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5 de julho de 2018

FILIPE TOLEDO VENCE EM J-BAY E ASSUME A LIDERANÇA DO RANKING

WSL/Pierre Tostee

Por: Dadá Souza

O brasileiro Filipe Toledo venceu hoje, pela segunda vez consecutiva, o clássico evento de Jeffrey´s Bay, a mítica onda da África do Sul. Filipinho venceu seu segundo evento em 2018, mostrou que está surfando bem mais do que um nível acima e assumiu a liderança do circuito mundial.

Não se trata de torcida ou ufanismo. Filipe Toledo fez um evento perfeito em J-Bay. Uma campanha irretocável e arrasadora. No Round 1 Filipinho venceu Matt Wilko e Wiggolly Dantas sem dificuldade comando 13.84; no Round 3 derrotou Yago Dora somando 16.60; no Round 4 venceu Sebastian Zietz e Adriano de Souza com a somatória de 17.23; no Round 5 eliminou Gabriel Medina somando 17.50; na semifinal atropelou Kanoa Igarashi somando 18.90 pontos; e na final derrotou o australiano Wade Carmichael por 16.80 a 15.33. Um total de 100,87 pontos e uma certeza: ninguém nunca surfou como Filipe Toledo em Jeffrey´s Bay. Ninguém.

Wade Carmichael também foi um grande surfista em J-Bay. Seu surfe foi sempre muito potente e agressivo e não deixou dúvidas em suas apresentações. Wade apareceu no circuito com seu jeito quietão, sem equipe, família ou purpurinas. Já fez duas finais em 2018 e é o atual top 6 do ranking. Provavelmente será o Rookie of the Year esse ano. Power surfe sem firulas.

A troca de guarda no circuito mundial é mais do que evidente. Antes algumas ondas separavam os homens dos meninos. Hoje os meninos cresceram e estão lanchando seus ídolos no café da manhã. Filipe Toledo sem dúvida alguma ditando um novo ritmo para as ondas de J-Bay. Sua segunda vitória na "Baía do Jeferson" também nos revela um segredinho dessa onda: poucos a dominam.  De 2000 pra cá Mick Fanning venceu ali por 5 vezes, Kelly Slater venceu 4, Joel Parkinson, Jordy Smith e Jake Paterson venceram 2 vezes em J-Bay. Fora isso vitórias ocasionais de Taj, Andy e Mineiro (no QS). Em 17 anos somente oito surfistas venceram ali. 

O Corona Open J-Bay foi a 6ª das 11 etapas do circuito mundial. Um campeonato tão especial que é difícil acreditar que um dia alguém resolveu tirar essa etapa do tour.  Ondas desafiadoras, local selvagem, ondas alucinantes, surf de alta performance para tubos, manobras. Sem falar nos tubarões brancos que sempre aparecem para conferir as baterias de perto. Para quem está no Brasil não é um evento fácil de acompanhar, mas foi a etapa do ano até agora. 

Vale lembrar que essa foi a 5ª vitória brasileira em 6 etapas realizadas e que o Brasil está liderando o CT com o Filipe Toledo e o QS com o Peterson Crisanto. O Brasil hoje tem a maioria dos competidores do Championship Tour e caminha reto e direto para seu terceiro título mundial.



QUARTAS DE FINAL


Conner Coffin (USA) e Wade Carmichael (AUS) abriram as quartas com uma bateria morna que só esquentou com a presença de um tubarão branco no lineup. Wade surfou melhor, fez duas notas na casa dos 6 pontos e venceu a disputa por 12.87 a 10.40. Essa bateria está disponível aqui

Julian Wilson (AUS) e Jordy Smith (ZAF) fizeram um grande confronto. O líder do ranking contra o talentoso sul-africano. Um duelo acirrado onde quem ganhou foi o público. Jordy Smith escolheu melhor suas ondas, surfou um pouco melhor e venceu a disputa por 13.43 a 12.96. A galera na praia fez muito barulho e o líder do ranking foi eliminado da competição. Essa bateria está disponível aqui.

