Mostrando postagens com marcador Julian Wilson. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Julian Wilson. Mostrar todas as postagens

18 de maio de 2018

FILIPE TOLEDO VENCE EM SAQUAREMA E ASSUME A VICE-LIDERANÇA DO RANKING


Por: Dadá Souza


Filipe Toledo foi o vencedor do Oi Rio Pro, a 4ª etapa do circuito mundial da WSL. Com nítida superioridade, Filipinho venceu Wade Carmichael na final por 17.10 a 8.00 e agora é o vice-líder do ranking.

Saquarema fez bonito na elite. As ondas foram boas e consistentes, o público foi quente e o campeonato rolou com poucas interrupções. 

Quando a máquina de ondas de Saquarema liga o surf é intenso e desafiador.  A praia de Itaúna proporcionou ótimas direitas quando o evento rolou na Barrinha (que às vezes lembrou o Hawaii e às vezes lembrou Kirra) e ótimas esquerdas quando o evento rolou no Point de Itaúna. Ondas fortes, tubulares, desafiadoras, com boa formação, tudo bem pertinho da praia. A melhor etapa do ano? Com certeza. 

Comparações com a piscina do Kelly ou com o Postinho é pura perda de tempo. Saquarema mostrou ao mundo seu potencial e mostrou para a WSL Itaúna é o palco ideal para essa etapa. 





Filipe Toledo fez um evento perfeito em Saquarema. Venceu todas as suas baterias, surfou sempre com performances de altíssimo nível, fez a única Nota 10 da competição e no último dia atropelou todo mundo que passou pela sua frente. Sua vitória foi indiscutível. A 2ª vitória dele no Brasil e a 6ª na elite mundial. Julian Wilson continua na liderança do ranking e está a apenas 1.034 pontos na frente de Filipe Toledo. Keremas vai pegar fogo!




QUARTAS DE FINAL


Heat 1 - Filipe Toledo (BRA) x Kolohe Andino (USA) – O primeiro confronto do dia começou com ótimas ondas e com o Filipe Toledo ditando o ritmo da competição. Em sua primeira onda Filipe entubou, manobrou forte e marcou 7.67, mais que a somatória de Kolohe até o momento. A backup do Filipe foi uma onda mais curta que rendeu 6.77. As ondas pararam e foi essa segunda onda que deu a vitória ao Filipe Toledo (13.84 a 11.93). Semifinal para o brasileiro, 5º lugar para Kolohe Andino.



Heat 2 - Julian Wilson (AUS) x Michael Rodrigues (BRA) – Encarar o líder do ranking (e queridinho-mor da WSL) Julian Wilson nunca é uma tarefa fácil, especialmente em direitas tubulares. Michael Rodrigues abriu a bateria com ondas regulares (4.00 e 5.83) enquanto Julian começou errando tudo. Faltando 9 minutos para o término Julian entubou, finalizou com um aéreo e fez sua primeira nota na bateria (7.33). Com uma onda fraca (3.83) Julian passou na frente do brasileiro. Michel arriscou bastante nos aéreos, mas caiu demais. Julian venceu por 11.20 a 9.83 e o brasileiro se despediu do evento.



Heat 3 - Gabriel Medina (BRA) x Wade Carmichael (AUS) – Wade Carmichael parecia muito a vontade nas direitas da Barrinha. Estava bem calmo e bem sintonizado com os tubos. Medina passou a bateria apostando em aéreos que não saíram. Faltando 9 minutos para o término Wade Carmichael tinha duas notas na casa dos 5 pontos e Medina estava em combinação de ondas. Gabriel Medina, que insiste que não precisa de um técnico, foi eliminado do evento com a somatória de 3.63.




Heat 4 - Yago Dora (BRA) x Ezekiel Lau (HAW) – Uma bateria com poucas ondas boas e com quase todas as notas muito baixas. Zeke surfou melhor, colocou uma nota 6.83 e nos últimos segundos de bateria fez mais 6.03. Yago, o aniversariante do dia, acabou eliminado da competição somando 8.30.





SEMIFINAL



Heat 1 - Filipe Toledo (BRA) x Julian Wilson (AUS) – Uma bateria especialmente boa para os brasileiros. Primeiro porque Filipe Toledo vem surfando muitíssimo mais que o líder do ranking em 2018; e depois porque é muito legal quando o talento se sobressai a preferência dos juízes e vence de maneira incontestável. Filipe fez sua primeira nota com uma onda forte (6.67). Logo em sequida ampliou a diferença com uma ótima onda que começou com um tubo e finalizou com um aéreo rodando (8.67). Na metade do confronto Julian já estava precisando de uma combinação de ondas e assim foi até o final. Nos instantes finais da bateria Filipe ainda pegou um ótimo tubo, marcou 7.70 e aumentou o tamanho da Kombi de Julian.



Heat 2 - Wade Carmichael (AUS) x Ezekiel Lau (HAW) – Bateria com dois surfistas fortes, pesados e com ótimo faro para os tubos. Wade Carmichael saiu na frente com duas ondas regulares (7.17 e 6.00). Zeke começou com duas notas mais baixas (5.10 e 4.17). Wade, sem técnico, sem muita estrutura e com poucas pranchas no Brasil venceu o havaiano e foi para sua primeira final na elite mundial.



FINAL



Filipe Toledo (BRA) x Wade Carmichael (AUS) – Brasil x Australia. Surf progressivo x Surf de borda. Acima de tudo, um duelo de surfistas que não pareceram sentir qualquer pressão durante esse campeonato. Filipe Toledo saiu na frente com um tubão. Marcou 9.93 e levantou a galera na praia. Faltando 10 minutos para o termino da final Wade Carmichael precisava de uma combinação de ondas. A situação do australiano piorou quando Filipinho pegou um tubo longo em uma onda não muito grande e marcou mais 7.70. Foi a tampa no caixão do australiano. Filipe Toledo campeão indiscutível em Saquarema. 



