carimbou a terceira vaga da semi.


CJ Hobgood (USA) 8.56 x Josh Kerr (AUS) 10.67 – CJ Hobgood começou na frente com notas 5.33 e 3.23. Apesar de Josh Kerr ter começado a bateria surfando melhor, foi só na metade da bateria conseguiu virar o resultado a seu favor. E não saiu mais da liderança. CJ não achou nenhuma onda boa e Josh Kerr foi para a semi.

Kai Otton fez sua primeira final no World Tour


SEMI

Joel Parkinson (AUS) 12.23 x Kai Otton (AUS) 14.83 - Kai Otton abriu a bateria com um 6.17. Parko começou com 3.73 e 8.50 e assumiu a liderança. Kai Otton reagiu e marcou 7 pontos em uma esquerda regular. Na sequência Ottz pegou outra boa esquerda, executou três manobras e aumentou a diferença: 7.83  Faltando 8 minutos, Joel Parkinson precisava de 6.33. Faltando 3 minutos Joel tentou uma reação mas o dia era mesmo de kai Otton, que vai fazer a sua primeira final no tour.

Nat Young (USA) 14.07 x Josh Kerr (AUS) 10.66 – Nat Young começou a bacteria impondo seu ritmo. Marcou 7.50 e 6.57. Mostrou um surf fluido e radical. Josh Kerr começou o heat com 6.83. Faltando 8 minutos para o término, Josh Kerr consegue sua segunda nota: 3.83. O australiano continuava precisando de 7.25 para virar. E ficou esperando. Nat Young faz a sua segunda final esse ano.



FINAL


Kai Otton (AUS) 12.23 x Nat Young (USA) 11.03 - Duelo goofy na grande final. E nunca antes um goofy footer havia vencido em Portugal. Kai Otton começou a bateria com um 6.33. Nat Young começou com 4.00 e 2.00. As ondas não estavam boas. Ottz pegou uma boa direita, mandou 3 manobras com velocidade e marcou 5.90. Faltando 13 minutos Nat Young dropou uma esquerda,pegou um tubo e na saída mandou um bonito cutback: 5.43. Kai Otton, que não é bobo, dropou uma boa esquerda, cavou bonito e mandou um aéreo rodando. Uma manobra só: 5.50. Mas ele chamou a atenção para seu surf. E faltando 5 minutos, Kai Otton tinha a prioridade e Nat Young precisava de 6.63. Nos últimos minutos, Nat Young vendeu uma onda para o australiano que teve que ir. Com a prioridade nas mãos, o norte-americano esperou a boa. Nos últimos segundos, Nat dropou uma direita, mandou a primeira manobra e caiu. Kai Otton se consagrou como o grande campeão do Rip Curl Pro Portugal. 



Com o término da penúltima etapa do ano, o ranking está assim:

Mick Fanning é o líder e só um milagre tira o título de suas mãos. 
Kelly Slater, Joel Parkinson e Jordy Smith tem que vencer em Pipeline e torcer para que o Mick Fanning perca logo no início da competição. Mas, milagres existem. Principalmente quando falamos no Hawaii.

1 Mick Fanning 51900
2 Kelly Slater 45900
3 Joel Parkinson 
4 Jordy Smith 39700
5 Taj Burrow 39400
9 Adriano de Souza 29250
15 Gabriel Medina 23750
16 Filipe Toledo 23150
26 Miguel Pupo 10250
28 Alejo Muniz 9000
33 Raoni Monteiro 6500
35 Willian Cardoso 6200
36 Tiago Pires 5250
38 Heitor Alves 1750





16 de outubro de 2013

Enquanto isso, em Portugal

Julian Wilson mandou um fu%@#ing big air e conquistou uma nota 10 dos juízes. Foto ASP/Cestari

Por: Dadá Souza

Meu amor pelo surf é incondicional. Quem fala isso é a minha esposa. E faz sentido. Acordar as 4 da manhã, para ver campeonato de surf com ondas ruins, baterias mal julgadas e com o webcast falhando. Só sendo muito apaixonado mesmo. Ou bobo. As vezes fico na dúvida.

Depois de 8 dias de evento, a organização do Rip Curl Pro Portugal finalmente conseguiu completar o Round 2 do evento.  E na sequência executou também o Round 3. E hoje não faltou onda. A bancada de supertubos até quando está ruim, parece bem boa de surfar. Se por um lado as ondas irregulares atrapalharam um pouco o espetáculo, por outro também foi bem legal ver todos competindo em ondas ruins, iguais as que surfamos.