Filipe Toledo (BRA) e Gabriel Medina (BRA) fizeram o confronto brasileiro das quartas. Filipe saiu na frente e dominou a bateria somando 8.17 e 7.93. Medina entrou na bateria já na metade do confronto com uma onda de 7 manobras que lhe rendeu 9.10 pontos. Faltando 2 minutos para o fim da bateria, Medina precisava de 7 pontos, pegou uma boa onda de 6 manobras mas não conseguiu virar o resultado . Filipe Toledo venceu por 16.10 a 15.60.


Kanoa Igarashi (JPN) e Sebastian Zietz (HAW) fecharam as quartas com confronto dominado pelo Kanoa Igarashi que escolheu as melhores ondas e surfou sem erros. Essa bateria está disponível aqui.

                                                      
SEMIFINAL

Wade Carmichael (AUS) e Jordy Smith (ZAF). A briga do novato no tour contra o bicampeão do evento começou com poucas ondas surfadas. Jordy começou surfando melhor, Wade Carmichael virou a bateria depois da metade do confronto com uma boa onda. Faltando pouco mais de 7 minutos Jordy surfou uma excelente onda e marcou 6.23 e não gostou da nota. Faltando menos de 4 minutos Wade Carmichael estava tranquilo com a prioridade nas mãos. Jordy pegou uma última onda, começou bem, mas arriscou tudo em um aéreo superman, caiu e perdeu a chance de ir para final.




Filipe Toledo (BRA) e Kanoa Igarashi (JPN) Filipinho e Kanoa é sempre certeza de rivalidade. Aquela interferencia ficou atravessada na garganta de Filipinho. Uma interferência que tem custado bem caro para o japonês até hoje. Kanoa não começou mal. O "problema" foi que o Filipe Toledo começou surfando muito forte, muito rápido e emplacou duas notas sólidas rapidinho 9.57 e 9.33. Kanoa Igarashi ficou em combinação de ondas e nada pode fazer contra o brasileiro.




FINAL

Filipe Toledo (BRA) x Wade Carmichael (AUS) fizeram a grande final do Corona Open J-Bay com méritos. Durante todo o evento foram dois surfistas que se encaixaram muito bem nas ondas de Jeffrey´s Bay e que jogaram muita água pra cima. Filipe, surfando muito rápido abriu a bateria com uma nota 8.50. Wade, surfando muito forte, abriu com uma nota 8.  Poucas ondas estavam entrando e faltando poucos minutos para o final da bateria Filipe Toledo pegou uma ótima onda, marcou 8.30 e aumentou sua liderança. Filipe bicampeão em JBay surfando de forma sempre avassaladora





“Eu sempre sonhei em conseguir duas vitórias seguidas no mesmo evento e não poderia ser mais especial isso acontecer aqui em J-Bay”, disse Filipe Toledo. “No ano passado deu altas ondas, esse ano tivemos boas ondas também todos os dias e só tenho que agradecer à Deus. Obrigado Jesus, minha família e a todos que torcem por mim. Eu me sinto muito abençoado agora por tudo que vem acontecendo comigo esse ano”.




RANKING ATUALIZADO

Filipe Toledo é o novo líder do ranking seguido de Julian Wilson, Gabriel Medina, Italo Ferreira, Jordy Smith, Wade Carmichael e Willian Cardoso. 





DITADURA FACEBOOK

Para ganhar alguma grana, a WSL fechou um contrato com o Facebook para fazer as transmissões pela controversa plataforma do igualmente controverso Mark Zuckerberg. Ser obrigado a assistir o evento pelo facebook, a gente até entende, mas transmissão monótona, sem opções de escolha, com um "chat chato" e com pouca informação não deu para engolir.  A reclamação foi mundial. 


