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9 de setembro de 2018

GABRIEL MEDINA E CARISSA MOORE SÃO OS CAMPEÕES DO SURF RANCH PRO

Gabriel Medina, Campeão do Surf Ranch Pro 2018 e vice-líder do ranking. Foto WSL/Cestari


Por: Dadá Souza

O brasileiro Gabriel Medina e a havaiana Carissa Moore foram os grandes campeões do Surf Ranch Pro 2018, a 8ª etapa do circuito mundial da WSL. Essa foi a segunda vitória consecutiva de Gabriel Medina esse ano e a sétima vitória do Brasil em 8 eventos disputados.

Depois de 8 etapas, o circuito mundial segue completamente dominado pelos brasileiros. Gabriel Medina venceu 2 etapas, Filipe Toledo venceu 2 etapas, Italo Ferreira venceu duas etapas e Willian Cardoso venceu uma. Os brasileiros só não tiveram a chance de vencer a primeira etapa porque Tomas Hermes foi prejudicado no julgamento. Filipe Toledo é mais líder do que nunca e segue reto e direto para seu objetivo de vencer o título. Gabriel Medina segue na sua cola com um ritmo inpressionante e um retrospecto pra lá de excelente nessas últimas 3 etapas que restam. Essa briga vai ser muito boa e só um milagre tira esse título do Brasil. Julian Wilson continua na terceira posição do ranking, mas verdade seja dita, apesar de Julian ser um surfista talentoso e muito acima da média (inclusive na elite), tem bastante gente surfando melhor do que ele esse ano. 

O Surf Ranch Pro foi um passo inédito na história do surf mundial. Já havíamos visto campeonatos em piscinas a muito tempo atrás, mas essa foi a primeira vez que uma etapa do circuito mundial da WSL aconteceu em uma onda artificial de alta performance e com um novo formato de competição. Uma mudança e tanto no sempre tão conservador circuito mundial de surf. Muita gente gostou e muita gente não gostou, o fato é que o evento rodou redondinho (tirando aquele episódio de mandarem repetir as ondas) e teve um saldo mais positivo do que negativo.

Ninguém pode reclamar que não teve onda. Muita gente comentou que gostaria de ver sessões com mais personalidade nessa onda do Kelly, mas não só as ondas estavam lá como tinham hora exata para quebrar e sessões de tubo e de manobra. Todo mundo surfou na mesma condição e as ondas eram rápidas, perfeitas e, de certa forma, desafiadoras. Não teve quem não queimou as pernas tentando vencer a locomotiva. 

A WSL também entrou para a história ao decretar que homens e mulheres receberão a mesma premiação em dinheiro. Em um esporte tradicionalmente comandado e administrado por homens, surpreendeu o reconhecimento da igualdade. Justíssimo, até porque nessa mesma piscina de ondas algumas mulheres definitivamente surfaram melhor que alguns homens. Ponto para a WSL. 

Depois de dois dias de apresentações, os finalistas foram Gabriel Medina, Julian Wilson, Filipe Toledo, Owen Wright, Kanoa Igarashi, Miguel Pupo, Sebastian Zietz e Kelly Slater. Julian e Kelly chegaram às finais deixando muita gente desconfiada do julgamento e da lesão de Slater, que ninguém sabe se ainda existe, já que ele vem surfando e competindo quando quer.

