O brasileiro Italo Ferreira venceu o Corona Bali Protected, a 5ª etapa do circuito mundial da World Surf League, garantiu sua segunda vitória em 2018 e assumiu a liderança do ranking surfando com um ritmo impressionante em Keramas.
Essa foi a 5ª etapa
consecutiva com ondas para a direita. Tá certo que Saquarema podia ter rolado
nas clássicas esquerdas de Itaúna e que a etapa de Margaret River, cancelada
por causa dos ataques de tubarão, será finalizada nas esquerdas de Uluwatu, mas
a verdade é que o circuito tem priorizado as direitas. A escolha de Keramas, uma direita na terra
de tantas esquerdas icônicas é até difícil de explicar. Daria para dizer que é
nítido que os regulars estão levando vantagem sobre os goofies com essa escolha
não fossem dois nomes: Italo Ferreira e Gabriel Medina. Dois goofies que tem
sido o pesadelo de praticamente todos os regulars do circuito.
Italo Ferreira vez um evento e tanto em Keramas. Só a vitória lhe daria a liderança do ranking e não restou pedra sobre pedra em seu caminho. Foi contido e eficiente na primeira metade da competição e agressivo e invencivel na segunda metade. Italo começou o evento perdendo para Joel Parkinson no Round
1, depois venceu o wildcard Barron Mamiya no Round 2 e venceu o brasileiro Tomas
Hermes no Round 3. Até aqui Italo surfou economizando energia. Daqui em diante Italo mudou a chave para
o modo matador e começou a atropelar seus oponentes. No Round 4 venceu Filipe
Toledo e Adriano de Souza somando 17 pontos; Nas quartas derrotou um inspirado
Jeremy Flores somando 16.20; Na semi Italo derrotou Jordy Smith fazendo a única
nota 10 do evento e na Final Italo venceu Michel Bourez somando 18.87 pontos.
Sempre muito rápido, sempre bem radical e agressivo, sempre com as manobras linkadas e com um ótimo
repertório de manobras aéreas. Não foi a toa que Italo venceu esse evento.
"Essa onda aqui é perfeita, lembra bastante a da minha casa (Baía Formosa). Eu tenho surfado bem cedo aqui todos os dias porque eu amo essa onda e queria aproveitar ao máximo. Hoje (domingo) foi um dia perfeito. O Michel Bourez tem realmente um power-surf, provavelmente o melhor do Tour, então eu sabia que precisava fazer o meu melhor para vencer. Felizmente para mim, encontrei algumas boas ondas para mostrar o meu surfe"
Filipe Toledo terminou o evento na 5ª colocação. Surfou muito, sobrou em quase todas as suas baterias e acabou perdendo para Jordy Smith em uma bateria onde o sul-africano foi agraciado com a maior nota do dia.
Silvana Lima fez um grande evento em Keramas, acabou na 5ª colocação e está entre as Top 10 do ranking na 8ª colocação. Tyler Wright e Lakay Peterson fizeram a final feminina. Uma bateria super disputada onde brilhou a estrela de Lakey Peterson que também venceu sua segunda etapa em 2018. Lakey segue mais líder do que nunca.
"Essa onda aqui é perfeita, lembra bastante a da minha casa (Baía Formosa). Eu tenho surfado bem cedo aqui todos os dias porque eu amo essa onda e queria aproveitar ao máximo. Hoje (domingo) foi um dia perfeito. O Michel Bourez tem realmente um power-surf, provavelmente o melhor do Tour, então eu sabia que precisava fazer o meu melhor para vencer. Felizmente para mim, encontrei algumas boas ondas para mostrar o meu surfe"
Silvana Lima fez um grande evento em Keramas, acabou na 5ª colocação e está entre as Top 10 do ranking na 8ª colocação. Tyler Wright e Lakay Peterson fizeram a final feminina. Uma bateria super disputada onde brilhou a estrela de Lakey Peterson que também venceu sua segunda etapa em 2018. Lakey segue mais líder do que nunca.
QUARTAS DE FINAL
As quatro baterias das quartas de final apresentaram ondas boas,
ondas perfeitas, surfe de alto nível, as 4 foram baterias bastante disputadas mas
três delas acabaram com muita gente criticando o julgamento.