Destaco o aéreo do Miguel Pupo no Round 2, o mega aéreo do Julian Wilson no Round 3 (Nota 10) e o também belo aéreo do John John Florence no Round 3. Todo o resto do evento foi um tremendo feijão com arroz sem muito tempeiro. E verdade seja dita, muito disso foi por causa das condições do mar. 

Até esse segundo dia, o grande destaque do evento tinha sido a queda de Kelly Slater, o então número 2 do ranking, que sem nenhum demérito ao português Francisco Alves (que realmente venceu essa bateria), se deu muito mais pela atitude do direitor de prova de colocar o Round 2 para surfar ondas ruins do que qualquer outra coisa. O fato é que o Kikas surfou melhor, escolheu melhores ondas e mereceu a vitória. Mas imagino o e-mail que o Slater deve ter mandado para a ASP depois dessa. 

Ondas ruins, notas (e médias) baixas, julgamentos tendenciosos e um webcast que ora ficava mudo e ora travava. Assim correu o dia hoje em Portugal. Quem estava concorrendo ao título passou de bateria sem sequer ser ameaçado, mesmo quando deveria ter perdido. O julgamento continua sendo o Calcanhar de Aquiles da ASP.

Alejo Muniz venceu Gabriel Medina em uma bela bateria. Alejo pegou duas ondas no início da bateria enquanto Medina acabou boiando mais e não achou boas ondas. 

Miguel Pupo detonou contra o americano Brett Simpson e venceu por 16.26 a 14.27. Miguel mandou um aéreo rodando alto de backside e marcou 8.93. E numa esquerda boa, mandou uma rasgada rápida, encaixou num tubo e finalizou na junção da onda e marcou 7.33.

Logo no início do Round 3 Joel Parkinson venceu Alejo Muniz em uma bateria bastante polêmica.  

Julian Wilson mandou um aéreo muito alto rodando e ganhou Nota 10 dos juízes. Foi um aéreo monstro em Supertubos.

Adriano de Souza foi vítima de um julgamento também polêmico contra Matt Wilkinson. Em sua última onda Mineiro parecia que ia virar a bateria mas os juízes não deram a nota que ele precisava.

John John Florence e Felipe Toledo fizeram uma grande bateria mas quem se deu melhor foi o havaiano, que detonou as ondas com um aéreo monstruoso rodando e espancando uma esquerdinha a la Andy Irons. Não teve muita conversa. Filipinho mandou um aéreo rodando full rotation e finalizou sem muita força na junção: marcou 6.83. Faltou também uma segunda onda para o brasileiro que boiou a bateria toda sem achar boas ondas.

Mick Fanning venceu e agora está a poucas baterias do título mundial de 2013. Só depende dele.

Miguel Pupo fez grandes apresentações em Portugal e é o único brasileiro vivo na disputa.

A propósito, Quem define o futuro do esporte e o que será válido a partir de agora? Os velhos juízes, incapazes de fazer na água as modernas manobras da nova geração? Ou serão os atletas dessa novíssima geração, que vem trazendo frescor e impondo um novo ritmo de competição? As vezes parece que os juízes estão querendo dizer a todos que eles é que sabem, que julgam e que decidem, mesmo que dentro d´água outros vejam o contrário. 



A ASP aproveitou o evento em Portugal e anunciou novo logotipo e que sua estratégia de comunicação para 2014 será feita através de parcerias com a ESPN (USA), YouTube e Facebook, para a televisão, mídia digital e mídias sociais. A parceria com a ESPN nos USA é muito importante para o surf na américa, o Youtube além de ser um dos grandes mecanismos de busca da web, pode alavancar e muito a audiência dos eventos ao vivo. Apesar de básicas, essas ações já são muitos passos a frente do que estava sendo feito até então pela entidade. 

Quem comentou o novo logo foi o @NotDaneReynolds " has found the ASP logo aking guidelines. "


13 de outubro de 2013

Mick Fanning - Cleaning the Office

Que grande exemplo do australiano Mick Fanning. Tem um ditado que diz que "você é o que você faz, não o que você diz".Talvez por isso que esse australiano é tão respeitado e admirado. Suas atitudes são nobres, seu talento é admirado por todos e sua vontade é marca registrada. Mais do que um exemplo de atleta, Mick Fanning é um ídolo mundial. E um sujeito que dá bons exemplos.

