28 de maio de 2013

Heitor Alves

Heitor Alves é um dos melhores surfistas do Brasil. Talentoso e veloz como poucos, esse cearense tem uma história bonita e de grandes momentos no surf brasileiro e mundial. Heitor não tem aparecido muito esse ano, pois o atleta está aproveitando esse ano sabático, fora do tour, para colocar a cabeça no lugar, treinar bastante e reavaliar a sua postura no circuito mundial. Que ele tem talento e potencial, todo mundo reconhece. Heitor não tem aparecido muito nos eventos, mas tem feito sessões épicas em picos menos conhecidos. O video abaixo, editado pelo Álvaro Martins, traz alguns momentos de Heitor pelo mundo.

Itacoatiara Swell de Outono 2013

Itacoatiara, a praia mais famosa de Niterói, conhecida por suas ondas grandes e poderosas, recebeu nesse dia 27 de maio um grande swell e a galera local fez a cabeça. os surfistas Buno Santos e Jerônimo Vargas e o bodyboarder Dudu Pedra foram alguns dos malucos que pegaram umas bombas nesse dia. Vale conferir o video. Ondas cascudas!!!

O vídeo abaixo é da Prone Mediah e a edição é do Iuri Carvalho

Pequenas ondas, grandes fotos.


As ondas e os movimentos dos oceanos fascinam um grande número de pessoas e de fotógrafos em todo o mundo. Isso não é nenhuma novidade e as revistas de surf, os bancos de imagem e os portfólios de milhares de fotógrafos estão aí para todo mundo ver. Mas ao contrário da maioria dos fotógrafos, que preferem registrar a força e o tamanho das ondas grandes e a ação dos surfistas, a fotógrafa australiana Deb Morris registra grandes momentos em ondas muito pequenas.

Natural de Bondi, Austrália, país que tem uma forte cultura de praia e de surf, Deb começou a fotografar muito cedo e a paixão pelas ondas foi inevitável. A ideia de registrar ondas pequenas, que variam dos 7 aos 30 cm, surgiu com a vontade de registrar aqueles momentos que normalmente passam despercebidos para a grande maioria das pessoas.

Seu trabalho ganhou fama quando foi uma das revelações de em um conhecido concurso de fotos da Austrália, o Shutterbug Awards 2012.

Suas fotos são realmente impressionantes e trabalham a luz e o movimento das ondas com muita técnica e talento.

Só para deixar claro, a fotógrafa não utiliza qualquer tipo de caixa-estanque ou proteção para seu equipamento. O risco é maior, mas a qualidade do seu trabalho não deixa dúvidas de que vale a pena. É pura arte!

O trabalho de Deb Morris pode ser visto aqui:









 



21 de maio de 2013

Jordy Smith vence o Rio Pro 2013

Jordy smith foi o preferido dos juízes e levou o título do Rio Pro 2013. Foto: ASP/Smorigo


Textos e Videos: Dadá Souza

O surfista sul-africano Jordy Smith foi o grande campeão do Rio Pro 2013. Essa foi a terceira vitória de Jordy no tour da ASP, e a primeira fora de casa. O brasileiro Adriano de Souza ficou com a 2ª colocação no evento e está mais uma vez na liderança do ranking mundial da ASP.
O Billabong Rio Pro 2013 começou dia 09 de maio e terminou dia 19 de maio, com todas as baterias acontecendo no Postinho da Barra da Tijuca. Ninguém parecia entender porque escolher o Postinho da Barra e suas ondas inconstantes em vez de privilegiar picos mais consistentes e com ondas melhores, como Saquarema, Itacoatiara, Prainha ou outras tantas ondas boas do Estado do Rio, mas a verdade é que as ondas estavam lá, e as notas altas também, o que comprova que o Postinho mais uma vez representou. Mas que colocar o evento na porta do prefeito e do governador do Rio foi uma opção mais “política”, isso foi. 
Ainda falando em políticas, é muito triste ver que as marcas continuam com essa prática medonha de não bancarem os eventos do próprio esporte de onde tiram seus (grandes) lucros. O evento do Rio, mais uma vez, quem bancou foi o Governo do Estado, e não a Billabong, mas essa levou todo o nome e a identidade visual do evento. Um caso clássico do protecionismo da ASP com as 3 grandes marcas do surf e também um caso clássico da famosa proposta Caracú, onde a Billabong entra com a cara e o governo do Estado entra com, bem, melhor deixar isso pra lá e ir direto ao evento.
O evento começou dia 09, com ondas grandes, quase todas elas fechando muito e com uma correnteza muito forte. Quem pegou as ondas certas pegou ótimos tubos e marcou notas altas. Quem escolheu mal, levou várias vacas ou somou médias bem baixas. O destaque ficou por conta de Kelly Slater, Adriano de Souza, Adam Melling e Gabriel Medina. Aliás, só um parênteses. Adriano de Souza, Kelly Slater, Gabriel Medina, Filipe Toledo foram os melhores surfistas do evento.
Nos dias 10 e 11, somente as meninas foram pra água, e a australiana Tyler Wright levou a etapa com um surf forte e muito consistente. E não foi só a australiana que deu um show, as meninas todas mostraram um surf afiado e rolaram algumas performances de deixar muito marmanjo com inveja. Só faltou um pouco de onda para as meninas, pois mais uma vez só colocaram as garotas na água quando o mar piorou..