PRIMEIRA RODADA

Sebastian Zietz (HAW), Miguel Pupo (BRA), Kelly Slater (USA) e Owen Wright (AUS) surfaram com dificuldade e acabaram cometendo erros fatais em suas primeiras ondas. Filipe Toledo (BRA) foi o primeiro a surfar bem, fez uma boa esquerda de 13 manobras e caiu antes de chegar no tubo. Na direita Filipinho fez 4 manobras, surfou um tubo de 11 segundos, fez 3 manobras fortes, pegou um tubo profundo e deu um aéreo rodando no final da onda e marcou 8.33. Foi o primeiro a finalizar a direita sem erros. Kanoa Igarashi (JAP) não fez uma boa esquerda e caiu na metade do percurso. Na direita ele surfou muito bem mas caiu no aéreo de finalização e marcou 8.17. Kanoa ganhou uma nota excelente em uma onda incompleta, coisa que até então não tinha acontecido. Julian Wilson (AUS) fez uma sequencia de 13 manobras meio burocráticas e errou o aéreo no final e marcou 5.73. Na direita Julian caiu no primeiro tubo sem mostrar nada demais. Gabriel Medina (BRA) errou logo no começo da sua primeira esquerda. Na direita Medina fez 3 manobras, pegou um excelente tubo de qw segundos, fez uma sequencia de manobras fortes, entubou no inside e deu um aéreo rodando no final e marcou 8.73. A primeira rodada terminou com Filipe em 1º, Kanoa em 2º, Gabriel Medina em 3º e Kelly Slater em 4º. Entre as meninas Carissa Moore fez incríveis 8.33 e 9.00 e saiu na frente, com Lakey Peterson ficou em 2º, Caroline Marks em 3º e Stephanie Gilmore em 4º.

SEGUNDA RODADA

Sebastian Zietz surfou a esquerda de um jeito meio burocrático e caiu na metade do percurso. Na direita Seabass fez sua primeira boa onda, só caiu na finalização e marcou 7.90. Passou de 8º para 2º. Miguel Pupo surfou uma ótima esquerda, destruiu sua onda, levantou a torcida e marcou 8.13. Na direita Miguelito errou no primeiro tubo e não fez uma boa onda. Kelly Slater errou logo no início da esquerda. Na direita Kelly surfou como nos velhos tempos e fez 8.60. Com essa onda Slater passou de 4º para 2º. Owen Wright surfou uma ótima esquerda, só errou a manobra de finalização e marcou 7.43. Trocou a nota. Na direita Owen foi mais burocrático e acabou caindo dentro do primeiro tubo. Filipe Toledo tinha que trocar 6.83 na sua esquerda. Surfou agressivo, rápido, mas não saiu do tubo e marcou 6.20. Na direita Filipe foi monstruoso e surfou a melhor onda de todo o campeonato, deveria ter ganhado uma nota 10 unânime e marcou 9.80.  Pouco mais de um ponto de diferença entre as ondas do Kelly e do Filipe foi algo tão feio que expôs os juízes ao ridiculo. Kanoa Igarashi caiu na esquerda e fez uma boa direita, mas não trocou suas notas. Julian Wilson surfou burocrático demais na sua esquerda, alisou demais telegrafando o aéreo do final, e caiu na manobra de finalização. Na direita Julian até fez uma boa onda, mas caiu na finalização. O vice-lider do ranking foi para a última colocação. Gabriel Medina precisava fazer uma boa esquerda, surfou um pouco mais seguro, finalizou com um aéreo kerrupt no final da onda e marcou 8.53. Na direita surfou com muita potência, entubou fundo e com muita técnica, mas caiu na última manobra.  Medina finalizou a segunda rodada na 1ª colocação, com Filipe Toledo em 2º, Kelly Slater em 3º e Sebastian Zietz em 4º. Entre as meninas Carissa Moore melhorou suas notas e disparou na liderança. As demais posições não se alteraram.

Depois disso alguém falou que as ondas não foram iguais para todos  e que os e as surfistas teriam o direito de surfar novamente para a esquerda. Problemas com o vento? Com o fluxo de agua? Com o operador da maquina? Para variar ninguém falou nada. Quem se beneficiou com a onda extra foi Kanoa Igarashi, que de 5º passou para 3º, rebaixando Kelly e Sebastian Zietz, e Gabriel Medina, que já estava em 1º e melhorou sua nota na esquerda ampliando a sua vantagem. 