"CLEANING THE OFFICE" é um video é da GO-S.TV, de Portugal, que mostra o bi-campeão mundial saindo de uma sessão de surf em Portugal e fazendo o que todos nós também deveríamos estar fazendo: Fanning deu um trato na praia recolhendo o lixo que estava na areia enquanto saía da praia. Que seu exemplo ilumine a cabeça de muitos surfistas. 

Fonte: Diogo Alpendre



12 de outubro de 2013

Jamie O´Brien recebe punição da ASP por causa da agressão a Ricardinho.



O surfista havaiano Jamie O´Brien, que agrediu covardemente o brasileiro Ricardo dos Santos durante uma bateria do trials do Billabong Pro Tahiti, em agosto desse ano, recebeu da ASP uma punição por seu ato: Jamie O´Brien não poderá participar da tríplice coroa havaiana, o que inclui também o Pipeline Masters, campeonato que acontece literalmente no quintal da casa do havaiano. 

Apesar de seu inegável e enorme talento, o JOB é um surfista imaturo, mal educado e sempre agressivo dentro d´água. Quem já surfou com ele sabe muito bem do que se trata. Suas atitudes não são de um atleta profissional.


Ricardo dos Santos, o agredido, também levou uma punição:  "Fui suspenso por 3 meses e tomei multa no valor de 1500 dólares. Perdi o WQS do Brasil (Mahalo Surf Eco Festival, 4-Estrelas em Itacaré) em função disso." comentou Ricardinho para a Revista Hardcore. 

Ricardinho não quer e nunca quis confusão. Sua imagem é absolutamente limpa e ele só quer saber de fazer o seu trabalho. Já Jamie O´Brien, falastrão como sempre, disse que espera que as ondas estejam ruins para o Pipe Masters e insinuou que Ricardinho pode ter problema com seus amigos durante a temporada havaiana. Vale lembrar que Ricardo dos Santos foi um dos destaques da última temporada havaiana, justamente no quintal de Jamie O´brien, o que parece ter mexido ainda mais com o orgulho do havaiano.

Se a essa briga acaba aqui ou se o Ricardinho sofrerá represálias no Hawaii, só o tempo dirá. Uma coisa é certa, esse tipo de atitude não é o que esperamos de um atleta. E muito menos, esperamos ver uma entidade mundial que esconde os videos da agressão e que pune também o agredido, que pelo jeito está sendo punido por ter levado esse assunto para as redes sociais. 

Vale comentar também que a Revista Stab, quem primeiro publicou sobre o assunto, foi (e é) preconceituosa sobre o assunto e claramente tomou partido em favor do havaiano. Os comentários racistas em seu forum são de dar nojo e a stab deveria se envergonhar disso. 

Por que o surf anda perdendo credibilidade, dinheiro e status? Leia o texto abaixo.

10 de outubro de 2013

Para onde caminha o surf?



Frequentemente tenho me perguntado para onde caminha o surf. Até muito pouco tempo atrás, nosso esporte era visto como uma atividade quase rebelde, muito mais associada aos hippies e à contracultura do que aos esportistas tradicionais. Só o que interessava era o quão bonito e bem você surfava uma onda e o quanto você se divertia com seus amigos. O bacana não era ser do mainstream, e sim fugir das obrigações, ir para a praia e entrar em sintonia com a natureza e com as ondas. O surf tinha uma alma alegre, leve, tranquila e com valores muito mais verdadeiros do que financeiros. Mas tudo isso está mudando. E bem rápido. 

Alguns ídolos do esporte hoje não são mais aqueles sujeitos alegres, brincalhões e descontraídos que passavam o tempo todo na praia atrás de ondas e de bons momentos. Os ídolos do esporte hoje (claro que não todos) são atletas competitivos, muitas vezes bastante egoístas e que surfam por pontos, fama e dinheiro. Chegam na praia com a cara fechada, fones de ouvido gigantes e cheios de adesivos grudados, como se fossem pilotos de fórmula 1. Claro que não está errado ganhar dinheiro com seu talento ou pra pegar onda. Muito pelo contrário. Esse sempre foi o sonho de qualquer surfista. O problema talvez seja a inversão de valores e a direção que a industria e o mercado estão dando ao esporte. Para pertencer ao grupinho fechado e exclusivo onde os atletas são bem pagos (leia-se ASP), os surfistas tem que se sujeitar às regras do mercado, da entidade e de juízes míopes, que consciente ou inconscientemente "protegem" os grandes (e valiosos) talentos do esporte. Posso estar errado quanto a isso, mas que parece, com certeza parece. 