RANKING ATUALIZADO 

(Ainda falta finalizar a 3ª etapa, cancelada por causa dos ataques de tubarão.)

1 Julian Wilson (AUS) 19.415
2 Filipe Toledo (BRA) 18.075
3 Italo Ferreira (BRA) 14.995
4 Gabriel Medina (BRA) 14.160
5 Wade Carmichael (AUS) 13.585
6 Ezekiel Lau (HAV) 11.670
7 Owen Wright (AUS) 11.575
7 Michel Bourez (PLF) 11.575
7 Michael Rodrigues (BRA) 11.575
10 Adrian Buchan (AUS) 11.550
11 Mick Fanning (AUS) 11.500
12 Griffin Colapinto (EUA) 9.835
13 Kolohe Andino (EUA) 9.740
14 Tomas Hermes (BRA) 8.590
15 Frederico Morais (POR) 8.495
16 Kanoa Igarashi (EUA) 8.240
17 Adriano de Souza (BRA) 7.450
17 Conner Coffin (EUA) 7.450
17 John John Florence (HAV) 7.450
17 Sebastian Zietz (HAV) 7.450
17 Jeremy Flores (FRA) 7.450
22 Patrick Gudauskas (EUA) 7.345
23 Yago Dora (BRA) 7.250
25 Willian Cardoso (BRA) 6.660
28 Ian Gouveia (BRA) 4.960
30 Jessé Mendes (BRA) 4.170
P.S. - O Maraca, de algum lugar, observava tudo com orgulho e com aquele sorriso largo.

22 de março de 2018

JULIAN WILSON VENCE O QUIK PRO GOLD COAST



Depois de um verão de abstinência, os eventos da WSL voltaram e a primeira das 11 etapas de 2018 foi finalizada. O Quiksilver Pro Gold Coast, primeiro dos três eventos australianos, acabou com uma final australiana, com Julian Wilson campeão do evento e Adrian Buchan como vice.

Antes de começar a falar sobre esse campeonato, vale a pena dizer que 2018 começou com algumas novidades no tour. A WSL trocou de CEO, trocou de Head Judge, mudou a distribuição de pontos em cada fase, a repescagem do Round 5 foi eliminada, a piscina de ondas do Kelly entrou no tour, o Mick Fanning anunciou sua aposentadoria e o Brasil é hoje a nação com o maior número de participantes na elite mundial.

Como acontece há séculos (isso é uma brincadeira), o circuito começa na Gold Coast australiana. Quase sempre na famosa bancada de Snapper Rocks, às vezes também em Kirra. Ninguém questiona a qualidade dessas ondas, tanto Snapper quanto Kirra são ondas longas e de altíssima qualidade, a primeira favorece as manobras e a segunda os tubos. O problema dessa etapa é que nem sempre ela apresenta ondas tão boas durante os campeonatos da WSL. Dessa vez até rolou um daqueles clássicos em Snapper, mas o evento acabou mudando para Kirra. Algumas pessoas disseram que foi uma tremenda mancada da WSL, algumas pessoas disseram que a WSL fez o correto e algumas pessoas disseram que a mudança favoreceria justamente os surfistas que não vinham se destacando nas manobras. O fato é que o campeonato mudou pra Kirra e as finais rolaram com boas ondas. Não estava clássico, nenhum dos surfistas conseguiu colocar duas notas no padrão excelente, mas tinha boas ondas (Nada clássico como muitas mídias publicaram).  

O campeonato começou com ondas difíceis e muita correnteza e a maioria dos “tops” passou trabalho para mostrar uma linha de surf acima da média. Filipe Toledo, Gabriel Medina, Italo Ferreira e Mick Fanning foram os melhores nomes do primeiro dia e surfaram bem acima da média. O restou remou. Literalmente.


No segundo dia o round 2 rolou em ondas menores, mas melhores. A repescagem contou com 4 campeões mundiais e com 9 brasileiros lutando para continuar no evento. Medina, Mineiro, Michael Rodrigues, Willian Cardoso e Tomas Hermes venceram seus confrontos na raça e avançaram na competição.  Ian Gouveia, Caio Ibelli, Yago Dora e Jesse Mendes perderam suas baterias e deram adeus a competição com a 25ª colocação (assim como o campeão mundial John John Florence). Jessé deveria ter passado, mas os juízes, ah os juízes...

No Round 3 o time brasileiro perdeu Willian Cardoso, Italo Ferreira e Gabriel Medina. Mais da metade do nosso “time” perdeu nas fases iniciais do evento e muita gente já tem um primeiro descarte já na primeira etapa. Mas também teve quem se conectou bem com as ondas de \Snapper Rocks Tomas Hermes, Filipe Toledo, Adriano de Souza e Michael Rodrigues surfaram muito bem e avançaram na competição. Filipe sempre puxando o ritmo e os limites. Mineiro foi o único brasileiro eliminado no Round 4.

Até o Round 4 o campeonato rolou em Snapper Rocks. Filipe Toledo foi o melhor surfista de todo o evento até aqui, Tomas Hermes e Michael Rodrigues pareciam estar surfando em casa e Owen Wright estava com o surf muito encaixado, sempre fazendo boas notas. Se eu pudesse dizer que o surf tem alguma lógica, diria que o campeonato estaria entre esses quatro competidores.