TERCEIRA RODADA 

Sebastian Zietz bem que lutou para tentar surfar bem, mas simplesmente não conseguiu. De qualquer maneira fez sua melhor nota na esquerda na competição: 7.17 e finalizou a etapa na 7ª colocação. Miguel Pupo tinha 8.13 na esquerda, surfou uma boa onda, mas errou na finalização e não melhorou sua nota. Na direita Miguel Pupo tinha 4.83, uma nota fácil de trocar, mas caiu no primeiro tubo e não conseguiu trocar sua nota e terminou o evento na 8ª colocação.  Kelly Slater surfou uma ótima esquerda, sua melhor esquerda no evento. Kelly precisava de 9.13 para superar a onda de Medina, mas marcou 7.67. Na direita Kelly não foi bem e terminou a etapa na 3ª colocação, seu melhor resultado no ano. Owen Wright, que vinha sendo um dos melhores surfistas da competição nos primeiros dias, muito pouco mostrou nas finais. Na esquerda Owen caiu logo no início da onda e na direita fez uma onda boa mas um tanto conservadora e ganhou 7.97 pontos e terminou o evento na 5ª colocação. Filipe Toledo precisava melhorar um 6.83 na esquerda, surfou bem e com muita pressão, mas caiu no aéreo de finalização. Marcou 7.23. Na direita Filipe não conseguiu melhorar sua onda. Filipe terminou o evento na 2ª colocação e continua na liderança do ranking. Kanoa Igarashi surfou mal na esquerda, surfou mal na direita e não conseguiu melhorar sua posição e terminou o evento na 4ª colocação. Julian Wilson que não fez nenhuma boa apresentação nas finais, foi para a esquerda precisando melhorar um 6,57, não conseguiu e com isso o título da etapa foi para o brasileiro Gabriel Medina, que se consagrou Campeão do Surf Ranch Pro. 

Entre as meninas Carissa Moore fez uma campanha espetacular no Surf Ranch e foi a grande campeã do evento surfando com grande competência. Stephanie Gilmore surfou uma excelente direita, fez 8.87 e ficou na 2ª colocação. Lakey Peterson ficou em 3ª e Caroline Marks (USA) na 4ª colocação.

Filipe Toledo, vice-campeão do Surf Ranch Pro 2018 e líder do ranking. Foto WSL/Cestari

OS PONTOS FRACOS DO EVENTO

Como ainda estamos vendo os primeiros eventos em piscinas com onda, muita coisa ainda precisa melhorar, por isso listamos aqui as principais reclamações do público sobre o evento.

Uma das coisas que a galera na web mais reclamou é que na piscina não tem aquela emoção da entrada da série, não tem disputa de onda, nem briga pela prioridade, nem se testa o posicionamento dos surfistas. Tudo é muito mecânico, muito igual, muito perfeitinho, mas sem sal e, principalmente, sem pimenta. Talvez ainda precisemos nos acostumar com o surf fora da sua natureza. 

Um dos maiores problemas desse evento, segundo os competidores, é que simplesmente não dava para treinar, nem fazer aquele surf matinal de aquecimento, muito menos testar quilhas ou pranchas. Sem poder treinar antes da competição, só conseguiu entrar em sintonia com as ondas quem já tinha experiência na piscina. Isso na oitava etapa do tour, com tanta gente precisando desesperadamente de pontos para se classificar para o ano que vem. Muita gente ficou mal da cabeça.  Se a gente levar em consideração que o Kelly já fechou Fiji antes de uma etapa para que ninguém mais pudesse treinar, não é surpresa ele fazer isso em sua própria piscina.

As ondas também deixaram muita gente confusa. Apesar de serem todas iguais, definitivamente não eram todas iguais. Algumas eram maiores e algumas menores. Não se sabe se foi por causa do vento, do fluxo de água ou se era coisa de quem operava a máquina. Ainda sobre as ondas, a piscina aparentemente seguiu a mesma regra do restante do circuito e valorizou bem mais as direitas. Impossível não admitir que as direitas da piscina são muito melhores do que as esquerdas.