EVENTOS

Nos eventos acontece o mesmo: as competições, antes grandes festivais da cultura surf, se transformaram em eventos longos, chatos e com entidades (associações e federações) recheadas de dirigentes gananciosos, muitas vezes despreparados e, infelizmente, com muita política envolvida. 

Se antes o objetivo era reunir todos na praia para festejar e apreciar a habilidade dos atletas, hoje o objetivo é reunir todos em uma praia famosa (mesmo sem ondas) para que as marcas possam vender sua imagem e produtos. Até quem é apaixonado pelo esporte acaba enchendo o saco desses eventos e as reclamações são bastante populares. Não é a toa que muitos atletas de talento reconhecido e respeitado, acabam abandonando as competições para fazer uma carreira muito mais feliz no freesurf.

Vocês podem me acusar de saudosista, de romântico, e posso mesmo estar sendo piegas e repetitivo, mas o surf aos poucos vai perdendo a sua alma. 

Uma antiga preocupação dos mais puristas, aos poucos vem se tornando real: o surf está se aproximando demais de alguns esportes já corrompidos. Os terríveis bolões de apostas (sim, eles também fazem parte do surf) podem criar ou favorecer a corrupção no esporte. Dependendo do valor do prêmio, um apostador pode ter a infeliz idéia de oferecer uma grana para comprar juízes, dirigentes, atletas, ou seja lá quem for. Não estou acusando e nem afirmando, mas nesse mundo atual, onde o dinheiro tem contado muito mais do que os principios e valores, isso poderia ser facilmente absorvido dentro de uma entidade ou circuito. Claro que isso seria um caso extremo, mas pode acabar assim. Na Austrália, por exemplo, essas apostas são bem populares como você pode ver nos links abaixo. E movimentam quantias bem razoáveis de dinheiro.

Talvez ter deixado o surf na mão dos australianos durante tantos anos, tenha sido ruim para o esporte. Faltou visão, planejamento estratégico e não tenho medo de errar ao afirmar que certos dirigentes, embora ídolos e apaixonados pelo esporte, não tinham a competência necessária para administrar e gerir todo um esporte. O "dream tour" de certa maneira virou uma festa particular, regada a bebidas, drogas e mulheres fáceis. Não existe uma entidade idônea que controle e administre o surf. Existe uma empresa privada que tem o direito de fazer o circuito mundial de surf, o que é bem diferente. 

Claro que não posso generalizar, tem muita gente boa e competente trabalhando, administrando e executando os eventos da Association of Surfing Professionals. Muita gente apaixonada e dedicada que trabalha duro para fazer o tour acontecer. E claro que nem tudo está perdido no surf, afinal as competições pouco tem a ver com o gostoso e divertido ato de pegar onda. Os competidores são uma parcela muito pequena da população de surfistas. Descer uma boa onda, desfrutar de ótimos momentos com os amigos, fugir de alguns compromissos chatos para passar o dia surfando continua sendo uma das melhores maneiras de acrescentar mais VIDA na sua vida. O esporte dos antigos reis polinésios continua nobre, mas quando longe das marcas e dos cartolas. 

Reclamar da ASP já é chover no molhado. Surfistas são agredidos por outros surfistas durante as baterias do circuito mundial e ninguém é punido, o julgamento dos eventos muitas vezes decepciona e muda de critério dependendo de quem está na água e a ASP, com muita frequencia, se fecha em sua concha e não dá nenhuma explicação para o público, que fica pasmo ao ver tantos erros e falhas. O descrédito da entidade hoje é imenso. Basta acessar o twitter ou o facebook e tirar as suas próprias conclusões. 

O Matt Warshaw, da Surfer Magazine até tentou justificar: “If the ASP had it totally together, and ran perfect contests, and we had nothing to bitch about, the fun would be cut in half” Talvez ele tenha razão. E talvez eventos mais justos dariam muito mais credibilidade do esporte. Ou você acha que alguma empresa, no cenário econômico atual, daria seus dólares nas mãos de amadores?