E o Joel Parkinson? Parece que a lycra de Nº 1 pesou demais para o australiano, que não passou do Round 3 no Rio. Acabou eliminado por Glenn Hall em uma bateria sem muito brilhantismo. O atual campeão do mundo tem um 2º lugar (Gold Coast) e dois 13º (Bells e Rio de Janeiro). Que o cara é um monstro, ninguém duvida. Mas no Rio de Janeiro o campeão mundial deixou um pouco a desejar.

QUARTAS
O último dia do evento valeu todos os dias de espera, todos os dias de mar flat e de diárias caras na cidade maravilhosa. O Postinho amanheceu com praia lotada e com um verdadeiro show de surf nas quartas de final do evento.

Já na primeira bateria do dia, Adriano de Souza x Kelly Slater. Adriano é um dos poucos caras que mexe com o psicológico de Slater. E o nosso Mineirinho sabe disso e sabe como usar isso a seu favor. A cada onda surfada pelo Adriano, a galera gritava e vibrava na areia. “Mineiro! Mineiro!” Slater parece que se incomodou com isso e viu um inspirado Adriano de Souza o atropelar em frente a uma praia lotada. Como disse o Julio Adler em seu texto na Hardcore, Adriano de Souza venceu os últimos cinco confrontos contra Slater, e isso não é para qualquer um. Slater s´[o saiu da água muitos minutos depois e foi aplaudido pela galera na praia. Mineiro 15.33 contra 12.30 de Slater.

Na segunda bateria das quartas, Gabriel Medina x Adrian “Ace” Buchan. O australiano começou bem a bateria e parecia que ia fazer a mala do brasileiro quando Medina pegou um ótimo tubo e mandou um aéreo forte na finalização: um 10 perfeito! Tanto a galera quanto os jornalistas vibraram muito. Adrian veio na onda de trás, uma esquerda um pouco menor, poucos segundos depois, e pegou um tubo longo. Poucos minutos depois, Medina e Buchan se envolveram em um momento confuso. Adrian dropou uma onda boa da série e Medina, certo de que tinha a prioridade, dropou na frente de Buchan acabando com as chances do australiano fazer qualquer nota maior. Na minha opinião, Medina tinha mesmo a prioridade naquele momento da bateria, mas os juízes, que são pagos para isso, se calaram e nada foi anunciado ou explicado (como de costume nos eventos da ASP). Uma atitude de falta de respeito com o público, que ficou sem entender, com o australiano, que se sentiu prejudicado e sem explicações e com a imprensa, que ficou "boiando". Adrian Buchan ficou puto e na área de entrevistas jogou sua prancha quase acertando Gabriel Medina. Pura ganância de Medina, que muitas vezes abusa nas disputas de onda e em situações de interferência? Omissão dos juízes e da ASP? O fato é que Medina surfou mais e passou para a semi com 16.43 contra 14.93 do australiano.

Sebastien Zietz x Mick Fanning fizeram grandes apresentações durante o rio Pro e travaram um belo duelo na terceira bateria das quartas. Seabass vinha fazendo grandes baterias e deu trabalho para Mick Fanning. As médias de ambos os surfistas foram um pouco baixas (13.37 de mick e 12.37 de Sebastien), mas Mick fanning mais uma vez provou que é um cara que erra muito pouco, venceu Seabass e também carimbou seu passaporte para a semi.

Na última bateria das quartas, Jordy Smith x Filipe Toledo. Filipinho, que até então vinha sendo um dos melhores surfistas do evento, nada pode fazer diante de um inspirado Jordy Smith, que venceu o duelo por 17.76 a 12.37.

SEMI

Na primeira bateria da semi, um confronto que deixou a torcida brasileira em êxtase. Adriano de Souza x Gabriel Medina. Mais do que a vaga na final ou os pontos no ranking, essa bateria colocou em disputa os dois maiores surfistas brasileiros da atualidade. E diga-se de passagem, essa foi uma das melhores baterias do campeonato. A cada onda, a cada troca de posição, a torcida gritava como se estivesse no Maracanã. O talento de Medina e a competência e a raça de Mineiro são incontestáveis. O fato é que apesar de toda vontade de Medina em vencer Adriano e provar que é ele o melhor surfista brasileiro, foi o Mineiro levou essa bateria e a vaga na final. Mal saiu da água e Medina já voltou pra água para descarregar toda a sua frustração em um freesurf desconcertante. 