As ondas perfeitas do Surf Ranch devem ser ótimas para se surfar. Ninguém duvida disso. Mas para quem assistiu o evento foi um pouco monótono. Ondas sempre iguais, muita propaganda e muito pouca emoção. Faltou colocarem as notas na tela e faltou de vez em quando repetirem as melhores ondas para que todo mundo pudesse comparar melhor as ondas e as notas. Não se sabe se foi esquecimento ou se foi proposital, afinal o surf tem um público apaixonado, que analisa criticamente o julgamento da WSL na web e isso tem desagradado o "dono" da WSL. 

As ondas do Surf Ranch também receberam críticas. São lindas, perfeitas e velozes. Por outro lado, são ondas leves, rápidas demais, burocráticas demais e que nem sempre proporcionam grandes manobras. Raros foram os surfistas que conseguiram inverter o bico da prancha em suas rasgadas. Definitivamente surfar bem nessas ondas não para qualquer um. A diferença entre os melhores do tour para os coadjuvantes, que já é enorme, se acentuou bastante.

Surfar na onda artificial do Surf Ranch é muito diferente do que surfar no oceano. Na piscina você sabe que vai surfar, sabe que a onda vai entrar e precisa e que você precisa planejar muito bem a linha de surf para aproveitar as muito bem definidas sessões de cada onda. Alguns não entenderam isso.

No meio de um circuito mundial da WSL essa etapa pareceu meio perdida. Outro formato, outro tipo de onda, outras regras.... Mas definitivamente é uma ideia que pode ser adotada com sucesso pelos jogos olímpicos e uma ótima oportunidade para se criar um circuito paralelo. 


O JULGAMENTO 

Com ondas tão iguais, o julgamento perde muito da subjetividade (pelo menos deveria) e a performance dos atletas é o que faz a diferença. Sem precisar se preocupar com as ondas, os juízes teoricamente podem prestar mais atenção nos detalhes e descontar todos os erros cometidos, tal qual acontece na ginástica olímpica. Mas a verdade é que uma dúvida ficou no ar: será que podemos dizer que os juízes da WSL estão acompanhando a evolução do surf? 
Compara aí o 9.80 do Filipe Toledo com as notas mais altas de seus adversários e isso fica claro como o sol. 

O julgamento, que já vinha sendo o Calcanhar de Aquiles da WSL desde os tempos da ASP, continua colocando em cheque a credibilidade do circuito para muita gente. Não são poucos os confrontos que tem seu resultado questionado e cercados de polêmica. No Surf Ranch Pro, com ondas aparentemente iguais para todos, o julgamento mostrou a mesma inconsistência das outras etapas e muitos resultados foram questionados e ridicularizados na internet. Nem os atletas, nem os jornalistas, nem o público está entendendo.

A próxima etapa acontece de 03 a 14 de outubro na França.

Confira aqui como ficou o ranking atualizado após 8 etapas:






18 de setembro de 2013

Baterias polêmicas



Por: Dadá Souza

Antes de falar sobre um evento de ondas minúsculas, ruins e com um julgamento que ninguém consegue entender, pois os critérios e as escalas mudam demais (principalmente dependendo de quem está na água), quero falar que mesmo acompanhando o surf profissional e os campeonatos há mais de uma década, eu não sou juiz e (pelo jeito) não entendo muito de julgamento. Acabei de rever muitas baterias pelo ON DEMAND e gostaria de perguntar aos juízes da ASP algumas coisas: Se é que existem critérios sérios no julgamento da ASP.

Foram muitas as baterias que chamaram a atenção por seus julgamentos imprecisos ou esquisitos. Vou publicar aqui para ver se alguém consegue explicar.

