Medina Campeão em Teahupo´o. - Foto @WSL
Por: Dadá Souza
Com uma virada na última onda, Gabriel Medina se consagrou campeão do Tahiti Pro, a 7ª etapa (de um total de 11) do circuito mundial da WSL. Medina surfou com superioridade durante todo o evento e venceu n grande final o australiano Owen Wright por 13.50 a 12.07. Essa foi a segunda vitória de Medina em Teahupo´o (a primeira foi em 2014). Ao conquistar o título dessa etapa Medina se tornou o 4º brasileiro a vencer uma etapa em 2018 e assumiu a vice-liderança do ranking mundial.
Não foi um evento bom de ondas. Teahupo´o normalmente é uma onda temida e assustadora, mas nesse evento as ondas quebraram pequenas demais durante toda a competição. Faltaram as ondas grandes, faltaram os tubos, faltaram os wipouts e faltaram os high scores. Não foi um "Tchoppão" daqueles, foi um "Tchoppinho" mesmo. Emocionante como um evento na piscina do Kelly.
Medina surfou esse evento com confiança e determinação e desde o Round 1 Gabriel mostrou que estava ali para vencer a competição. Venceu fácil Wiggolly Dantas e Tomas Hermes no Round 1; venceu novamente Wiggolly Dantas no Round 3; venceu Kolohe Andino e Yago Dora no Round 4; venceu (fácil) Italo Ferreira nas Quartas; venceu Jeremy Flores na semi; e venceu Owen Wright, de virada, na grande final. Uma campanha com 100% de aproveitamento que coroou a primeira vitória de Medina em 2018.
Depois de 7 etapas, Filipe Toledo é o líder do ranking com 41.985 pontos; Gabriel Medina é o novo vice-líder, com 35.685 pontos; Julian Wilson caiu para a 3ª colocação, com 32.380 pontos; Italo Ferreira continua na 4ª colocação, com 30.160 pontos; e Wade Carmichael é o 5º com 26.660 pontos.
(Veja o ranking completo atualizado aqui).
Os primeiros Rounds do Tahito Pro 2018 foram mornos, quase frios. O Round 2
fez a primeira limpa nos competidores. O local Tikanui Smith derrotou o vice-lider do ranking Julian Wilson, que
deu um mole danado e foi eliminado da competição cedo demais. Jordy Smith não teve muito trabalho
para derrotar o local Mateia Hiquily. Wiggolly
Dantas eliminou seu compatriota Willian Cardoso por uma diferença de 6
centésimos. O queridão da WSL Mikey
Wright eliminou da disputa o brasileiro Miguel Pupo. Ian Gouveia eliminou o norte-americano Griffin Colapinto, que
estava pouco a vontade em Teahupo´o. Owen
Wright eliminou da disputa o francês Joan Duru. Michael February venceu Conner Coffin por 7 centésimos de ponto. Michael Rodrigues eliminou o havaiano
Keanu Asing. Kanoa Igarashi eliminou
o australiano Matt Wilkinson. Jeremy
Flores venceu o norte-americano Pat Gudauskas por uma diferença de 2
décimos. Jesse Mendes derrotou o
havaiano Sebastian Zietz (e alguns juízes implicantes) em uma bateria bastante
disputada. E na última bateria do R2 Yago
Dora eliminou Tomas Hermes na última bateria do dia. Um round inteiro de ondas pequenas e de notas
baixas. Só duas ondas ultrapassaram a casa dos 8 pontos. A primeira com Jordy
Smtih (8.17) e a segunda com o Yago Dora (8.50).
ROUND 3
O Round 3 começou
com um duelo sul-africano e o novato Mike
February eliminou o top 5 do ranking Jordy Smith e deixou o caminho aberto
para os brasileiros. Ezekiel Lau
eliminou o brasileiro Michael Rodrigues. Wade
carmichael eliminou o brasileiro Jesse Mendes em uma bateria de julgamento
polêmico. Owen Wright eliminou da
disputa o seu compatriota Joel Parkinson. Kanoa
Igarashi eliminou o brasileiro Adriano de Souza. Filipe Toledo eliminou o sul-africano Jordy Smith com facilidade. Gabriel Medina eliminou da competição o
brasileiro Wiggolly Dantas. Kolohe
Andino eliminou o português Frederico Morais. Yago Dora venceu (fácil) o australiano Mikey Wright. Connor O´Leary eliminou o tahitiano
Michel Bourez. Jeremy Flores
eliminou o australiano Adrian Buchan. E na última bateria do Round 3 Italo Ferreira eliminou Ian Gouveia em
um confronto polêmico. Ian Gouveia pareceu ter saído prejudicado com um snake
feito pelo Italo Ferreira no começo do confronto. Um Round realiado em ondas
bem pequenas e difíceis. Só duas ondas ultrapassaram a casa dos 8 pontos. A
primeira com Owen Wright (8.00), a segunda com Connor O´Leary (9.20).