Com esperanças otimistas, torcemos que a partir do momento que a Zo Sea Media (entidade que comprou o World Circuit Tour e o circuito mundial de ondas grandes) assuma o circuito, isso mude. Se bem que já faz um ano que isso foi anunciado e tudo continua exatamente igual. 

Ainda tem aquele grupo de pessoas que acredita que o surf pode ir para as Olimpíadas, achando que essa seria a salvação ou a valorização do esporte. Será mesmo? A discussão é longa mas fica uma sensação de ilusão no ar. As regras do surf são subjetivas demais para as olimpíadas, o antidoping nunca existiu no meio do surf e em vez das ondas, quem determinaria como seria o nosso esporte talvez seriam as piscinas e os integrantes do Comitê Olímpico Internacional. Aparentemente essa é uma idéia que só é interessante para o mercado e para as pessoas interessadas no dinheiro que o surf pode render. A alma rebelde e livre do surfista aos poucos poderia ir morrendo e soldadinhos competidores poderiam tomar o lugar dos surfistas de alma. 

Mas "achismos" a parte, é latente que os eventos precisam de novos formatos, de mais organização, de julgamentos menos subjetivos, senão uma grande parte do público do surf vai continuar migrando para outros esportes radicais, que tem sido bem mais empolgantes de se assistir. De postura arrogante e de erros primários, estamos todos de barriga cheia.

MERCADO

As marcas que você consome patrocinam os surfistas brasileiros?
Reinvestem alguma coisa no esporte aí na sua região? Patrocina projetos e eventos e atletas? Se a resposta for não, você pode estar incentivando uma prática muito cruel nesse mercado: a das marcas sanguessugas.


Não é só no cenário competitivo que o surf anda mal. No mercado, a situação parece ainda mais crítica e caótica. Primeiro porque o mercado (e o esporte), de certa forma ainda é comandado pelas três grandes marcas (Quiksilver, Rip Curl e Billabong e suas sub-marcas), e duas delas, a Billabong e a Rip Curl, andam mal das pernas e a caminho de um futuro não muito promissor. Principalmente a Billabong, que recentemente conseguiu um financiamento para tentar pagar suas dívidas e ganhar um oxigênio extra, mas que continua surfando em uma prancha sem parafina e a qualquer hora pode escorregar e ir de encontro ao fundo. 

E não é só com as grandes marcas que isso vem acontecendo. Para todo lado que se olha, se tem essa impressão de que o surf está falindo.

- Etapas clássicas e importantes, como J-Bay, estão sendo trocadas por etapas em locais sem onda e com grande público, como a do Rio de Janeiro, por exemplo. As clássicas esquerdas da pequena Saquarema, que são muito melhores e mais constantes, nem pensar. Ou o evento fica colado no grande público, ou não acontece. 

 - As etapas Prime e Star aqui no Brasil estão desaparecendo. As marcas combinaram um discurso único: não temos dinheiro, ou o governo paga, ou a gente não faz o evento.

- O Circuito Brasileiro de Surf Profissional, antes um dos circuitos mais bem pagos do planeta, hoje está na favela e ninguém mais fala nele. A ganância de algumas pessoas acabou espantando a empresa que mais bem fez ao surf brasileiro nos últimos tempos, a Abril Eventos, que para não pagar o aumento absurdo exigido, pulou fora do circuito e abandonou o SuperSurf. As consequencias, todo mundo pode ver. E a culpa não foi da Abril.

- Os Campeonatos Amadores estão perdendo prestigio, os eventos da CBS perderam força e importância.

- Grandes ídolos do esporte, como Raoni Monteiro, Neco Padaratz, Silvana Lima, Jaqueline Silva  entre tantos outros, estão sem patrocínio. Mas surfistas da elite mundial, grandes ídolos do esporte, sem patrocínio? Me desculpem, mas isso não acontece em nenhum outro esporte e as marcas estão sendo sacanas em não patrocinar esses atletas. Quem convive perto desse mercado sabe bem que o dinheito gordo continua rolando. Só não está chegando nas mãos dos atletas, que são o real motor do esporte e do mercado. Essa é uma equação que não bate. Atletas da ELITE do esporte brasileiro e mundial estão sem patrocínio e pagam do proprio bolso as despesas para competir e  ainda lutam pela sobrevivência, quando deveriam ser reverenciados e muito bem pagos.