Nas quartas de final o mar subiu bastante e a organização do decidiu transferiar o evento para Kirra. O evento deixou de lado as manobras para investir nos tubos. Muita gente disse que foi cagada da WSL porque Snapper quebrou clássico. Muita gente defende a ida para Kirra, apesar das poucas notas excelentes nesse dia. Adrian Buchan, sempre constante, eliminou Owen Wright e garantiu a primeira vaga na semi. Tomas Hermes eliminou Filipe Toledo, até então o melhor surfista da competição e foi para sua primeira semifinal na WSL já em seu evento de estreia. Julian Wilson eliminou Michel Rodrigues com a primeira nota bastante inflada e Griffin Colapinto eliminou Michel Bourez fazendo a única nota 10 da competição.

Tomas Hermes e Griffin Colapinto, dois novatos no tour, chegaram as semifinais do evento derrubando verdadeiros gigantes pelo caminho. Tomas, surfando com sua Xanadu Viper, eliminou Joan Duru (FRA, eliminou Kolohe Andino (USA), Eliminou Mick Fanning (AUS) e eliminou o brasileiro Filipe Toledo. Griffin Colapinto venceu de John John e Mikey Wright no Round 1, eliminou o local Joel Parkinson, o norte-americano Kanoa Igarashi e o tahitiano Michel Bourez. Fazer semifinal já no primeiro evento na elite foi um grande feito desses dois novatos que começaram o ano já concorrendo ao Rookie of the Year.


SEMI

Na primeira bateria da semi, o australiano Adrian Buchan venceu Tomas Hermes. Adoraria dizer isso com mais verdade, mas essa foi uma das tantas baterias de julgamento polêmico. Adrian Buchan venceu, mas muita gente acha que nem ele e nem o julgamento convenceram. O heat analyzer está lá para quem quiser ver.


A verdade é que surfistas estreantes muitas vezes são cruelmente julgados e coisas como essa acontecem. Também diria que é verdade que ondas maiores, independente se foram melhores surfadas, ganham pontuações proporcionalmente infladas, como se a linha de surf valesse mais do que o tamanho da onda.

Na segunda semi Julian Wilson venceu Griffin Colapinto surfando mais do que o novato e começou o ano com uma final




FINAL

A final começou com uma onda excelente de Julian Wilson que pegou um tubão, marcou 9.93 e garantiu a metade da bateria. Uma onda menor e um 7.50 garantiram a vitória já na metade da bateria.  Adrian Buchan bem que lutou, mas as ondas não estavam fáceis. Na metade do confronto conseguiu um 6.50 e no finalzinho da bateria um 8.60. Julian venceu o primeiro evento do ano, venceu pela primeira vez na Austrália, venceu vindo de lesão séria no ombro e venceu poucos dias depois do nascimento da sua filha. Nada mal para o australiano.



Adrian Buchan e Julian Wilson chegaram às finais do evento sem estarem entre os grandes nomes do campeonato. Ambos são excelentes surfistas, ótimos competidores e atletas muito constantes, mas verdade seja dita, muita gente surfou melhor do que eles nesse evento e isso, claro, mexeu com os ânimos da galera na web. Se a WSL mudou seu head judge para dar uma nova cara ao julgamento, não sei se conseguiu. Os critérios parece que estão sendo mais levados a sério e fazer high scores aparentemente ficou mais difícil, mas muita gente discordou de alguns julgamentos.

Mesmo com swell, mesmo com ondas longas, mesmo com muita gente boa e tantas caras novas, o evento todo foi morno. Foram raros os momentos de brilho em um evento que era para ser de alta performance nas ondas. E verdade seja dita, Fanning e Parko, mesmo tiozinhos, deram aula em casa. Não será fácil para a Austrália substituir esses dois e não será nada fácil para a nova geração surfar no mesmo nível desses dois. Mas se esses dois deram aula, ninguém surfou mais do que os brasileiros. Filipe Toledo e Gabriel Medina não competiram bem mas surfaram muito acima da média enquanto Michael Rodrigues e Tomas Hermes pareciam locais de Snapper Rocks. Nenhum deles chegou a final, mas tenho certeza de que o surf desses caras impressionou muito mais do que o surf dos finalistas. Coisas de campeonato.


Entre as meninas a final aconteceu entre a norte-americana Lakey Peterson e a australiana Keely Andrew. Ver as meninas competindo em Kirra foi legal demais e a norte-americana venceu a disputa por 15.67 a 5.67.





OS BRASILEIROS NA COMPETIÇÃO

ADRIANO DE SOUZA

Adriano de Souza é um competidor nato. Um soldado obstinado e dedicado, não à toa é um campeão mundial.

Mineiro estreou contra Adrian Buchan (AUS) e Willian Cardoso (BRA) em uma bateria com poucas ondas boas, passou a bateria toda esperando uma onda boa que só veio no final do confronto. No Round 2 Mineiro eliminou Ian Gouveia fazendo uma boa bateria. Saiu na frente, manteve um ritmo forte durante todo o confronto e mostrou repertório, vontade e uma ótima leitura de onda.  No Round 3 Mineiro enfrentou Wade Carmichael, passou a bateria toda lutando e na última onda fez uma virada espetacular em cima do australiano. No Round 4 Mineiro enfrentou Michael Rodrigues e Michel Bourez. Mineiro surfou bem, mas acabou ficando em 3º em uma bateria onde o julgamento foi bastante questionado.

Adriano começou o ano com uma 9ª colocação, é sempre um candidato real para vencer as etapas. Às vezes parece que ele tem vontade demais e isso o atrapalha. Em Bells é um dos favoritos.


CAIO IBELLI

Caio Ibelli é um surfista talentoso e muito dedicado. Esse ano caio recebeu uma proposta da Slater Designs, quebrou o contrato de exclusividade com o Xanadu e começou o ano competindo com pranchas novas.  