SHARK WEEK WSL


Em Margaret River dois ataques em praias próximas ao campeonato fizeram com que a diretoria da WSL cancelasse o evento. Em Jeffrey´s Bay o evento foi paralisado duas vezes por ter tubarão na área da competição, filmaram o bicho, esperaram ele passar e o evento voltou pra água. Imagine você como deve ter ficado feliz o Departamento de Turismo de Margaret River que pagou uma fortuna para que o evento promovesse a sua cidade...

18 de maio de 2018

FILIPE TOLEDO VENCE EM SAQUAREMA E ASSUME A VICE-LIDERANÇA DO RANKING


Por: Dadá Souza


Filipe Toledo foi o vencedor do Oi Rio Pro, a 4ª etapa do circuito mundial da WSL. Com nítida superioridade, Filipinho venceu Wade Carmichael na final por 17.10 a 8.00 e agora é o vice-líder do ranking.

Saquarema fez bonito na elite. As ondas foram boas e consistentes, o público foi quente e o campeonato rolou com poucas interrupções. 

Quando a máquina de ondas de Saquarema liga o surf é intenso e desafiador.  A praia de Itaúna proporcionou ótimas direitas quando o evento rolou na Barrinha (que às vezes lembrou o Hawaii e às vezes lembrou Kirra) e ótimas esquerdas quando o evento rolou no Point de Itaúna. Ondas fortes, tubulares, desafiadoras, com boa formação, tudo bem pertinho da praia. A melhor etapa do ano? Com certeza. 

Comparações com a piscina do Kelly ou com o Postinho é pura perda de tempo. Saquarema mostrou ao mundo seu potencial e mostrou para a WSL Itaúna é o palco ideal para essa etapa. 





Filipe Toledo fez um evento perfeito em Saquarema. Venceu todas as suas baterias, surfou sempre com performances de altíssimo nível, fez a única Nota 10 da competição e no último dia atropelou todo mundo que passou pela sua frente. Sua vitória foi indiscutível. A 2ª vitória dele no Brasil e a 6ª na elite mundial. Julian Wilson continua na liderança do ranking e está a apenas 1.034 pontos na frente de Filipe Toledo. Keremas vai pegar fogo!




QUARTAS DE FINAL


Heat 1 - Filipe Toledo (BRA) x Kolohe Andino (USA) – O primeiro confronto do dia começou com ótimas ondas e com o Filipe Toledo ditando o ritmo da competição. Em sua primeira onda Filipe entubou, manobrou forte e marcou 7.67, mais que a somatória de Kolohe até o momento. A backup do Filipe foi uma onda mais curta que rendeu 6.77. As ondas pararam e foi essa segunda onda que deu a vitória ao Filipe Toledo (13.84 a 11.93). Semifinal para o brasileiro, 5º lugar para Kolohe Andino.



Heat 2 - Julian Wilson (AUS) x Michael Rodrigues (BRA) – Encarar o líder do ranking (e queridinho-mor da WSL) Julian Wilson nunca é uma tarefa fácil, especialmente em direitas tubulares. Michael Rodrigues abriu a bateria com ondas regulares (4.00 e 5.83) enquanto Julian começou errando tudo. Faltando 9 minutos para o término Julian entubou, finalizou com um aéreo e fez sua primeira nota na bateria (7.33). Com uma onda fraca (3.83) Julian passou na frente do brasileiro. Michel arriscou bastante nos aéreos, mas caiu demais. Julian venceu por 11.20 a 9.83 e o brasileiro se despediu do evento.



Heat 3 - Gabriel Medina (BRA) x Wade Carmichael (AUS) – Wade Carmichael parecia muito a vontade nas direitas da Barrinha. Estava bem calmo e bem sintonizado com os tubos. Medina passou a bateria apostando em aéreos que não saíram. Faltando 9 minutos para o término Wade Carmichael tinha duas notas na casa dos 5 pontos e Medina estava em combinação de ondas. Gabriel Medina, que insiste que não precisa de um técnico, foi eliminado do evento com a somatória de 3.63.