ROUND 4
O Round 4 definiu
os finalistas do evento. Na primeira
bateria do R4 o sul-africano Michael February e o australiano Wade
Carmichael garantiram as duas primeiras vagas nas quartas de final e mandaram o
havaiano Ezekiel Lau de volta pra casa. Na
segunda bateria o australiano Owen Wright e o brasileiro Filipe Toledo
garantiram a vaga na semi (o Owen agraciado com notas bem generosas) e
eliminaram o norte-americano Kanoa Igarashi da competição. Na terceira bateria Gabriel Medina e Kolohe Andino (USA) garantiram
suas vagas na semi e eliminaram da disputa o brasileiro Yago Dora. Na quarta bateria Jeremy Flores e Italo
Ferreira garantiram as duas últimas vagas para as quartas de final e eliminaram
da disputa o australiano Connor O´Leary. Mais um round definido em ondas
pequenas e com notas baixas. Somente 3 notas ultrapassaram a casa dos 8 pontos.
Michael February (8.93), Jeremy Flores (8.17) e Connor O´Leary (8.17).
QUARTAS-DE-FINAL
Filipe Toledo
(BRA) x Michael February (ZAF) – Filipe
Toledo começou com uma onda de três rasgadas e marcou 6 pontos. February pegou
um tubinho e marcou 4.93. As ondas estavam bem demoradas. Filipe pegou um bom
tubo, caiu na volta de um cutback e marcou 5.43. Filipe manteve o domínio por
toda a bateria, surfou calmo e economizou energia. Faltando 3 minutos para o
otérmino da bateria Filipe remou em uma onda, não entrou, e perdeu a
prioridade. Por sorte não entrou outra onda e Filipe se classificou para a
semifinal. Michael February terminou o evento na 5ª colocação. Era o 31º do
ranking antes de Teahupo´o e agora é o 27º. Essa bateria pode ser assistida aqui.
Owen Wright (AUS)
x Wade Carmichael (AUS) - Duelo australiano. Owen Wright saiu na frente
somando uma onda regular e uma onda fraca (6.83 e 2.67). Wade Carmichael
começou com uma onda fraca (4.50). Faltando 18 minutos para o término da
bateria Owen pegou uma onda sem a prioridade, pegou um ótimo tubo e marcou 9.17.
Carmichael se abalou e Owen só precisou administrar o resultado até o final do
confronto. Owen se classificou para a semi, Carmichael terminou o evento na 5ª
colocação. Carmichael era o 6º do ranking e agora é o 5º. Nada mal para um estreante. Essa bateria pode ser assistida aqui.
Gabriel Medina
(BRA) x Italo Ferreira (BRA) – Um
terço dessa bateria passou em branco. Italo abriu o confronto com um tubo curto
que lhe rendeu 3 pontos. Medina pegou um ótimo tubo, rasgou forte e fez mais
duas manobras e marcou 7.67. Medina ainda marcou mais 5.43 na bateria anterior
e deixou Italo precisando de uma combinação de duas ondas. Italo passou a arriscar
bastante e errou quase tudo que tentou. Ainda
fez uma nota 4.57 no finalzinho da bateria. Gabriel Medina venceu com
facilidade e conquistou a vaga na semi. Italo ficou na 5ª colocação e não mudou sua posição no ranking. Era o 4º do ranking antes de Teahupoo e mantem sua posição após a sétima etapa. Essa bateria pode ser assistida aqui.
Jeremy Flores
(FRA) x Kolohe Andino (USA) – Metade
dessa bateria se passou praticamente em branco. Faltando pouco menos de 20
minutos Jeremy pegou um excelente tubo, manobrou forte e marcou 8.17. Kolohe
apostava nas manobras e nas ondas pequenas. Jeremy estava afiado e estava
sintonizado com os tubos. Faltando 5 minutos Jeremy pegou um bom tubo, marcou
5.17 e deixou Kolohe precisando de uma combinação de ondas. Jeremy venceu fácil
e garantiu a última vaga na semi. Kolohe finalizou o evento na 5ª colocação.
Era o 15º do ranking, agora é o 10º. Essa bateria pode ser assistida aqui.
SEMIFINAIS
Filipe Toledo
(BRA) x Owen Wright (AUS) – Filipe chegou
até a semi soberando em Teahupo´o. Owen chegou com alguns julgamentos generosos
a seu favor, mas chegou na semi com o status de especialista nessa onda. Owen
saiu na frente somando 6.67 e 4.93. Filipe começou a bateria com notas muito
fracas. Faltando 19 minutos Filipe marcou sua primeira nota: 4.73. Faltando 12 minutos Filipe acertou um aéreo rodando
em uma onda pequena e marcou 4.33.
Faltando pouco mais de 10 minutos Filipe pegou uma onda de 3 manobras e
marcou 4.70. Filipe Toledo ainda precisava de 6.87. Faltando 7 minutos Owen
pegou uma boa onda, entubou, deu duas rasgadas e uma batida pequena e marcou 5.93.
Filipe ficou com a prioridade nos minutos finais da bateria, mas ficou
precisando de 7.30 para virar o resultado. Owen garantiu a primeira vaga na
final e Filipe terminou o evento na 3ª colocação, seu melhor resultado em
Teahupo´o. Filipe era líder antes da
etapa do tahiti e saiu de Teahupoo como líder. Uma ótima etapa para Filipe Toledo.
Gabriel Medina (BRA) x Jeremy Flores (FRA) - Medina chegou até a semi absoluto. Surfou mais que seus adversários e mais do que disseram suas notas ao longo do evento. Jeremy chegou até a semi sempre surfando bons tubos. Ambos campeões dessa etapa, Medina em 2014, Jeremy em 2015. Gabriel Medina saiu na frente com uma nota 7.10. Logo em seguida Medina surfou outra onda parecida, deu alley-oop e uma cassetada na finalização e marcou mais 8.07. Jeremy entubou e fez mais três manobras e marcou 5.67, uma nota que pra muita gente pareceu baixa demais. O surfista das Ilhas Reuniao ainda precisava de 9.50 para virar o resultado. Gabriel Medina venceu a bateria e garantiu sua vaga na final do evento. Jeremy terminou o evento na 3ª colocação. Era o 18º do ranking, agora é o 12º do ranking.
FINAL
Owen Wright (AUS)
x Gabriel Medina (BRA) – Dois goofies
chegaram à grande final do evento. Owen saiu na frente com uma nota 6.50.
Medina deu sua resposta e marcou 6.17. As notas do Medina não saiam nem quando
ele manobrava nitidamente mais forte. Owen ganhou 4.30 em um tubo que nunca deveria
ser considerado um tubo. Faltando 10 minutos Owen tinha a prioridade e Medina precisava
de 4.54 para virar o resultado. Medina tentou em duas ondas, mas as ondas foram
muito ruins. Nos últimos 2 minutos Owen pegou uma onda boa e marcou 5.57.
Medina pegou uma onda nos instantes finais, entubou fundo, saiu seco e manobrou
forte. Marcou 7.33, virou o resultado e venceu a etapa. Gabriel Medina campeão
em Teahupo´o.
A briga pelo título mundial deve meso ficar entre Filipe Toledo e Gabriel Medina. Medina já venceu no Surf Ranch, na França e em Portugal (e tem dois vices em Pipe). Filipe Toledo já venceu em Portugal e já fez quartas-de-final na França e em Pipe. Essa briga vai ser boa. São dois surfistas que realmente estão surfando um nível acima. E para deixar tudo ainda mais interessante, ainda tem Julian Wilson e Italo Ferreira na briga direta pelo título.
A maior nota: 9.17 (Owen Wright)
A maior nota: 9.17 (Owen Wright)
A maior média:
16.00 (Owen Wright)
As maiores notas das
finais: 9.17 (Owen Wright); 8.17 (Jeremy Flores); 8,07 (Gabriel Medina)
Ranking Atualizado: Aqui
A próxima etapa acontece de 6 a 9 de setembro no Surf Ranch do Kelly Slater.
Ainda faltam 4 etapas: Surf Ranch (California), na França, em Portugal e em Pipeline (Hawaii).
A próxima etapa acontece de 6 a 9 de setembro no Surf Ranch do Kelly Slater.
Ainda faltam 4 etapas: Surf Ranch (California), na França, em Portugal e em Pipeline (Hawaii).
A propósito, os brasileiros venceram 6 das 7 etapas do circuito e ocupam 3 dos 4 lugares do topo do ranking. Não estaria na hora dos brasileiros serem melhor julgados?