Na primeira bateria do evento contra Owen Wright (AUS) e Ezekiel Lau (HAW), passou a bateria toda literalmente boiando. As condições do mar estavam bastante difíceis e Caio finalizou a bateria na 2ª colocação mais por interferência do Zeke Lau do que pelo surf que ele conseguiu apresentar.  No Round 2 Caio Ibelli enfrentou Willian Cardoso, dessa vez surfou bem, mostrou um surfou bem forte e consistente, mas o Panda surfou muito. 

2018 começou com um descarte e um amargo 25º. Muito pouco para um garoto com um surf tão consistente. Agora é ir pra Bells mais focado e com mais sorte.

FILIPE TOLEDO

Filipe Toledo é uma estrela de raro talento. É fácil o surfista mais rápido do mundo hoje e voa como poucos. Filipe tem o equilíbrio quase perfeito entre vontade e frieza competitiva e é um dos sérios candidatos ao título esse ano.

No Round 1 Filipe estreou contra o brasileiro Tomas Hermes e o Frederico Moraes (PRT), fez a melhor onda do dia, a maior somatória do dia e simplesmente sobrou na bateria. No Round 3 Filipe Toledo venceu o brasileiro Italo Ferreira em uma bateria que poderia ter sido a final do evento. Surf de altíssimo nível. No Round 4 Filipe Toledo enfrentou os australianos Mikey Wright e ace buchan e simplesmente atropelou todo mundo. Nas quartas de final Filipe Toledo enfrentou Tomas Hermes nas ondas de Kirra e simplesmente não conseguiu se conectar com as ondas.

Filipinho começou o ano com uma 5ª colocação, não foi ruim, mas vale a pena repetir: ninguém surfou como ele em toda a competição. Em Bells? Grandes chances.




GABRIEL MEDINA

Gabriel Medina é o talento em pessoa. Quando ele resolve que quer não tem quem o pare. Surfe de campeão mundial. 

No Round 1 Medina estreou contra Italo Ferreira (BRA) e Leonardo Fioravanti (ITA) e sua primeira participação no ano foi com uma interferência em cima do italiano. Medina surfou muito bem sua primeira onda, mas acabou pagando caro pela falta de inteligência. No Round 2 Gabriel Medina pegou novamente Leonardo Fioravanti e dessa vez atropelou o italiano. No Round 3 Medina enfrentou o australiano Mikey Wright, passou a bateria toda levando uma escovada e não mostrou nem a metade do que esperávamos dele. Acabou eliminado no Round 3 e começou o ano com uma 13ª colocação. Muito pouco para quem vinha mostrando um surf tão forte.

Medina tem um talento monstruoso e pode facilmente empilhar alguns títulos mundiais, mas nem sempre é inteligente em suas baterias.  Vai pra Bells sabendo que já tem um primeiro descarte. P.S. - Não seria o caso de procurar um técnico de verdade?

IAN GOUVEIA

Ian Gouveia é o nosso mini-Occy. O pequeno caçula dos Gouveia cresce quando o mar sobe, tem manobras fortes e uma vibe incrivelmente boa.

No Round 1 Ian Gouveia estreou contra Julian Wilson (AUS) e Joan Duru (FRA), não encontrou boas ondas na bateria, não surfou bem e terminou o confronto na terceira colocação. No Round 2 Ian surfou contra Adriano de Souza pelo tudo ou nada,  surfou bem forte, lutou e quase virou a bateria no final do confronto, mas a leitura de onda do Mineiro fez a diferença.

Começar o ano com uma 25ª colocação certamente não era o seu objetivo. Agora é ajustar o foco e correr atrás do prejuízo em Bells


ITALO FERREIRA

Italo Ferreira é um surfista rápido, forte, confiante e sempre entra na água para vencer e não raro atropela seus adversários. Seu surf é agressivo, radical e muito veloz.

No Round 1 Italo estreou contra Gabriel Medina (BRA) e Leonardo Fioravanti (ITA), mostrou o melhor surfe do dia e garantiu a primeira vitória brasileira na competição. No round 3 Italo Ferreira e Filipe Toledo fizeram um grande confronto (bem melhor que o da final), Filipe levou a melhor e Italo se despediu cedo demais da competição.

Italo começou o ano com um 13º justamente em uma das ondas que mais favorecia o seu surf. Em Bells Italo é um forte candidato. Tem surfe de backside de sobra.



JESSE MENDES

Jesse Mendes chegou a elite mundial já pronto. Surfista afiado, competitivo e muito radical.

No Round 1 Jesse Mendes enfrentaria Kelly Slater (USA) e Mick Fanning (AUS), mas Slater não compareceu ao evento e Jesse estreou no tour fazendo a única bateria homem-a-homem do Round 1 contra o local hero e tricampeão mundial Mick Fanning. Jesse bem que tentou, mas o australiano escolheu as melhores ondas, surfou melhor e levou a bateria. No Round 2 Jesse enfrentou Wade Carmichael, começou surfando bem vertical e levou a melhor na primeira troca de onda. Ficou faltando uma segunda onda boa para o brasileiro que perdeu para um adversário que definitivamente surfou pior do que ele.

Estrear na elite mundial com uma 25ª colocação é aquela coisa, ou você foca, ou cai fora. E o primeiro descarte você já tem. Em Bells Jesse deveria surfar um pouco mais tranquilo e sem tantos erros. Surfe e experiência definitivamente não lhe faltam.



MICHAEL RODRIGUES

Michael Rodrigues é um novato no tour, mas como dizem, chegou chegando. Rápido, ousado, radical e bom competidor.