ROUND 2
FREDRERICK PATACCHIA (17.43) x  MIGUEL PUPO (13.74)
Freddy P abriu a bateria com uma boa direita, executou uma excelente primeira manobra, uma chinelada com força no lip, seguida de duas manobras fracas e finalizou com uma batida na junção. Patacchia marcou 8.50.
Miguel Pupo fez sua 1ª nota em uma esquerda bem pequena, deu um floater funcional, embalou e mandou um aéreo rodando muito alto, que por sinal é uma manobra que o Patacchia talvez nem saiba executar em tais condições, e ganhou 6.87.
A segunda onda do Freddy P, o havaiano executou quatro rasgadas de backside em uma direita da série, todas mais burocráticas do que talentosas e finalizou com uma batida na junção e ganhou 8.93.
Na última onda do Miguel Pupo, a brasileiro desferiu 7 manobras. Começou com um floater e sem perder velocidade, uma rasgada invertendo toda a prancha,  na sequencia um tail slide 360, 3 manobras insignificantes e finalizou com um segundo tailside 360 na areia, uma onda que deveria valer pelo menos 2 pontos a mais do que a segunda onda de Patacchia. Mas ganhou 6.87.
O que foi valorizado nessa bateria? O tamanho das ondas? Voltamos aos anos 80 onde rasgadas de backside ganham de manobras progressivas? Que critério os juízes usaram para julgar essa bateria? Acho que não entendi o  julgamento. Miguel Pupo foi mais criativo, mais ousado, mais progressivo e usou um repertório de manobras maior, mas perdeu a bateria e a vaga para o Round 3.

ROUND 3
CJ HOBGOOD (15.30) x GABRIEL MEDINA (14.87)
Medina abriu a bateria com uma direita bem pequena, mas que rendeu 7 batidas de backside e uma rasgada. Medina foi até a areia, finalizando a onda com uma batida na junção e ganhou uma nota 8.
CJ deu sua resposta na onda de trás, surfou mais lento, com um approach menos radical e mais burocrático e ganhou uma nota 7.50. Muita gente achou que essa onda deveria valer pelo menos um ponto e meio a menos, mas os juízes valorizaram.
Medina em sua segunda onda escolheu outra direita bem pequena, mandou 4 batidas de backside, a segunda delas não muito limpa e finalizou a onda com um tailslide de backside. Ganhou 6.87.
Nessa hora CJ Hobgood deu o seu tradicional showzinho (sempre contra o Medina). Reclamou, xingou, deu soquinho na água e pediu nota. 
Em sua última onda deu dois floaters de backside, 3 batidinhas, uma rasgada e uma batida na junção. Outra onda muito mais burocrática do que talentosa, e ganhou 7.80.
Ficou a impressão que o surf ultrapassado de CJ (nas merrecas, claro) foi mais valorizado, e que o Medina foi julgado não pelo que ele fez, mas pelo que ele poderia ter feito.  CJ escolheu ondas maiores e melhores, enquanto Medina fez uma escolha de ondas muito ruim. Mas analisando as manobras, fica difícil de dar a vitória ao CJ. O que foi valorizado nessa bateria? Floaters em trestles? A escolha de ondas? Ou talvez o Medina esteja sendo punido por causa de tanto choro e de tantas reclamações dele e de sua família?