- Os eventos de surf profissional e os eventos só não sumiram definitivamente porque os governos estaduais e municipais, a muitos anos, são os maiores patrocinadores do surf. E suas cotas superam, e muito, a cota dos patrocinadores privados. As etapas do mundial em Santa Catarina vinham sendo assim e no Rio de Janeiro não é diferente. É a prefeitura e o governo do estado que salvam a etapa brasileira do tour, pois nenhuma grande empresa, nesses 3 anos de evento no Rio, se interessou no maior evento de surf realizado no Brasil. E para os mais esquecidos, o objetivo de tirar o evento de Santa Catarina seria justamente fechar grandes parcerias. Mas nada aconteceu até agora;

- As grandes empresas, que antes reclamavam que as marcas menores mas emergentes eram paraquedistas no esporte e que só sugavam o historia e a cultura do surf, hoje fazem exatamente o mesmo. Não patrocinam, não reinvestem no esporte e ficam malandramente esperando que o governo pague as contas dos grandes eventos para que elas, marcas, só entrem no final, colocando o nome no evento. Quando você vê uma etapa de nível mundial no Brasil, pode ter certeza: as cidades e governos pagam toda a conta enquanto as marcas entram com o nome, a identidade visual e ficam com todo o retorno de mídia que o evento gera. Como se diz popularmante, é a famosa Proposta Caracu, onde uma parte (o governo) entra com a cara e a outra metade, bem, deixa isso pra lá. O fato é que essas "grandes marcas" lucram e muito com o surf. E devolvem muito pouco ao esporte. Talvez seja por isso que muita gente vem deixando a surfwear de lado para vestir outras marcas e estilos de roupa.


- As únicas marcas que realmente investiram no esporte, patrocinando atletas, criando eventos diferentes, originais e muito mais bacanas, foram a Nike e a Hurley (e a Hurley é uma marca da Nike). Todos os outros eventos foram exatamente iguais, monótonos e cansativos. 

- O surf feminino foi praticamente abandonado pelas empresas. As mais "gatinhas" ainda conseguem apoio e aparecem em programas de TV, mas as atletas e competidoras que representam o país, estão na favela, tendo que bancar suas próprias despesas.


- As grandes feiras do setor estão acabando.

- Muitas marcas e surfshops hoje tem um discurso quase que ensaiado para não apoiar ou patrocinar: "estamos mais focados na street wear" e "estamos com nossa verba de marketing comprometida para esse ano".

- A surfwear, antes descolada e estilosa, hoje está vulgar. No desespero de vender mais, a grande maioria das marcas hoje coloca logotipos gigantes em toda e qualquer peça de roupa. A surfwear hoje é também incrivelmente cara e muitas vezes, produzidas em locais que exploram pessoas e crianças, como na China e em outros países asiáticos. Parece inclusive, que todo mundo copia todo mundo. 


- As grandes marcas do Brasil, que se projetaram e hoje faturam milhões graças ao surf, pararam de apoiar eventos e atletas e cortaram muitos patrocínios. Hoje são as marcas do nordeste que estão salvando o surf nacional.

E tudo isso está rolando, ironicamanente, na fase mais vencedora do surf brasileiro. Adriano de Souza se mantém entre os top 10 há 5 anos, Gabriel Medina e Felipe Toledo são ídolos mundiais, Raoni Monteiro, Miguel Pupo, Alejo Muniz e Heitor Alves são matadores de gigante e temos títulos mundiais amador, pro junior, mirim, longboard e de ondas grandes. O surf brasileiro nunca esteve tão em alta no cenário mundial e nossos surfistas nunca foram tão respeitados, conhecidos e admirados. Mas esse exposição não está rendendo lucros a industria e ao mercado? As empresas não estão sabendo explorar a oportunidade? Ou simplesmente estão apoiando menos a base do esporte? São perguntas que todo mundo se faz. E não há respostas.

O skate e o MMA cresceram muito no Brasil e ganharam muitos adeptos, enquanto o surf vem perdendo o interesse das marcas e das mídias. Sem falar que os grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas estão rapando os cofres públicos e não sobra nada para os outros esportes. Até 2016 todas as verbas já estão direcionadas e comprometidas. E nesse cenário, a desorganização e as migalhas do surf não interessam nem um pouco aos políticos de Brasília. A curto/médio prazo, as perspectivas não parecem muito boas.

Pra onde caminha o surf? Quais os caminhos para a evolução do esporte? Talvez você possa ajudar a responder.