O cearense Michael Rodrigues estreou no tour surfando contra Matt Wilkinson (AUS) e Michel Bourez (PYF), não encontrou boas ondas na bateria e finalizou na 2ª colocação. No Round 2 o cearense pegou o havaiano Sebastian Zietz, surfou e competiu muito bem e fez a mala do havaiano. Mostrou velocidade, mostrou radicalismo e avançou para o round 3 com certa facilidade. No Round 4 eliminou Jordy Smith em uma bateria bastante disputada. No Round 4 Michael Rodrigues enfrentou Mineiro e Michel Bourez, foi um dos melhores surfistas da bateria, mas os juízes deram a vitória ao tahitiano. Nas quartas de final Michael Rodrigues pegou o australiano Julian Wilson, que surfou melhor e venceu a bateria. Os juízes foram bem generosos ao digitar as notas do australiano, mas ele realmente venceu a bateria.

Quartas de final em seu primeiro evento na elite é para poucos. Snapper Rocks é uma onda especialmente boa para o surfe de Michael Rodrigues e ele aproveitou a chance para conquistar importantes pontos. Se encaixar seu surf nas ondas de Bells tem grandes chances de sair da perna australiana com o ano pelo menos encaminhado.


TOMAS HERMES

Tomas Hermes é um estreante no tour. Inteligente, habilidoso e cheio de cartas na manga.

O novato Tomas Hermes estreou no tour contra Filipe Toledo (BRA) e Frederico Moraes (PRT). Ele  bem que tentou, mas acabou na terceira colocação. No Round 2 Tomas enfrentou o francês Joan Duru e surfou como se estivesse em casa. Leu muito bem as ondas, surfou com comprometimento e com inteligência, só não mostrou muito radicalismo. No Round 3 Tomas Hermes eliminou o norte americano Kolohe Andino surfando com muita facilidade. No Round 4, Tomas surfou contra Mick Fanning e Owen Wright, dois mestres nessa onda. Owen fez uma bateria inspiradíssimo e sinceramente não teve adversários. Tomas lutou muito, surfou forte, leu bem as ondas, competiu muito bem e eliminou o Mick Fanning da disputa. Uma belissima bateria para o brasileiro. Nas quartas de final Tomas Hermes enfrentou Filipe Toledo, o melhor surfista do evento até então, e venceu o confronto. Na semi Tomas enfrentou o aussie Adrian Buchan. As ondas estavam difíceis e Tomas surfou bem. Adrian Buchan venceu o confronto e foi para a final, mas não convenceu. O Heat Analyzer está lá para quem quiser ver.

Tomas começou o ano de maneira espetacular. Apostando no tabalho do shaper brasileiro Xanadu, fez semifinal no primeiro evento da elite é mais do que qualquer um poderia sonhar, inclusive o próprio Tomas. Snapper Rocks é uma onda que favorece o seu surf e ele aproveitou como ninguém. Rumo a Bells feliz da vida e sabendo que pode garantir ali um ano um pouco mais tranquilo.


WILLIAN CARDOSO

Willian Cardoso é um surfista forte, determinado e um bom competidor.
Willian estreou no CT contra Adrian Buchan (AUS) e Adriano de Souza (BRA). Enquanto o Mineiro e o Ace boiaram muito, o Panda aproveitou para surfar, manobrou bem forte, mas não encontrou as melhores ondas da bateria.  No Round 2 Willian enfrentou Caio Ibelli em uma bateria super disputada. O Panda surfou muito forte, escolheu as maiores ondas e conseguiu a virada no último minuto da bateria. No Round 3 Willian pegou o australiano Owen Wright, parecia um pouco de nervoso, não escolheu bem suas ondas nem encaixou suas manobras com tanta pressão e perdeu a bateria para um experiente Owen Wright.

Willian é um cara que pode surpreender em Bells. Surfe forte ele tem.





YAGO DORA

Yago Dora é um dos surfistas mais talentosos da nova geração brasileira. Rápido, radical e estiloso. Um surfista no meio de muitos atletas.

No Round 1 Yago Dora estreou na elite contra Jeremy Flores (FRA) e Joel Parkinson (AUS), surfou algumas boas ondas, mas acabou na terceira colocação. No Round 2 Yago enfrentou o norte-americano Conner Coffin em uma bateria com poucas ondas boas, não conseguiu mostrou seu melhor surf e o americano venceu o confronto surfando as melhores ondas da bateria.


Começar o ano com um 25º é começar o ano já com um descarte. Yago tem talento de sobra e pode surpreender em muitas etapas, mas precisa competir bem. 2018 será um ano de muito aprendizado.

16 de fevereiro de 2014

Adriano de Souza vence o Hurley Australian Open of Surfing 2014

Adriano de Souza, campeão do Australian Open of Surfing - Foto: ©surflove.com.au


Deu brasil na cabeça! Adriano de Souza é o campeão do Australian Open of Surfing. O primeiro evento 6 estrelas de 2014 foi finalizado nesse sábado em Manly Beach, Sydney, Austrália.

O nosso Mineirinho, que há poucos dias atrás já havia feito a final do Volcom Pipe Pro - 5 estrelas surfando as ondas pesadas e tubulares de Pipeline, ontem fez sua segunda final consecutiva e venceu o campeonato de Manly surfando merrecas inconstantes. Ao se destacar tanto nas bancadas de coral do Hawaii quanto  nas merrecas dos beach breaks, Mineiro mostrou que está muito bem preparado. Física e mentalmente. Seu surf está completo, agressivo, maduro, focado e com uma determinação e uma força de vontade fora do comum.