ROUND 3
KELLY SLATER (14.80) X PATRICK GUDAUSKAS (14.80)
Patrick Gudauskas abriu a bateria com duas batidas de backside deslizando um pouco a rabeta, onde ficou até um pouco preso no lip, uma rasgada fraca e uma finalização também fraca (e não completa) e ganhou 8.50. Uma nota que a meu ver, parece ter saído mais pelos gritos da torcida do que pelas manobras.
Slater em sua primeira onda deu uma forte rasgada tailslide, um forte cutback e um air reverse na finalização, uma onda bem mais forte, mais radical e mais criativa que a onda de Pat Gudauskas, mas ganhou 7.70.
Slater em sua segunda onda pegou uma direita menor, mandou duas manobras fracas e finalizou com um pequeno aéreo na junção e marcou 7.10.
Gudauskas ainda pegou uma boa direita que começou com uma ótima primeira manobra, duas manobras funcionais e uma forte rasgada e marcou 7.07. Essa onda me pareceu melhor que a sua primeira onda, mas os juízes acharam que não.
O que foi valorizado nessa bateria? Os gritos da torcida local, que estava com Pat Gudauskas? Bem, talvez ter tirado Slater do evento tão cedo tenha mesmo colocado um pouco mais de tempero na corrida pelo título mundial de 2013. Mas o julgamento, eu não entendi.

ROUND 3
JULIAN WILSON (17.03) x FILIPE TOLEDO (16.07)
Filipe Toledo começou com uma onda pequena, mas de 7 manobras. Começou com um cutback, mandou uma batida, um forte rasgadão, um aéreo rodando, um tail slide, outra forte rasgada e finalizou a onda com um cutback. Marcou 8.17.
Julian em sua primeira nota mandou quatro rasgadas e finalizou com uma batida na junção. Uma onda bem pior que a 1ª onda do Filipinho, mas que valeu 7.93, uma nota muito próxima.
Filipe Toledo em sua 2ª onda pegou uma esquerda, mandou um bom aéreo rodando de backside já na primeira manobra e uma batida de backside e ganhou 7.90. Essa também foi uma onda melhor que a 1ª onda de Julian, mas ganhou somente 7.90.
Em sua última onda, Julian mandou um ótimo aéreo rodando de backside, duas rasgadas e duas batidas e levantou a galera na praia. Ganhou 9.10.
Julian talvez seja o cara que mais baterias ganhou de presente na história do surf moderno e casualmente, quase sempre contra surfistas brasileiros. É um ótimo surfista, um grande talento, mas tem recebido mais notas do que tem merecido. Sua última onda foi excelente, mas sua vitória foi mais um presente dos juízes.

Tiveram outras baterias de julgamento confuso, onde jornalistas e publico ficaram sem entender, mas vou ficar nessas.  

No Round 4 também fiquei na dúvida: Porque uma onda com 5 rasgadas pequenas de backside valem 7.83 (Kai Otton) e uma onda com uma forte batida, uma forte rasgada e um aéreo rodando no final valem só 6.90 (Mineiro)? Não discordo do resultado dessa bateria, mas essas ondas, por exemplo, tiveram um julgamento ridículo.

As vezes parece que nós, público, fãs e jornalistas, fazemos papel de bobo o perdendo tempo e noites inteiras para ver baterias e escrever sobre eventos onde o julgamento não parece ter muito critério nem muito sério. Juiz de surf não deveria ser um Cargo de Confiança, como é hoje. Deveria haver renovação. E o head judge não deveria ter tanto poder. Porque não acontece uma renovação no quadro de juízes da ASP? Porque os melhores juízes do WQS não sobem para op WCT e os piores do WT não caem? Panela é feio em qualquer esporte. 




19 de junho de 2013

Oakley Pro Bali - Medina e Pupo avançam para o Round 3



No primeiro confronto do dia Kelly Slater, sem surpresa nenhuma, venceu fácil o jovem australiano Jack Robinson por 18.17 a 3.43. O posicionamento de Slater nos tubos e suas potentes rasgadas somaram 9.00 e 9.17 e o careca foi disparado o melhor surfista dessa fase.

A segunda bateria foi morna e sonolenta. Taj Burrow derrotou fácil o havaiano Bruce Irons. Todos esperavam muito de bruce mas o havaiano somou 1.77 e 1.37 enquanto Taj somou 5.67 e 7.83.