Heat 4 - Yago Dora (BRA) x Ezekiel Lau (HAW) – Uma bateria com poucas ondas boas e com quase todas as notas muito baixas. Zeke surfou melhor, colocou uma nota 6.83 e nos últimos segundos de bateria fez mais 6.03. Yago, o aniversariante do dia, acabou eliminado da competição somando 8.30.





SEMIFINAL



Heat 1 - Filipe Toledo (BRA) x Julian Wilson (AUS) – Uma bateria especialmente boa para os brasileiros. Primeiro porque Filipe Toledo vem surfando muitíssimo mais que o líder do ranking em 2018; e depois porque é muito legal quando o talento se sobressai a preferência dos juízes e vence de maneira incontestável. Filipe fez sua primeira nota com uma onda forte (6.67). Logo em sequida ampliou a diferença com uma ótima onda que começou com um tubo e finalizou com um aéreo rodando (8.67). Na metade do confronto Julian já estava precisando de uma combinação de ondas e assim foi até o final. Nos instantes finais da bateria Filipe ainda pegou um ótimo tubo, marcou 7.70 e aumentou o tamanho da Kombi de Julian.



Heat 2 - Wade Carmichael (AUS) x Ezekiel Lau (HAW) – Bateria com dois surfistas fortes, pesados e com ótimo faro para os tubos. Wade Carmichael saiu na frente com duas ondas regulares (7.17 e 6.00). Zeke começou com duas notas mais baixas (5.10 e 4.17). Wade, sem técnico, sem muita estrutura e com poucas pranchas no Brasil venceu o havaiano e foi para sua primeira final na elite mundial.



FINAL



Filipe Toledo (BRA) x Wade Carmichael (AUS) – Brasil x Australia. Surf progressivo x Surf de borda. Acima de tudo, um duelo de surfistas que não pareceram sentir qualquer pressão durante esse campeonato. Filipe Toledo saiu na frente com um tubão. Marcou 9.93 e levantou a galera na praia. Faltando 10 minutos para o termino da final Wade Carmichael precisava de uma combinação de ondas. A situação do australiano piorou quando Filipinho pegou um tubo longo em uma onda não muito grande e marcou mais 7.70. Foi a tampa no caixão do australiano. Filipe Toledo campeão indiscutível em Saquarema. 



RANKING ATUALIZADO 

(Ainda falta finalizar a 3ª etapa, cancelada por causa dos ataques de tubarão.)

1 Julian Wilson (AUS) 19.415
2 Filipe Toledo (BRA) 18.075
3 Italo Ferreira (BRA) 14.995
4 Gabriel Medina (BRA) 14.160
5 Wade Carmichael (AUS) 13.585
6 Ezekiel Lau (HAV) 11.670
7 Owen Wright (AUS) 11.575
7 Michel Bourez (PLF) 11.575
7 Michael Rodrigues (BRA) 11.575
10 Adrian Buchan (AUS) 11.550
11 Mick Fanning (AUS) 11.500
12 Griffin Colapinto (EUA) 9.835
13 Kolohe Andino (EUA) 9.740
14 Tomas Hermes (BRA) 8.590
15 Frederico Morais (POR) 8.495
16 Kanoa Igarashi (EUA) 8.240
17 Adriano de Souza (BRA) 7.450
17 Conner Coffin (EUA) 7.450
17 John John Florence (HAV) 7.450
17 Sebastian Zietz (HAV) 7.450
17 Jeremy Flores (FRA) 7.450
22 Patrick Gudauskas (EUA) 7.345
23 Yago Dora (BRA) 7.250
25 Willian Cardoso (BRA) 6.660
28 Ian Gouveia (BRA) 4.960
30 Jessé Mendes (BRA) 4.170
P.S. - O Maraca, de algum lugar, observava tudo com orgulho e com aquele sorriso largo.