Na final do Australian Open, evento na casa do australiano e patrocinado pelo patrocinador de Julian Wilson, Adriano de Souza venceu o australiano de forma esmagadora: 17.20 a 8.34. Julian Wilson voltou para casa precisando de 17.21 para virar o resultado. #QueSurra

Entre as meninas quem levou o título foi Carissa Moore, que foi igualmente arrasadora. Na final Carissa somou 7.67 e 9.43 e venceu a também havaiana Alessa Quizon por 17.10 a 15.80. Só para registro: o layback que a Carissa Moore acertou foi realmente impressionante. E deixou muito atleta profissional com inveja. As brasileiras não se deram muito bem na etapa,Silvana lima foi a melhor colocada, na 19ª posição, e  Bruna Schmitz e Jacqueline Silva ficaram na 37º colocação.

Mas foi o “Brazilian Storm” que trovejou forte nesse Australian Open. O evento entrou em sua fase final com 3 brasileiros, 2 australianos, 1 francês, 1 havaiano e  1 norte-americano nas quartas-de-final. Adriano de Souza venceu o evento, Tomas Hermes ficou em 3ª e Peterson Crisanto na 5ª colocação.  Os três detonaram, empolgaram os locutores e a torcida na areia e chegaram as fases finais do evento mostrando um surf sólido e inteligente, com muita regularidade e com muita determinação, com uma paixão quase visceral a cada onda surfada. Heitor Alves, Alex ribeiro e Filipe Toledo surfaram muito bem, fizeram grandes atuações em Manly e também merecem destaque.

QUARTAS

Na primeira bateria das quartas, Julian Wilson venceu Peterson Crisanto. Foi uma bateria bastante disputada, as médias foram bastante apertadas, 13.63 do aussie contra 13.03 do brasileiro, mas Julian Wilson acabou vencendo. Na segunda bateria do dia, Tomas Hermes mais uma vez foi grande e travou uma bela disputa contra o francês Jeremy Flores. Com um surfe afiado, Tomas venceu por Jeremy por 13.33 a 13.17 de Jeremy. Na terceira bateriaAdriano de Souza venceu o havaiano Fredrick Patacchia por 15.77 a 14.33. E na última bateria das quartas, Patrick Gudauskas venceu o aussie Bede Durbidge por 16.53 a 16.16.

SEMI FEMININA

Entre as meninas, 3 havaianas e uma francesa fizeram as finais do evento. Na primeira semi feminina, Carissa Moore e Maud Le Car disputaram a vaga na final com muita dedicação. A francesa liderou a bateria do início ao fim. Nos instantes finais, Carissa tentou tirou uma onda salvadora da cartola e venceu a francesa por 9.34 a 9.26.
Na segunda semi, 100% havaiana, Alessa Quizon mostrou dominância e venceu Malia Manuel por 14.90 a 12.60.


SEMI MASCULINA

JULIAN WILSON (AUS) x TOMAS HERMES (BRA) Julian começou liderando a bateria ao marcar 5.33 e 6.50 e essa foi uma bateria que começou com poucas ondas. Tomas Hermes pegou uma boa direita, manobrou com pressão e marcou 7.33. No finalzinho da bateria Tomas pegou mais uma boa direita e marcou 6.60. Julian Wilson logo atrás pegou uma boa onda e marcou 8.50, deixando o brasileiro precisando de 7.68. Tomas teve sua chance, pegou uma boa onda e executou várias manobras, mas os juízes deram nota 7.00. Julian Wilson foi para a final do Australian Open of Surfing

ADRIANO DE SOUZA (BRA) x PATRICK GUDAUSKAS (USA) é com uma determinação impressionante, Adriano lembrou o pugilista Mike Tyson. Mal tocou a sirene e Adriano partiu como um furacão para cima do norte-americano: marcou 9.07, um 7.17, um 8.33 e ainda descartou um 7.87. Patrick Gudauskas ficou só assistindo e nada pôde fazer. #KnockOut! Mineiro 17.40, Patrick G. 10.53.

FINAL FEMININA

CARISSA MOORE (HAW) x ALESSA QUIZON (HAW) Na final havaiana quem se deu melhor foi Carissa Moore, que saiu na frente com um 4.17 e um 7.67. Competidora ágil e agressiva, Carissa pegou uma direita pequena, mandou um layback muito forte e radical: 9.43. Alessa Quizon tinha um 7.93 e um 7.87, mas Carissa Moore surfou como uma verdadeira campeã mundial e levou o título da etapa.

FINAL MASCULINA

ADRIANO DE SOUZA (BRA) x JULIAN WILSON (AUS)
Mineiro foi quem abriu a bateria. Uma onda de três manobras, uma delas bem forte, que lhe rendeu 8.33. Julian Wilson começou errando suas manobras e marcou 3.67 e 1.33. E daí até o fim da bateria, Julian Wilson não acertou mais nada. Julian, que tinha eliminado da disputa os brasileiros Peterson Crisanto e Tomas Hermes, nas quartas e na semi, foi esmagado por um gigante Adriano de Souza na final: 17.20 a 8.34. 

Essa foi a primeira vez que um brasileiro venceu o Australian Open of Surfing. 

No skate, os brasileiros também detonaram1. Bob Burnquist e Pedro Barros dois dos maiores nomes do esporte, conquistaram prêmios no sábado e Pedro Barros venceu a categoria Pro na piscina.

Negunda-feira começa a próxima etapa do ASP 6-Star em Newcastle, Austrália e de 1º a 12 de março começa o WCT 2014 nas praias da Gold Coast. Essa perna australiana promete!