Na segunda bateria da semi, Jordy Smith x Mick Fanning. Essa não foi uma bateria de muito brilho, o mar estava um pouco pior e quem aproveitou melhor foi Jordy smith, que estava um pouco mais determinado e venceu Mick Fanning por 14.83 a 8.26

FINAL

Adriano de Souza x Jordy Smith. O furacão brasileiro contra o tornado sul-africano. Apesar da enorme vantagem de Adriano, que já havia vencido Jordy Smith muitas vezes, nessa final o campeão foi mesmo o grandulão da África do Sul. Jordy mostrou o seu melhor surf nessa final e, ao contrário do que muitos falaram, ele realmente venceu a grande final. Tá certo que seu 9.33 foi realmente muito exagerado para uma onda de uma manobra só e um aéreo nem tão alto e nem tão difícil, mas de qualquer forma ele ganharia essa bateria  e o campeonato. 

Essa foi a terceira vitória de Jordy no tour, e a primeira longe de casa. Mineiro ficou com a 2ª colocação, mas saiu da etapa brasileira aplaudido de pé e com a liderança do ranking mundial. Essa foi a segunda final consecutiva de Adriano no Tour, o que faz dele o cara mais eficiente desse início de campeonato.

Slater venceu a primeira etapa do ano, na Gold Coast; Mineiro venceu a segunda, em Bells; E Jordy Smith venceu a terceira, aqui no Rio. Três etapas, três vencedores, e um inicio de ano bastante disputado.

Vale falar aqui da educação e da torcida do povo brasileiro, que torceu e muito tanto para os atletas nacionais quanto para os estrangeiros e aplaudiu de pé as boas ondas surfadas, independente da nacionalidade.

Todas as baterias botem ser assistidas no HEAT REVIEW 




BASTIDORES

A estrutura era bastante grande, e a princípio enchia os olhos, mas lá dentro não era tudo tão bonito assim. Alguns dos seguranças do evento eram os mais marrentos e os mais mal encarados de todo o WT, e às vezes parecia que eles tinham um certo prazer em barrar agressivamente qualquer um que não estivesse com a pulseirinha da cor certa. Aliás, malditas “pulseiras VIPs”, que privilegia convidados e amigos em vez de profissionais. Haviam VIPs demais para espaço de menos.

Jornalistas, fotógrafos e videomakers só podiam contar com o espaço reservado para a imprensa fazerem seus registros. Na praia as ondas volta e meia lavavam a galera e havia muita gente passando na frente das lentes. E nos lugares mais amplos, não era permitida a presença de fotógrafos e jornalistas (a não ser que você tivesse uma pulserinha verde). Todos estavam espremidos em uma plataforma que balançava demais enquanto as pessoas caminhavam. Nas fotos isso até que não atrapalhou tanto, mas para quem fez vídeo, foi ruim demais sentir o chão tremendo e balançando quando alguem passava. E não parava nunca de passar gente! Cerca de 300 pessoas estavam credenciados como imprensa. Haviam jornalistas, fotófragos, cionegrafistas e também fotógrafos de celular e jornalistas de facebook, sem falar na grande quantidade de gatinhas, lendas do surf e filhos de não sei quem que tinham acesso fácil à área de imprensa. Nos dias de chuva, deu pena de ver fotógrafos e cinegrafistas encharcados pela chuva que molhada TODA a área destinada aos fotógrafos. Eu quase fiz um registro dessa cena mas achei melhor não tirar minhas câmeras da mochila, primeiro para não perder meu equipamento de trabalho, e depois, para não expor os profissionais, que no mesmo instante em que abri a porta, me olharam todos com uma cara triste como se dissessem “onde viemos parar...”.

Outro ponto fraco desse evento  foi a internet para a imprensa. Simplesmente não funcionou direito e deixou muita gente na mão, sem poder acessar seus canais ou mandar material para os veículos. As marcas querem retorno de mídia, mas sem internet como isso é possível? Me desculpem os envolvidos, mas é completamente inadmissível um evento do porte do Rio Pro, que aconteceu em uma grande capital, não oferecer um serviço decente de internet.

O governo do estado já havia falado que patrocinaria o primeiro evento no Rio, mas que depois o pessoal da organização do evento deveria procurar por patrocinadores. Pois o governo já bancou o primeiro, o segundo e o terceiro evento no Rio enquanto a Billabong continua levando todo o nome e a identidade visual do evento. No Sul, em Santa Catarina, o governo já ciente da malandragem das marcas, diminuiu drasticamente o valor destinado aos eventos esportivos. Por lá, quem quiser fazer eventos, terá que pagar por isso. Se essa idéia pegar no Rio de Janeiro, a etapa brasileira pode balançar...

Lanche para quem passou o dia inteiro na praia fazendo imagens ou cobrindo o evento? Sem chance. Quem quisesse que fosse comer nos quiosques (caros e lotados) da Barra.  Kit com camiseta e boné do evento? Nem pensar. Os jornalistas que quisessem, podiam comprar na loja da Billabong com um desconto de 30% (??!!). Fui tentar pedir um kit desses para levar de presente para o pessoal de casa, mas não teve jeito. Mesmo sendo uma prática comum em todos os eventos do WT, no Rio nem isso rolou. Mas tudo bem, talvez eu só esteja sendo rabugento ou ranzinza, mas enfim, como dizia Geroge Orwell: "Jornalizmo é publicar algoque alguém não quer que seja publicado. todo resto é publicidade". Sei que é chato publicar coisas ruins, mas queria deixar claro que essas opiniões não são só minhas, escutei muita gente no espaços da imprensa reclamando bastante. Claro que a maioria não vai reclamar em suas matérias, pois seus veículos estão interessados demais nas verbas da Billabong, mas trabalhar sem estrutura, com uma internet ridícula e vendo dezenas de garotinhos e garotinhas desfilando na área de imprensa enquanto os profissionais da comunicação se acotovelavam para conseguir espaço, é no mínimo, desagradável. 

Aqui no Brasil, onde nosso povo paga uma nota para usar as bermudas de surf mais cara do planeta e bonés que custam mais de R$ 150, é triste ver algumas marcas sugando, abusando e inventando mil desculpas para não apoiar e nem patrocinar nada de relevante por aqui. Pior ainda, é ver essas mesmas marcas, que faturam milhões aqui no Brasil, deletarem importantes atletas de suas equipes e não pagarem seus próprios eventos com a velha desculpa furada de que a crise está afetando o setor. 

Reclamações a parte, a próxima etapa do tour acontece em Tavarua, Fiji, de 02 a 14 de Junho.

Resultado do Billabong Rio Pro 2013

1 Jordy Smith (Afr)
2 Adriano de Souza (Bra)

3 Gabriel Medina (Bra)
3 Mick Fanning (Aus)
5 Filipe Toledo (Bra)
5 Kelly Slater (EUA)
5 Adrian Buchan (Aus)
5 Sebastian Zietz (Haw)
13 Miguel Pupo (Bra)
25 Raoni Monteiro (Bra)
25 Alejo Muniz (Bra)
25 Ricardo dos Santos (Bra)
25 Messias Félix (Bra)
25 Gustavo Fernandes (Bra)

Ranking mundial do WCT depois de 3 etapas
1 Adriano de Souza (Bra) 18.500 pontos
2 Jordy Smith (Afr) 18.250
3 Mick Fanning (Aus), 18.200
4 Kelly Slater (EUA) 16.950
5 Taj Burrow (Aus) 15.700
6 Nat Young (EUA) 13.750
7 Filipe Toledo (Bra) 12.150
8 Joel Parkinson (Aus) 11.500
9 Michel Bourez (Tah) 11.000
10 Gabriel Medina (Bra) 10.000
22 Willian Cardoso (Bra) 5.700
23 Raoni Monteiro (Bra) 5.000
26 Alejo Muniz (Bra) 4.000

O artigo deletado do Surfline


Para quem não viu, o 'aclamado" site Surfline publicou um artigo pra lá de preconceituoso falando da atuação dos brasileiros no WT do Rio. Um artigo tão pobre e tão ridículo, que foi deletado do site em menos de 24 horas após a sua publicação. Felizmente essa matéria escrita por um indivíduo de idéias pobres, não escapou dos olhares atentos da galera do Inertia. E assim se vão anos e anos de puro preconceito em relação aos que não são americanos, havaianos ou australianos no tour da ASP. É triste, mas é verdade.
Quem quiser, pode ler direto no site da Inertia: http://www.theinertia.com/business-media/a-deleted-article-and-the-harmful-misrepresentation-of-brazilian-surfers/


A Materia que foi Excluída e os Perigos da Má Interpretação Sobre os Surfistas Brasileiros
Terça-Feira, 21 de Maio, 2013


Se você estava conectado como eu ao site Surfline.com ontem à noite para ler a cobertura do último dia do Billabong Rio Pro, você deve ter ficado surpreso ao encontrar uma estranha matéria sobre o comportamento dos surfistas brasileiros no campeonato. 

A matéria escrita por Matt Pruett se mostrou tão incendiária que logo foi retirada do site ontem à noite mesmo após os fóruns de discussão terem bombado com comentários condenando a mesma. Nas legendas, há uma nota: Nota do Editor: Após avaliar o feedback dos leitores, por deliberação interna, decidimos que a melhor maneira de contar a história da vitória de Jordy no Rio é com fotos e legendas. Fique atento para o próximo Power Rankings do Surfline relatando o desempenho individual de cada atleta do evento.

Claramente, algo estava estranho. Deixe-me explicar. Talvez o mais impressionante sobre a matéria, foi a maneira como ele tentou mascarar o preconceito fazendo uma analogia; bom policial / mau policial, primeiro, reconhecendo e abominando os estereótipos, para então autilizar os mesmos velhos estereótipos para justificar seus argumentos. Esta não éra uma matéria investigativa destinada a instigar as verdades duras ou o debate aberto. Os argumentos exigiriam um conhecimento da cultura e da história brasileira, assim como a maneira que funcionam estes estereótipos. Dito isto, não se pode qualificar a matéria como "racista" até porque "brasileiro" não é uma raça e sim uma nacionalidade. Esta retórica é impensada e discriminatória, proveniente do imperialismo cultural que (intencionalmente ou não) serve para demonizar uma classe ou tipo de pessoas, enquanto sutilmente justifica e valoriza outra. Eu não vou desperdiçar vosso tempo detalhando cada falsa acusação que Pruett fez, mas eu gostaria de destacar o que está escondido nas subliminares. Na matéria, ele pergunta retoricamente: "Então, por que os brasileiros têm tanta dificuldade em enterrar os estereótipos?" Pruett passa a responder à sua própria pergunta, descrevendo a forma como alguns surfistas se comportaram no último dia do Billabong Rio Pro.

Existem dois níveis de raciocínio falso neste argumento. O primeiro é que a responsabilidade recai sobre os brasileiros de alguma forma por quererem sempre provar aos outros que merecem respeito e valores iguais - presumivelmente Pruett e os outros literarios do surfe na América e na Austrália - os consideram como uma classe diferente da deles sem achar que isso seja um estereótipo. A segunda é a que determina que seria humanamente possível qualquer indivíduo estar isento de estereótipos. A definição de um estereótipo é; uma generalização grosseira com base em uma falsa correlação entre comportamento e biologia. Um indivíduo não pode provar nada com base em uma generalização (que é feita sobre o coletivo) nem pode provar ou refutar algo que é baseado em uma falácia. Pruett realmente se mostra quando escreveu que Adriano de Souza foi o "surfista mais comportado e humilde na praia." Então, por que esse comportamento não desmente seu próprio estereótipo? Porque, para aqueles fixados em suas crenças, sempre haverá casos que eles possam utilizar para justificar sua visão de mundo. Filipe Toledo e Gabriel Medina, por exemplo, não surfaram e não se comportaram nos níveis exigidos de contenção protestante e subserviência que Pruett esperava de alguém que não seja de Orange County, Sydney, ou de outras cidades de surfe da costa leste Americana. Preconceito, você vê, é como acreditar na existencia do Abominavel Homem das Neves. 

Não importa quantas evidências existam de que esse ser não existe, os verdadeiros crentes sempre irão encontrar "provas" que possam apoiar suas ilusões, porque eles querem encontrá-las a qualquer custo. Cientistas que conduzem experimentos, a fim de obter um conjunto de resultados desejados são chamados de charlatões. A parte que realmente féde de tudo isso é o duplo padrão aparentemente inconsciente utilizado para descrever os brasileiros. Quando Gabriel Medina surfa em sua bateria com um fervor competitivo a la Slater, ele é rotulado como muito ansioso e desrespeitoso. Quando Felipe Toledo exibe paixão e competitividade, que nos remete ao saudoso Andy Irons, ele é então considerado banal e pomposo. A questão não é o que os brasileiros dizem ou não dizem, é que, em vez de serem consideradas reações individuais de cada atleta, as reações são vistas e fortemente implícitas como sendo "o comportamento brasileiro." Se você assistir a qualquer uma das baterias do Billabong Rio Pro que ainda estão disponiveis on demand no site da Billabong, fica notável que esses argumentos são categóricamente falsos. Estou tão cansado de ouvir sempre a mesma velha conversa sobre os brasileiros e por que eles supostamente agem de determinadas maneiras. Minha teoria é que o assunto é muito menos sobre o comportamento real de muitos brasileiros e muito mais sobre o medo, frustração e desilusão dos criadores de opinião do mundo do surfe que estão testemunhando o esporte que amam tanto, passar por uma forte revolução gerada a partir de sua própria explosão demográfica. Vocês devem perguntar por que eu estou escrevendo uma critica tão dura e detalhada sobre uma matéria que relatava o comportamento brasileiro e que já foi excluida do site. A razão é que, independentemente da matéria de Pruett estar publicada em um site de renome ou arquivada em alguma pasta velha de seu computador, as idéias contidas nele, há muito tempo vem infectando o mundo do surfe. 

O fato ainda mais grave, é que o artigo de Pruett chegou a ser publicado. Não podemos esquecer que essas idéias flutuam entre todos nós. Nós não podemos erradicá-las ou apenas reconhecê-las como meia verdade. Temos que nos erguir como sociedade, como muitos já o fizeram em fóruns do Surfline, e deixar claro que não vamos tolerar mais isso. Eu não tenho nenhuma ligação pessoal com os brasileiros, alem da sensação de que todas as vezes que pessoas de pele escura e traços "étnicos" participam de um evento dominado por uma cultura de tez mais clara "anglo-saxonica", prevalece sempre uma olhar suspeito, uma ar hostil e preconceituoso ondeem cada advertência, esconde-se o pressuposto de que, com base em minhas características biológicas inatas, eu não pertenço a este grupo. 

Cada vez que um brasileiro é criticado por alguma violação arbitrária de regras de conduta veneráveis como: ser muito expressivo, ou competir com demasiada paixão, eu ouço um unico discurso: "Você está praticando o nosso esporte, e você terá que se submeter a nossas regras." Se Pruett e Surfline realmente acreditam nisso, e se tiverem retirado o artigo de Pruett apenas para se livrar de maiores problemas, enquanto eles ainda realmente apoiam as ideias subjacentes, então essa conversa se encerra aqui. 

Ninguém nunca mais vai mencionar brasileiros na Surfline novamente, e a cultura vai manter sua atual cepa de surdo fanatismo. Mas se eles realmente não endossam a questão, e eu gostaria de acreditar que realmente eles não a endossam, então terão a oportunidade de iniciar um diálogo real. Talvez com um pedido de desculpas. Todos estão sucetiveis a erros e acertos, mas já é hora dos formadores de opinião do mundo do surfe se levantarem denunciarem a intolerância.

Traduzido por: Isaac Achê 



Eis aqui a matéria original do Surfline, enviada pelo nosso amigo Vinicius maciel






Transworld Surf, Surfer Magazine e Surfing Magazine agora são todas propriedade da Grindmedia



Novidade na mídia internacional e no mercado editorial. As revistas Transworld Surf, Surfer Magazine e a Surfing Magazine agora são propriedade da Grindmedia, uma divisão da Source Interlink Media.
A Grindmedia anunciou a aquisição das revistas esportivas da Bonnier Corporation, e dentre os títulos que mudarão de mãos estão a Transworld Surf, Transworld Snowboarding, Transworld Skate, Transworld Ride BMX, Transworld Motocross e Transworld Business, o que envolve um volume gigantesco (300 milhões segundo o comunicado de imprensa) de leitores e entusiastas. 
Fonte: Inertia 

17 de maio de 2013

Freesurf de luxo no Rio de Janeiro

Michel Bourez

As gatas do Rio

 Kolohe Andino

 Sebastien Zietz

 Michel Bourez


 Glenn Hall

 Evento filmado de todos os lados. Inclusive do céu.

 Gabriel Medina é um dos surfistas mais assediados desse campeonato

 Um dos personagens mais fotografados no evento

 Mick Fanning

Praia da Macumba

Surf Feminino em alta no Rio

Visual da Prainha

Rio 40°

O shaper paraibano Willian Meira testando seus foguetes na Prainha

Vi a policia ambiental tirar duas tartarugas que estavam presas em uma rede de pesca clandestina. Uma das tartarugas eles conseguiram salvar, mas essa última infelizmente não resistiu.

Ulisses Meira voando na Prainha

16 de maio de 2013

Rio Pro 2013 - Free Moments I

Postinho mosrando seu potencial no primeiro dia do evento. A organização da etapa poderia facilmente ter aproveitado melhor as condições do mar para fazer o Round 2.

Jeremy Flores andando por dentro das ondas do Postinho


Raoni Monteiro lutou mas ainda terá que disputar a vaga na repescagem do Round 2

Occy dando aquela "secada" na bateria do Gabriel Medina

Já estamos no 8º dia de evento e até agora, do surfe masculino, só rolou o Round 1. Só o Cristo salva...


Final de tarde no Arpoador. Sempre classico!

Julian Wilson fotografando os saguis do Pão de Açucar

"Não dei autografo para o Julian Wilson porque aquela bateria contra o Gabriel Medina foi pura macaquice!" - Sr Sagui da Mata

Com tantos dias sem evento no Rio, os tops aproveitaram para fazer um city tour pela cidade. Aqui Glenn Hall, Matt Wilko, Adrian Buchan, Michel Bourez e Julian Wilson amarradões no Pão de Açucar.

Gabriel Medina dando as cartas no freesurf do Postinho

Samuel Igo - Postinho

Gabriel Medina entocado. Ninguem entubou como ele na bancada do Postinho


Phil Rajzman em dois momentos. E como sempre, fazendo com o pranchão o que muita gente não faz com a pranchinha

Alejo Muniz voando alto quase em frente ao Pepê

Praia da Macumba

Surf Bus

10 de maio de 2013

Billabong Pro Round 1

Round 1 masculino finalizado no postinho da Barra da Tijuca. Com um mar de condições dificeis, com muita correnteza e com as ondas fechando bastante, o rimeiro round do evento proporcionou alguns momentos espetaculares dos atletas da elite.

Ricardo dos Santos, atleta local da Guarda do Embaú, venceu o trials e se classificou para o evento principal.

Kelly Slater, Adriano de Souza, Gabriel Medina e Adam Melling foram os destaques do Round 1. Medina e Slater fizeram as maiores somatórias do dia.

Dos brasileiros somente Adriano de Souza e Gabriel Medina se classificaram direto para o Round 3. Alejo surfou a primeira bateria do dia e não deu sorte, acabou perdendo para o norte-americano Pat Gudauskas. Mineiro achou bons tubos e passou fácil ara o Round 3 do evento. Ricardinho, o vencedor do trials, acabou perdendo para o havaiano Sebastien Ziets no Round 1 e agora enfrenta Taj Burrow na repescagem. Filipe Toledo também não deu muita sorte e acabou perdendo para Mick Fanning. Joel Parkinson surfou bem e venceu Messias Felix e Miguel Pupo. Slater deu show e venceu Gustavo Fernandes. Outro que deu show foi o Gabriel Medina. Sobrou surf pro Medina. Raoni Monteiro perdeu para Nat Young. do evento est

A estrutura do evento é linda e realmente grande, mas internet ruim mais uma vez é até uma falta de respeito para com os jornalistas envolvidos. Sinal fraquíssimo (quando tinha) foi uma reclamação geral na área de imprensa. Por sinal, pequena demais a área de imprensa. Todo mundo amontoado em um piso que balança demais. Vai entender...

Veja mais direto no site do evento http://wctbrasil.com/rio13



BILLABONG RIO PRO ROUND 1 RESULTS:
Heat 1: Patrick Gudauskas (USA) 11.50, Josh Kerr (AUS) 10.27, Alejo Muniz (BRA) 1.40
Heat 2: Adriano de Souza (BRA) 12.07, Yadin Nicol (AUS) 7.56, Matt Wilkinson (AUS) 1.83
Heat 3: Sebastian Zietz (HAW) 15.66, Ricardo dos Santos (BRA) 8.93, Taj Burrow (AUS) 8.67
Heat 4: Mick Fanning (AUS) 13.20, Filipe Toledo (BRA) 8.27, Jack Freestone (AUS) 7.96
Heat 5: Joel Parkinson (AUS) 13.34, , Messias Felix (BRA) 9.83, Miguel Pupo (BRA) 2.47
Heat 6: Kelly Slater (USA) 16.30, Kieren Perrow (AUS) 4.63, Gustavo Fernandes (BRA) 1.46
Heat 7: Glenn Hall (IRL) 15.46, Travis Logie (ZAF) 10.00, Julian Wilson (AUS) 1.46
Heat 8: Gabriel Medina (BRA) 18.00, Dusty Payne (HAW) 7.26, Damien Hobgood (USA) 4.04
Heat 9: Nat Young (USA) 11.46, Raoni Monteiro (BRA) 9.74, Jeremy Flores (FRA) 9.37
Heat 10: Jordy Smith (ZAF) 16.94, Adam Melling (AUS) 12.44, Kai Otton (AUS) 5.53
Heat 11: Bede Durbidge (AUS) 11.27, Michel Bourez (PYF) 9.77, Brett Simpson (USA) 9.27
Heat 12: Kolohe Andino (USA) 12.43, Adrian Buchan (AUS) 8.56, C.J. Hobgood (USA) 7.43


BILLABONG RIO PRO ROUND 2 MATCH-UPS:
Heat 1: Taj Burrow (AUS) vs. Gustavo Fernandes (BRA)
Heat 2: Josh Kerr (AUS) vs. Messias Felix (BRA)
Heat 3: Julian Wilson (AUS) vs. Jack Freestone (AUS)
Heat 4: Jeremy Flores (BRA) vs. Ricardo dos Santos (BRA)
Heat 5: Michel Bourez (PYF) vs. Yadin Nicol (AUS)
Heat 6: C.J. Hobgood (USA) vs. Dusty Payne (HAW)
Heat 7: Adrian Buchan (AUS) vs. Raoni Monteiro (BRA)
Heat 8: Kai Otton (AUS) vs. Adam Melling (AUS)
Heat 9: Damien Hobgood (USA) vs. Brett Simpson (USA)
Heat 10: Travis Logie (ZAF) vs. Kieren Perrow (AUS)
Heat 11: Alejo Muniz (BRA) vs. Miguel Pupo (BRA)
Heat 12: Matt Wilkinson (AUS) vs. Filipe Toledo (BRA)

6 de maio de 2013

Vai começar o Billabong Rio Pro 2013



Nessa quarta-feira, 8 de maio, começa o Billabong Rio Pro, a 3ª etapa do circuito mundial de 2013. O evento acontece na Cidade Maravilhosa e tem duas opções de praia para rolar o evento: o Postinho da Barra da Tijuca ou o clássico point do Arpoador. Em jogo estão 500.000 dólares de premiação e os primeiros pontos depois da perna australiana do tour.

John John Florence (campeão do ano passado) Owen Wright, Fred Pattachia e Tiago Pires não vem ao Rio e estão fora dessa etapa por causa de contusões. Bom para o Brazilian Storm Team! Adriano de Souza, Gabriel Medina, Miguel Pupo, Alejo Muniz, Filipe Toledo, Raoni Monteiro e Willian Cardoso estão prontos para a etapa e prometem lutar com unhas e dentes pelo título do Rio Pro 2013. Messias Felix (campeão brasileiro) e Gustavo Fernandes (campeão carioca) também participam da etapa. Willian Cardoso, Simão Romão e Jerônimo Vargas competem pela última vaga do evento.

Kelly Slater já confirmou sua presença, assim como Taj Burrow e mick Fanning. Os três primeiros nomes do ranking 2013 não vão dar mole né? Ano passado Kelly não veio ao Rio e esse descarte acabou custando o 12º título mundial de Slater.

As meninas também aguardam para entrar na água. Com patrocinador novo, o Colgate Plax Girls Rio Pro também promete um show de surf, mesmo com a ausência de Steph Gilmore. A 5x campeã mundial avisou que não vem ao Rio devido a uma contusão.

Fiquem ligados pois o evento deve começar já no 1º dia de janela de espera, afinal as previsões prometem ótimas ondas nesse início de evento.

O SurfOnLine estará lá, cobrindo o evento e fazendo imagens exclusivas da beira da praia.




BILLABONG RIO PRO - ROUND 1:

Heat 1: Josh Kerr (AUS), Alejo Muniz (BRA), Patrick Gudauskas (USA)
Heat 2: Adriano de Souza (BRA), Matt Wilkinson (AUS), Yadin Nicol (AUS)
Heat 3: Taj Burrow (AUS), Sebastian Zietz (HAW), TBD
Heat 4: Mick Fanning (AUS), Filipe Toledo (BRA), TBD
Heat 5: Joel Parkinson (AUS), Miguel Pupo (BRA), TBD
Heat 6: Kelly Slater (USA), Kieren Perrow (AUS), TBD
Heat 7: Julian Wilson (AUS), Travis Logie (ZAF), Glenn Hall (IRL)
Heat 8: Gabriel Medina (BRA), Damien Hobgood (USA), Dusty Payne (HAW)
Heat 9: Jeremy Flores (FRA), Nat Young (USA), Raoni Monteiro (BRA)
Heat 10: Jordy Smith (ZAF), Kai Otton (AUS), Adam Melling (AUS)
Heat 11: Michel Bourez (PYF), Bede Durbidge (AUS), Brett Simpson (USA)
Heat 12: C.J. Hobgood (USA), Adrian Buchan (AUS), Kolohe Andino (USA)

COLGATE PLAX GIRLS RIO PRO - ROUND 1:


Heat 1: Lakey Peterson (USA), Bianca Buitendag (ZAF), Rebecca Woods (AUS)
Heat 2: Sally Fitzgibbons (AUS), Paige Hareb (NZL), Sage Erickson (USA)
Heat 3: Carissa Moore (HAW), Silvana Lima (BRA), TBD
Heat 4: Tyler Wright (AUS), Malia Manuel (HAW), Phillip Anderson (AUS)
Heat 5: Courtney Conlogue (USA), Laura Enever (AUS), Alize Arnaud (FRA)
Heat 6: Coco Ho (HAW), Alana Blanchard (HAW), Pauline Ado (FRA)