Michel
Bourez (PYF) e Griffin Colapinto
(USA) fizeram a primeira bateria das quartas. Bourez abriu a bateria com um
tubo, rasgou forte e finalizou com uma batida na junção e marcou 7.67. Já na
metade da bateria Griffin pegou uma onda maior, pegou um belo tubo, fez um
cutback, uma rasgadinha e finalizou com uma batida na junção. Marcou 8.50. A
segunda nota do norte-americano foi um 5.63 em uma onda de manobras fracas. Bourez
fechou a bateria com uma onda bem menor, fez um tubo longo, algumas manobras e
fez 8.50. Comparando as duas notas 8.50 eu diria que tem uma certa
discrepância. Bourez, que mostrou mais comprometimento que Colapinto, venceu a
disputa por 16.17 a 14.43. Você pode assistir essa bateria aqui
Mikey Wright
(AUS) e Willian Cardoso (BRA). De um
lado o australiano que vem tendo todas as portas abertas no tour. Do outro lado
o estreante brasileiro que teve que se classificar pelo QS para participar do
CT. Willian parecia disposto a resolver na porrada. O “brazilian Sunny Garcia”
surfou forte e jogou muita água pra cima. Mikey parecia disposto a resolver
tudo nos tubos. Faltando menos de 2 minutos para o termino dessa bateria
Willian pegou uma boa onda, entubou fundo wsaiu com a pequena baforada, fez um
cutback e finalizou com uma batida na junção. Marcou 7.53. Mikey Wright ficou
sozinho no outside, pegou uma onda menor que a do Willian, fez um tubo mais
longo mas bem mais espremido, um cutback e duas manobras fracas. Ele precisava
de mais de 8 pontos e ganhou 8.43. Pareceu muita nota, principalmente com esse discurso
da WSL de que os juízes ficaram mais exigentes e que a escala das notas está
mais baixa. Na web muita gente achou injusto. Aliás, muita gente acha bastante
injusto um convidado correr boa parte do CT sem ter se classificado para isso. Você pode assistir essa bateria aqui
Jordy Smith
(ZAF) e Filipe Toledo (BRA) fizeram
uma bela disputa. Jordy Smith começou a bateria pegando um belo tubo por trás
do pico e duas manobras fracas. Ganhou 9.57. Sem dúvidas um ótimo tubo, mas com
o resto da onda foi fraco. Filipe pegou um tubo mais espremido que o de Jordy,
entubou por bastante tempo, saiu e fez duas manobras também não muito fortes. Ganhou
6.83. Faltando 3 minutos para o fim da bateria Jordy fez um pequeno aéreo
rodando e somou mais 5.77. Na onda de trás Filipe pego um tubo, fez mais 4
manobras, sempre puxando a o máximo o bico da sua prancha e fez 7.57. Jordy
Smith, venceu por 15.34 a 14.40 mas muita gente não engoliu essa. Você pode assistir essa bateria aqui
Italo
Ferreira (BRA) e Jeremy Flores (FRA)
fecharam as quartas com um duelo e tanto. Italo resolveu a bateria já na
primeira metade do confronto. Sua primeira nota foi uma onda de quatro manobras
bem fortes (7.67). A segunda nota foi uma onda de 6 manobras, todas também
muito fortes(8.60). Uma performance porreta do líder do ranking que não deixou
nenhuma margem para discussão. Jeremy fez sua primeira nota faltando 10 minutos
para o fim do confronto. Um tubo muito bom, um cutback e uma finalização forte.
Marcou 9 pontos. Nos últimos 5 minutos de bateria Jeremy surfou uma boa
direita, manobrou forte e fez 6.73. Uma performance incrível de Jeremy Flores
nesse evento. Italo venceu por 16.20 a 15.73. Você pode assistir essa bateria aqui
SEMIFINAL
Michel Bourez x Mikey Wright. O experiente tahitiano contra
o convidado australiano. Pena que essa foi uma bateria com poucas ondas. A
primeira onda da bateria só apareceu lá pelos 12 minutos. Mikey Wright errou
muito e só surfou ondas medíocres. Bourez mostrou mais comprometimento,
fez duas ondas regulares, mas muito bem surfadas e venceu a disputa por 14.27 a
5.67.
Italo Ferreira x Jordy Smith. Italo fez sua primeira nota bem no início da bateria. Sete cassetadas de backside lhe renderam um 7.13. Jordy veio na onda de trás, fez cinco manobras e ganhou 8 pontos. Italo foi mais agressivo, Jordy mais estiloso. A discussão acabou quando Italo dropou uma boa onda, mandou um aéreo rodando muito alto já na primeira manobra, duas cassetadas, um pop shovit e finalizou a onda com uma batidinha de base trocada. Nota 10. A diferença entre o 8 do Jordy e o 10 de Italo ou entre o 8.93 do Jordy e o 10 do Italo não foi de meros dois pontos, ali havia um oceano de diferença. Discrepâncias de um julgamento míope?
FINAL
Italo Ferreira x Michel Bourez Italo Ferreira saiu na frente empilhando notas acima dos 7 pontos. Michel Bourez começou mais tímido e escolhendo mal as ondas. Italo espancou tudo que veio pela frente como se estivesse surfando em casa. Surfou sorrindo. Michel Bourez, tão conectado com as ondas durante todo o evento, nada pode fazer. Em 7 ondas Italo fez 32 manobras, sendo que 3 delas surfando a última onda da bateria de base trocada e venceu o tahitiano por 18.87 a 9.83. Vitória do brasileiro, a segunda de 2018, a única nota 10 da competição e a liderança do circuito mundial.
RANKING
Italo Ferreira é o líder do ranking com 24.995 pontos. Felipe Toledo é o vice-lider com 22.850 pontos. O australiano Julian Wilson é o 3º colocado, com 21.080 pontos. Gabriel Medina (5º) e Michael Rodrigues (10º) completam o time de brasileiros no Top 10.
Segue aqui o Ranking atualizado
Foto: WSL/Kelly Cestari
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