 Julian Wilson surfou bem durante todo o evento, eliminou os brasileiros Peterson Crisanto e Tomas Hermes na reta final do campeonato mas na final foi esmagado pelo homem-de-aço Adriano de Souza. - Foto: ©surflove.com.au

Tomas Hermes começou o ano com um belo resultado: 3º lugar no Australian Open, 
3º lugar no ranking WQS e US$ 6,150 no bolso - Foto: ©surflove.com.au

VÍDEOS OFICIAIS:







RESULTADOS

Masculino

1 Adriano de Souza (Bra)
2 Julian Wilson (Aus)
3 Tomas Hermes (Bra)
3 Patrick Gudauskas (EUA)
5 Peterson Crisanto (Bra)
5 Jeremy Flores (Fra)
5 Fred Patacchia (Haw)
5 Bede Durbidge (Aus)

Feminino

1 Carissa Moore (Haw)
2 Alessa Quizon (Haw)
3 Maud Le Car (Fra)
3 Malia Manuel (Haw)
5 Leila Hurst (Haw)
5 Georgia Fish (Aus)
5 Nage Melamed (Haw)
5 Nikki Van Dijk (Aus)

Ranking do WQS (depois de 4 etapas)

1 Adriano de Souza (Bra) - 4.484 pontos
2 Julian Wilson (Aus) - 2.640
3 Patrick Gudauskas (EUA) - 2.080
3 Tomas Hermes (Bra) - 2.080
5 Kelly Slater (EUA) - 2.000
6 Fredrick Patacchia (Haw) - 1.946
7 Wiggolly Dantas (Bra) - 1.880
8 Bede Durbidge (Aus) - 1.748
9 Mitchel Coleborn (Aus) - 1.658
10 Jeremy Flores (Fra) - 1.560
10 Peterson Crisanto (Bra) - 1.560
14 Heitor Alves (Bra) - 1.070 pontos
22 Alex Ribeiro (Bra) - 920
24 David do Carmo (Bra) - 885
37 Krystian Kymerson (Bra) - 635
37 Ian Gouveia (Bra) - 635
41 Santiago Muniz (Arg) - 625
41 Michael Rodrigues (Bra) - 625
45 Jessé Mendes (Bra) - 606
45 Jean da Silva (Bra) - 606
49 Leandro Usuña (Arg) - 565




 Adriano de Souza - Campeão do Hurley Australian Open of Surfing 2014 
e líder do WQS (após 4 etapas realizadas).

3 de outubro de 2013

Quiksilver Pro France - Reta Final


Gabriel Medina - Foto: ASP/BRAVO

O Quiksilver Pro France vai chegando em sua reta final. 

Kai Otton, John John Florence, Kelly Slater e Gabriel Medina, que venceram suas baterias no round 4 e conquistaram antecipadamente a vaga para as quartas-de-final do evento. Joel Parkinson, Mick Fanning, Filipe Toledo e Julian Wilson venceram suas baterias na repescagem do Round 5 e conquistaram as últimas vagas. Os melhores entre os melhores.

Quem leva essa etapa? O Filipinho pode ser a mosca no champagne de Slater? As ondas estarão boas para as finais?  As melhores notas vão sair nos tubos, nos aéreos ou nas manobras? 

As respostas para todas essas perguntas serão dadas na madrugada de hoje, quando deve recomeçar a 8ª etapa do circuito mundial para a realização de suas baterias finais. 

Mick Fanning ainda é o lider. Kelly Slater está coladinho atrás do australiano. 
Jordy Smith, o número 3 do ranking, perdeu para o brasileiro Filipe Toledo no Round 5 e aprendeu uma importante lição: Quem quer ser campeão mundial não pode dar bobeira. O Filipinho, que não é bobo, meteu um aéreo rodando e uma onda com algumas manobras de backside e tirou o grandão sul-africano do evento (e provavelmente da disputa pelo título). 

Outro que escorregou foi o australiano Taj Burrow, que perdeu para Mick Fanning no Round 5 e não é mais concorrente ao título de 2013.

Mick Fanning e Kelly Slater aumentaram a vantagem e disputam cabeça-a-cabeça o título dessa temporada. 

Esse será o 3º Título Mundial do australiano Mick Fanning? Ou será o 12º Título Mundial de Kelly Slater? Ou melhor, alguém ainda aposta no 2º título de Joel Parkinson? 

Fiquem ligados na próxima chamada, que pode ocorrer a qualquer momento, a partir das 3 da madrugada, horário de Brasília.



QUARTAS-DE-FINAL

Kai Otton (AUS) x Joel Parkinson (AUS)

John John Florence (HAW) x Mick Fanning (AUS)

Kelly Slater (USA) x Filipe Toledo (BRA)


Gabriel Medina (BRA) x Julian Wilson.





20 de setembro de 2013

Taj vence em Lower Trestles e a corrida pelo título ficou mais emocionante.



Finalizou em Trestles, California, a 7ª etapa do circuito mundial da ASP. Taj Burrow venceu a etapa, Mick Fanning tirou de Kelly Slater a liderança do tour e os surfistas da elite moeram as ondinhas de Lower Trestles. Não foi um evento bonito e nem muito empolgante, mas o nível de surf foi bom e a etapa colocou um pouco mais de tempeiro nessa reta final do campeonato mundial. 

Agora é França, Portugal e Hawaii e pelo jeito o título de 2013 será disputado até o final. 

Não foi aquele Trestles que todo mundo esperava. As ondas estavam pequenas e bem demoradas, quase no limite do pico. Mas as ondinhas eram perfeitas, longas e possibilitavam todo tipo de manobras. E a galera arrepiou. Foi até legal ver os atletas competindo em ondas ruins e mais parecidas com aquelas que nós, simples mortais, surfamos diariamente. Se bem que talvez tenha muita gente aqui que adoraria e preferiria aquela merrequinha de Trestles do campeonato do que seu pico de origem. 

Mas nem tudo foi bom no Hurley Pro, o evento ficou marcado pelas ondas minúsculas e pelo complicado julgamento. Muitas das baterias deixaram margem para muitas discussões. 

O que interessa é que Taj Burrow venceu com grande estilo na afinal 100% australiana e entrou na briga pelo título.

Na primeira semi, Taj Burrow enfrentou o sul-africano Jordy Smith e liquidou a fatura logo nos primeiros minutos de bateria. Em sua primeira onda, executou três rasgadas fortes e finalizou com uma batida na junção e ganhou 9.33. Logo em seguida, pegou outra direita, mandou pequenas rasgada e finalizou com um aéreo na junção: 6.50. Jordy Smith surfou ondas ruins e quase que desapareceu na bateria. Depois as ondas pararam de entrar.Apesar de não ter sido nem sombra do mesmo Jordy que surfou até a semi, foi um dos grandes nomes do Hurley Pro. Nas ondas pequenas, esse grandão de 1,90 m detonou e saiu de Trestles como o número 3 do mundo. Uma belíssima ascenção de Jordy.

Na segunda semi, Julian Wilson e Michel Bourez disputaram a segunda vaga da final. A bateria começou com poucas ondas e as duas melhores ondas dos atletas só vieram nos minutos finais da bateria. Julian Wilson surfou melhor e venceu com certa facilidade o confronto. Michel Bourez fez um grande evento e mostrou muito power nas merrecas. Impressionante como evoluiu sua técnica nas merrecas. No Rio de Janeiro também vi ele destruindo valinhas minúsculas no meio da Barra. Bourez saiu de Trestles com a 10ª colocação no ranking.

Na grande final, 100% australiana, Taj Burrow não deu chances ao jovem Julian Wilson e conquistou sua primeira vitória em 2013. Taj começou a bateria com um 8.67 em uma esquerda que rendeu três pancadas de backside e uma batidinha na junção no final. 8.67. Julian respondeu com um 8.27 em uma direita que rendeu uma rasgada, um pequeno aéreo rodando e uma batida na junção. Ganhou 8.27. Taj Burrow achou ainda uma boa dirita, rasgou forte, executou quatro manobras fortes, marcou 8.40 e aumentou a vantagem. Julian ainda tentou uma última onda, mandou um aéreo rodando e marcou 7.70. O surf forte e fluido de Taj Burrow superou os aéreos de Julian Wilson.

Taj nunca havia vencido em Trestles. Ficou feliz demais e se aproximou dos líderes do ranking e entrou na briga pelo título. Chances matemáticas ele tem.

O evento só não foi muito bom para os brasileiros. A maioria dos atletas do Brasil perderam suas baterias com julgamentos polêmicos.  

Análises de julgamento a parte, nosso brazilian storm, que tinha tudo para patrolar em 2013, ainda não conseguiu mostrar seu melhor surf. Todos são atletas completos, talentosos e muito acima da média, mas parecem n]ao estar conseguindo mostrar o seu máximo. O melhor surfista do Brasil continua sendo Adriano de Souza, que mantém uma regularidade e um foco fora do normal. Mineiro é o 8º do ranking mas é uma máquina de competir e sempre entra no jogo para ganhar. 

Faltando três etapas para o término do campeonato, Mick Fanning é o novo líder do ranking, 1200 pontos na frente de Kelly Slater. Jordy Smith vem na 3ª colocação e Taj Burrow na quarta. Joel Parkinson caiu para 5º. Adriano de Souza é o 8º, o único entre os Top 10. Filipe Toledo é o 17º, Gabriel Medina o 18º, Miguel Pupo o 26º, Alejo Muniz é o 29º, Raoni Monteiro o 31º, Willian Cardodo é o 33º e Heitor Alves ocupa a 38ª colocação no ranking.


A próxima etapa acontece na França, de 26 de setembro a 6 de outubro, no sudoeste da França.



HURLEY PRO AT TRESTLES FINAL RESULT:
1 -
 Taj Burrow (AUS) 17.07
2 - Julian Wilson (AUS) 15.97
HURLEY PRO AT TRESTLES SEMIFINALS RESULTS:
SF 1:
 Taj Burrow (AUS) 15.83 def. Jordy Smith (ZAF) 11.10
SF 2: Julian Wilson (AUS) 17.40 def. Michel Bourez (PYF) 12.43
HURLEY PRO AT TRESTLES QUARTERFINALS RESULTS:
QF 1:
 Jordy Smith (ZAF) 15.67 def. Kai Otton (AUS) 12.33
QF 2: Taj Burrow (AUS) 15.93 def. Patrick Gudauskas (USA) 13.70
QF 3: Michel Bourez (PYF) 17.90 def. Travis Logie (ZAF) 14.00
QF 4: Julian Wilson (AUS) 15.64 def. Josh Kerr (AUS) 13.04
HURLEY PRO AT TRESTLES ROUND 5 RESULTS:
Heat 1:
 Kai Otton (AUS) 11.50 def. C.J. Hobgood (USA) 8.83
Heat 2: Taj Burrow (AUS) 15.60 def. Adriano de Souza (BRA) 14.47
Heat 3: Travis Logie (ZAF) 13.23 def. Mick Fanning (AUS) 11.74
Heat 4: Josh Kerr (AUS) 14.10 def. Adam Melling (AUS) 12.93
CURRENT ASP WCT TOP 10:
1 -
 Mick Fanning (AUS) 41,900 points
2 - Kelly Slater (USA) 40,700 points
3 - Jordy Smith (ZAF) 35,700 points
4 - Taj Burrow (AUS) 35,400 points
5 - Joel Parkinson (AUS) 32,450 points
6 - Josh Kerr (AUS) 29,600 points
7 - Julian Wilson (AUS) 28,850 points
8 - Adriano de Souza (BRA) 27,500 points
9 - C.J. Hobgood (USA) 27,200 points
10 - Michel Bourez (PYF) 26,500 points
10 - Nat Young (USA) 26,500 points
17- Filipe Toledo (BRA)