Na terceira bateria, mais um erro grosseiro de julgamento em favor de Joel Parkinson. Parko caiu na água contra o local Oney Anwar, surfou mal, mas teve suas ondas muito mais valorizadas que as ondas do balinês. Enquanto Parko fez ondas medianas com várias manobras que não encaixaram direito, o balinês mandou bons aéreos rodando e pegou um bom tubo na sua última onda finalizando com um aéreo. Os juízes, como sempre apaixonados pelo Parko, não deram a virada. A bateria está no Heats on Demand e todos podem ver o quanto a ASP  protege o australiano.

Os mesmos juízes de sempre e as mesma ASP de sempre. Esse tipo de julgamento e de protecionismo é que coloca em cheque a credibilidade da ASP e do esporte surf.

Josh Kerr venceu Dusty Payne por 13.00 a 11.00

Na 5ª bateria Willian Cardoso e Gabriel Medina fizeram uma dobradinha brasileira. Enquanto Willian parecia não conseguir entrar em sintonia com as ondas de Keramas, Gabriel Medina fez duas ondas sólidas e venceu Willian Cardoso por 17.80 a 8.77.

Sebastien Zietz e Kieren Perrow  foi outra bateria em que o julgamento deixou a desejar. A primeira nota de Zietz, um 9.00, foi exagerada para uma onda sem muito brilhantismo: uma rasgada boa , na sequencia mandou duas rasgadas menores, sem nenhuma finalização. Presente do seu patrocinador que por acaso é o patrocinador do evento? Não sei, o que eu sei é que essa onda nunca deveria valer nove pontos. Zietz acabou vencendo a bateria por 15.23 a 11.60.

Na sétima bateria do dia, Julian Wilson venceu o brasileiro Raoni Monteiro por 15.70 a 11.57. Julian começou a bateria com um grande aéreo que lhe valeu 8.87. Raoni lutou e bem que tentou virar o resultado, mas Julian Wilson acabou vencendo o confronto por 15.70 a 11.57.

Adrian Buchan venceu Adam Melling por 17.33 a 10.44. Adrian Buchan começou essa bateria com uma nota 9.63 em uma onda com dois floaters e uma rasgada.(?) Não foram os australianos que reclamaram que floaters não deveriam valer notas altas? Bem, ontem eles não reclamaram.

Kai Otton e Alejo Muniz se enfrentaram na 9ª bateria do dia. E quem se deu melhor foi o australiano. Alejo não conseguiu entrar em sintonia com as ondas de Keramas enquanto Otton aproveitava cada sessão da onda. No final Kai Otton 14.90 contra 8.17 de Alejo, que precisa começar uma reação se quiser continuar no tour. Talento e surf com certeza não lhe faltam.

A última bateria do dia foi entre Bede Durbidge e o brasileiro Miguel Pupo. Miguel venceu a bateria por 12.77 a 12.70 e passou para o Round 3, mas ficou a impressão de que Bede Durbidge surfou melhor. O australiano váriou mais as manobras e foi um pouco mais agressivo que Miguel, felizmente, para nós brasileiros, o miguel passou para a próxima fase.

Depois dessa bateria o evento foi paralisado e ainda restam duas baterias do Round 2 para fechar essa fase, Putra Hermawan x Brett Simpson e Kolohe Andino x Matt Wilkinson.


Nota:

Os juízes continuam subjetivos demais e os critérios continuam mudando bastante dependendo de quem está na bateria. As manobras inovadoras valem mais ou menos dependendo de contra quem são aplicadas. Se forem contra o Joel Parkinson, por exemplo, elas valem menos.

Os juízes deveriam ser sempre renovados, e os piores juízes deveriam dar lugar aos melhores juízes das etapas Prime.

As notas altas, acima de 9, deveriam ter manobras com grande grau de dificuldade,  variação de manobras e fortes finalizações. E são muitas as notas acima de 9 esse ano que não apresentam nenhum desses critérios.

Veja mais direto no site oficial do evento: