Depois de um verão de abstinência, os eventos da WSL
voltaram e a primeira das 11 etapas de 2018 foi finalizada. O Quiksilver Pro
Gold Coast, primeiro dos três eventos australianos, acabou com uma final australiana,
com Julian Wilson campeão do evento e Adrian Buchan como vice.
Antes de começar a falar sobre esse campeonato, vale a
pena dizer que 2018 começou com algumas novidades no tour. A WSL trocou de CEO,
trocou de Head Judge, mudou a distribuição de pontos em cada fase, a repescagem
do Round 5 foi eliminada, a piscina de ondas do Kelly entrou no tour, o Mick
Fanning anunciou sua aposentadoria e o Brasil é hoje a nação com o maior número
de participantes na elite mundial.
Como acontece há séculos (isso é uma brincadeira), o circuito
começa na Gold Coast australiana. Quase sempre na famosa bancada de Snapper
Rocks, às vezes também em Kirra. Ninguém questiona a qualidade dessas ondas,
tanto Snapper quanto Kirra são ondas longas e de altíssima qualidade, a
primeira favorece as manobras e a segunda os tubos. O problema dessa etapa é
que nem sempre ela apresenta ondas tão boas durante os campeonatos da WSL.
Dessa vez até rolou um daqueles clássicos em Snapper, mas o evento acabou
mudando para Kirra. Algumas pessoas disseram que foi uma tremenda mancada da
WSL, algumas pessoas disseram que a WSL fez o correto e algumas pessoas
disseram que a mudança favoreceria justamente os surfistas que não vinham se
destacando nas manobras. O fato é que o campeonato mudou pra Kirra e as finais
rolaram com boas ondas. Não estava clássico, nenhum dos surfistas conseguiu
colocar duas notas no padrão excelente, mas tinha boas ondas (Nada clássico
como muitas mídias publicaram).
O campeonato começou com ondas difíceis e muita correnteza
e a maioria dos “tops” passou trabalho para mostrar uma linha de surf acima da
média. Filipe Toledo, Gabriel Medina, Italo Ferreira e Mick Fanning foram os melhores
nomes do primeiro dia e surfaram bem acima da média. O restou remou.
Literalmente.
Adrian Buchan e Julian Wilson chegaram às finais do evento sem estarem entre os grandes nomes do campeonato. Ambos são excelentes surfistas, ótimos competidores e atletas muito constantes, mas verdade seja dita, muita gente surfou melhor do que eles nesse evento e isso, claro, mexeu com os ânimos da galera na web. Se a WSL mudou seu head judge para dar uma nova cara ao julgamento, não sei se conseguiu. Os critérios parece que estão sendo mais levados a sério e fazer high scores aparentemente ficou mais difícil, mas muita gente discordou de alguns julgamentos.
OS BRASILEIROS NA COMPETIÇÃO
GABRIEL MEDINA
YAGO DORA
Começar o ano com um 25º é começar o ano já com um descarte. Yago tem talento de sobra e pode surpreender em muitas etapas, mas precisa competir bem. 2018 será um ano de muito aprendizado.
No segundo dia o round 2 rolou em ondas menores, mas
melhores. A repescagem contou com 4
campeões mundiais e com 9 brasileiros lutando para continuar no evento. Medina,
Mineiro, Michael Rodrigues, Willian Cardoso e Tomas Hermes venceram seus
confrontos na raça e avançaram na competição. Ian Gouveia, Caio Ibelli, Yago Dora e Jesse
Mendes perderam suas baterias e deram adeus a competição com a 25ª colocação
(assim como o campeão mundial John John Florence). Jessé deveria ter passado,
mas os juízes, ah os juízes...
No Round 3 o time
brasileiro perdeu Willian Cardoso, Italo Ferreira e Gabriel Medina. Mais da
metade do nosso “time” perdeu nas fases iniciais do evento e muita gente já tem
um primeiro descarte já na primeira etapa. Mas também teve quem se conectou bem
com as ondas de \Snapper Rocks Tomas Hermes, Filipe Toledo, Adriano de Souza e
Michael Rodrigues surfaram muito bem e avançaram na competição. Filipe sempre
puxando o ritmo e os limites. Mineiro foi o único brasileiro eliminado no Round
4.
Até o Round 4 o campeonato
rolou em Snapper Rocks. Filipe Toledo foi o melhor surfista de todo o evento
até aqui, Tomas Hermes e Michael Rodrigues pareciam estar surfando em casa e
Owen Wright estava com o surf muito encaixado, sempre fazendo boas notas. Se eu
pudesse dizer que o surf tem alguma lógica, diria que o campeonato estaria
entre esses quatro competidores.
Nas quartas de final o mar
subiu bastante e a organização do decidiu transferiar o evento para Kirra. O evento
deixou de lado as manobras para investir nos tubos. Muita gente disse que foi
cagada da WSL porque Snapper quebrou clássico. Muita gente defende a ida para
Kirra, apesar das poucas notas excelentes nesse dia. Adrian Buchan, sempre
constante, eliminou Owen Wright e garantiu a primeira vaga na semi. Tomas
Hermes eliminou Filipe Toledo, até então o melhor surfista da competição e foi
para sua primeira semifinal na WSL já em seu evento de estreia. Julian Wilson
eliminou Michel Rodrigues com a primeira nota bastante inflada e Griffin
Colapinto eliminou Michel Bourez fazendo a única nota 10 da competição.
Tomas Hermes e Griffin
Colapinto, dois novatos no tour, chegaram as semifinais do evento derrubando
verdadeiros gigantes pelo caminho. Tomas, surfando com sua Xanadu Viper,
eliminou Joan Duru (FRA, eliminou Kolohe Andino (USA), Eliminou Mick Fanning
(AUS) e eliminou o brasileiro Filipe Toledo. Griffin Colapinto venceu de John John
e Mikey Wright no Round 1, eliminou o local Joel Parkinson, o norte-americano
Kanoa Igarashi e o tahitiano Michel Bourez. Fazer semifinal já no primeiro
evento na elite foi um grande feito desses dois novatos que começaram o ano já concorrendo ao Rookie of the Year.
SEMI
Na primeira bateria da
semi, o australiano Adrian Buchan venceu Tomas Hermes. Adoraria dizer isso com
mais verdade, mas essa foi uma das tantas baterias de julgamento polêmico.
Adrian Buchan venceu, mas muita gente acha que nem ele e nem o julgamento
convenceram. O heat analyzer está lá para quem quiser ver.
A verdade é que surfistas
estreantes muitas vezes são cruelmente julgados e coisas como essa acontecem. Também
diria que é verdade que ondas maiores, independente se foram melhores surfadas,
ganham pontuações proporcionalmente infladas, como se a linha de surf valesse
mais do que o tamanho da onda.
Na segunda semi Julian Wilson venceu
Griffin Colapinto surfando mais do que o novato e começou o ano com uma final
FINAL
A final começou com uma
onda excelente de Julian Wilson que pegou um tubão, marcou 9.93 e garantiu a
metade da bateria. Uma onda menor e um 7.50 garantiram a vitória já na metade
da bateria. Adrian Buchan bem que lutou,
mas as ondas não estavam fáceis. Na metade do confronto conseguiu um 6.50 e no
finalzinho da bateria um 8.60. Julian venceu o primeiro
evento do ano, venceu pela primeira vez na Austrália, venceu vindo de lesão
séria no ombro e venceu poucos dias depois do nascimento da sua filha. Nada mal
para o australiano.
Adrian Buchan e Julian Wilson chegaram às finais do evento sem estarem entre os grandes nomes do campeonato. Ambos são excelentes surfistas, ótimos competidores e atletas muito constantes, mas verdade seja dita, muita gente surfou melhor do que eles nesse evento e isso, claro, mexeu com os ânimos da galera na web. Se a WSL mudou seu head judge para dar uma nova cara ao julgamento, não sei se conseguiu. Os critérios parece que estão sendo mais levados a sério e fazer high scores aparentemente ficou mais difícil, mas muita gente discordou de alguns julgamentos.
Mesmo com swell, mesmo com ondas longas, mesmo com muita gente boa e tantas caras novas, o evento todo foi morno. Foram raros
os momentos de brilho em um evento que era para ser de alta performance nas
ondas. E verdade seja dita, Fanning e Parko, mesmo tiozinhos, deram aula em
casa. Não será fácil para a Austrália substituir esses dois e não será nada
fácil para a nova geração surfar no mesmo nível desses dois. Mas se esses dois
deram aula, ninguém surfou mais do que os brasileiros. Filipe Toledo e Gabriel Medina
não competiram bem mas surfaram muito acima da média enquanto Michael Rodrigues
e Tomas Hermes pareciam locais de Snapper Rocks. Nenhum deles chegou a final,
mas tenho certeza de que o surf desses caras impressionou muito mais do que o
surf dos finalistas. Coisas de campeonato.
Entre as meninas a final aconteceu entre a norte-americana Lakey Peterson e a australiana Keely Andrew. Ver as meninas competindo em Kirra foi legal demais e a norte-americana venceu a disputa por 15.67 a 5.67.
Entre as meninas a final aconteceu entre a norte-americana Lakey Peterson e a australiana Keely Andrew. Ver as meninas competindo em Kirra foi legal demais e a norte-americana venceu a disputa por 15.67 a 5.67.
OS BRASILEIROS NA COMPETIÇÃO
ADRIANO
DE SOUZA
Adriano de Souza é um competidor nato. Um soldado
obstinado e dedicado, não à toa é um campeão mundial.
Mineiro estreou
contra Adrian Buchan (AUS) e Willian Cardoso (BRA) em uma bateria com poucas
ondas boas, passou a bateria toda esperando uma onda boa que só veio no final
do confronto. No Round 2 Mineiro eliminou
Ian Gouveia fazendo uma boa bateria. Saiu na frente, manteve um ritmo forte durante
todo o confronto e mostrou repertório, vontade e uma ótima leitura de onda. No Round
3 Mineiro enfrentou Wade Carmichael, passou a bateria toda lutando e na
última onda fez uma virada espetacular em cima do australiano. No Round 4 Mineiro enfrentou Michael
Rodrigues e Michel Bourez. Mineiro surfou bem, mas acabou ficando em 3º em uma
bateria onde o julgamento foi bastante questionado.
Adriano começou o ano com uma 9ª colocação, é sempre um
candidato real para vencer as etapas. Às vezes parece que ele tem vontade
demais e isso o atrapalha. Em Bells é um dos favoritos.
CAIO
IBELLI
Caio Ibelli é um surfista talentoso e muito dedicado. Esse
ano caio recebeu uma proposta da Slater Designs, quebrou o contrato de exclusividade
com o Xanadu e começou o ano competindo com pranchas novas.
Na primeira bateria do evento contra Owen Wright (AUS) e Ezekiel Lau (HAW), passou a bateria toda literalmente boiando. As condições do mar estavam bastante difíceis e Caio finalizou a bateria na 2ª colocação mais por interferência do Zeke Lau do que pelo surf que ele conseguiu apresentar. No Round 2 Caio Ibelli enfrentou Willian Cardoso, dessa vez surfou bem, mostrou um surfou bem forte e consistente, mas o Panda surfou muito.
2018 começou com um descarte e um amargo 25º. Muito pouco para um garoto com um surf tão consistente. Agora é ir pra Bells mais focado e com mais sorte.
Na primeira bateria do evento contra Owen Wright (AUS) e Ezekiel Lau (HAW), passou a bateria toda literalmente boiando. As condições do mar estavam bastante difíceis e Caio finalizou a bateria na 2ª colocação mais por interferência do Zeke Lau do que pelo surf que ele conseguiu apresentar. No Round 2 Caio Ibelli enfrentou Willian Cardoso, dessa vez surfou bem, mostrou um surfou bem forte e consistente, mas o Panda surfou muito.
2018 começou com um descarte e um amargo 25º. Muito pouco para um garoto com um surf tão consistente. Agora é ir pra Bells mais focado e com mais sorte.
FILIPE
TOLEDO
Filipe Toledo é uma estrela de raro talento. É fácil o
surfista mais rápido do mundo hoje e voa como poucos. Filipe tem o equilíbrio quase
perfeito entre vontade e frieza competitiva e é um dos sérios candidatos ao
título esse ano.
No Round 1 Filipe estreou contra o brasileiro Tomas Hermes
e o Frederico Moraes (PRT), fez a melhor onda do dia, a maior somatória do dia
e simplesmente sobrou na bateria. No Round 3 Filipe Toledo venceu o brasileiro Italo
Ferreira em uma bateria que poderia ter sido a final do evento. Surf de
altíssimo nível. No Round 4 Filipe Toledo enfrentou os australianos Mikey
Wright e ace buchan e simplesmente atropelou todo mundo. Nas quartas de final
Filipe Toledo enfrentou Tomas Hermes nas ondas de Kirra e simplesmente não
conseguiu se conectar com as ondas.
Filipinho começou o ano com uma 5ª colocação, não foi
ruim, mas vale a pena repetir: ninguém surfou como ele em toda a competição. Em
Bells? Grandes chances.
GABRIEL MEDINA
Gabriel Medina é o talento em
pessoa. Quando ele resolve que quer não tem quem o pare. Surfe de campeão mundial.
No Round 1 Medina estreou contra Italo Ferreira (BRA) e Leonardo Fioravanti (ITA) e sua primeira participação no ano foi com uma interferência em cima do italiano. Medina surfou muito bem sua primeira onda, mas acabou pagando caro pela falta de inteligência. No Round 2 Gabriel Medina pegou novamente Leonardo Fioravanti e dessa vez atropelou o italiano. No Round 3 Medina enfrentou o australiano Mikey Wright, passou a bateria toda levando uma escovada e não mostrou nem a metade do que esperávamos dele. Acabou eliminado no Round 3 e começou o ano com uma 13ª colocação. Muito pouco para quem vinha mostrando um surf tão forte.
No Round 1 Medina estreou contra Italo Ferreira (BRA) e Leonardo Fioravanti (ITA) e sua primeira participação no ano foi com uma interferência em cima do italiano. Medina surfou muito bem sua primeira onda, mas acabou pagando caro pela falta de inteligência. No Round 2 Gabriel Medina pegou novamente Leonardo Fioravanti e dessa vez atropelou o italiano. No Round 3 Medina enfrentou o australiano Mikey Wright, passou a bateria toda levando uma escovada e não mostrou nem a metade do que esperávamos dele. Acabou eliminado no Round 3 e começou o ano com uma 13ª colocação. Muito pouco para quem vinha mostrando um surf tão forte.
Medina tem um talento monstruoso
e pode facilmente empilhar alguns títulos mundiais, mas nem sempre é
inteligente em suas baterias. Vai pra
Bells sabendo que já tem um primeiro descarte. P.S. - Não seria o caso de procurar um técnico de verdade?
IAN
GOUVEIA
Ian Gouveia é o nosso mini-Occy. O pequeno caçula dos
Gouveia cresce quando o mar sobe, tem manobras fortes e uma vibe incrivelmente
boa.
No Round 1 Ian Gouveia estreou contra Julian Wilson (AUS)
e Joan Duru (FRA), não encontrou boas ondas na bateria, não surfou bem e
terminou o confronto na terceira colocação. No Round 2 Ian surfou contra Adriano
de Souza pelo tudo ou nada, surfou bem forte,
lutou e quase virou a bateria no final do confronto, mas a leitura de onda do
Mineiro fez a diferença.
Começar o ano com uma 25ª colocação certamente não era o
seu objetivo. Agora é ajustar o foco e correr atrás do prejuízo em Bells
ITALO
FERREIRA
Italo Ferreira é um surfista
rápido, forte, confiante e sempre entra na água para vencer e não raro atropela
seus adversários. Seu surf é agressivo, radical e muito veloz.
No Round 1 Italo estreou
contra Gabriel Medina (BRA) e Leonardo Fioravanti (ITA), mostrou o melhor surfe
do dia e garantiu a primeira vitória brasileira na competição. No round 3 Italo
Ferreira e Filipe Toledo fizeram um grande confronto (bem melhor que o da
final), Filipe levou a melhor e Italo se despediu cedo demais da competição.
Italo começou o ano com um
13º justamente em uma das ondas que mais favorecia o seu surf. Em Bells Italo é
um forte candidato. Tem surfe de backside de sobra.
JESSE
MENDES
Jesse Mendes chegou a elite mundial já pronto. Surfista
afiado, competitivo e muito radical.
No Round 1 Jesse Mendes enfrentaria Kelly Slater (USA) e
Mick Fanning (AUS), mas Slater não compareceu ao evento e Jesse estreou no tour
fazendo a única bateria homem-a-homem do Round 1 contra o local hero e tricampeão mundial Mick Fanning. Jesse bem que tentou,
mas o australiano escolheu as melhores ondas, surfou melhor e levou a bateria. No
Round 2 Jesse enfrentou Wade Carmichael, começou surfando bem vertical e levou
a melhor na primeira troca de onda. Ficou faltando uma segunda onda boa para o
brasileiro que perdeu para um adversário que definitivamente surfou pior do que
ele.
Estrear na elite mundial com uma 25ª colocação é aquela
coisa, ou você foca, ou cai fora. E o primeiro descarte você já tem. Em Bells
Jesse deveria surfar um pouco mais tranquilo e sem tantos erros. Surfe e
experiência definitivamente não lhe faltam.
MICHAEL
RODRIGUES
Michael Rodrigues é um novato no tour, mas como dizem, chegou
chegando. Rápido, ousado, radical e bom competidor.
O cearense Michael Rodrigues estreou no tour surfando
contra Matt Wilkinson (AUS) e Michel Bourez (PYF), não encontrou boas ondas na
bateria e finalizou na 2ª colocação. No Round 2 o cearense pegou o havaiano
Sebastian Zietz, surfou e competiu muito bem e fez a mala do havaiano. Mostrou
velocidade, mostrou radicalismo e avançou para o round 3 com certa facilidade.
No Round 4 eliminou Jordy Smith em uma bateria bastante disputada. No Round 4 Michael
Rodrigues enfrentou Mineiro e Michel Bourez, foi um dos melhores surfistas da
bateria, mas os juízes deram a vitória ao tahitiano. Nas quartas de final
Michael Rodrigues pegou o australiano Julian Wilson, que surfou melhor e venceu
a bateria. Os juízes foram bem generosos ao digitar as notas do australiano,
mas ele realmente venceu a bateria.
Quartas de final em seu primeiro evento na elite é para
poucos. Snapper Rocks é uma onda especialmente boa para o surfe de Michael
Rodrigues e ele aproveitou a chance para conquistar importantes pontos. Se
encaixar seu surf nas ondas de Bells tem grandes chances de sair da perna
australiana com o ano pelo menos encaminhado.
TOMAS
HERMES
Tomas Hermes é um estreante no tour. Inteligente,
habilidoso e cheio de cartas na manga.
O novato Tomas Hermes estreou no tour contra Filipe Toledo
(BRA) e Frederico Moraes (PRT). Ele bem
que tentou, mas acabou na terceira colocação. No Round 2 Tomas enfrentou o
francês Joan Duru e surfou como se estivesse em casa. Leu muito bem as ondas,
surfou com comprometimento e com inteligência, só não mostrou muito
radicalismo. No Round 3 Tomas Hermes eliminou o norte americano Kolohe Andino surfando
com muita facilidade. No Round 4, Tomas surfou contra Mick Fanning e Owen
Wright, dois mestres nessa onda. Owen fez uma bateria inspiradíssimo e sinceramente
não teve adversários. Tomas lutou muito, surfou forte, leu bem as ondas,
competiu muito bem e eliminou o Mick Fanning da disputa. Uma belissima bateria
para o brasileiro. Nas quartas de final Tomas Hermes enfrentou Filipe Toledo, o
melhor surfista do evento até então, e venceu o confronto. Na semi Tomas
enfrentou o aussie Adrian Buchan. As ondas estavam difíceis e Tomas surfou bem.
Adrian Buchan venceu o confronto e foi para a final, mas não convenceu. O Heat
Analyzer está lá para quem quiser ver.
Tomas começou o ano de maneira espetacular. Apostando no tabalho do shaper brasileiro Xanadu, fez semifinal no
primeiro evento da elite é mais do que qualquer um poderia sonhar, inclusive o
próprio Tomas. Snapper Rocks é uma onda que favorece o seu surf e ele
aproveitou como ninguém. Rumo a Bells feliz da vida e sabendo que pode garantir
ali um ano um pouco mais tranquilo.
WILLIAN
CARDOSO
Willian Cardoso é um surfista forte, determinado e um bom
competidor.
Willian estreou no CT contra Adrian Buchan (AUS) e Adriano
de Souza (BRA). Enquanto o Mineiro e o Ace boiaram muito, o Panda aproveitou
para surfar, manobrou bem forte, mas não encontrou as melhores ondas da
bateria. No Round 2 Willian enfrentou
Caio Ibelli em uma bateria super disputada. O Panda surfou muito forte,
escolheu as maiores ondas e conseguiu a virada no último minuto da bateria. No
Round 3 Willian pegou o australiano Owen Wright, parecia um pouco de nervoso,
não escolheu bem suas ondas nem encaixou suas manobras com tanta pressão e
perdeu a bateria para um experiente Owen Wright.
Willian é um cara que pode surpreender em Bells. Surfe
forte ele tem.
YAGO DORA
Yago Dora é um dos surfistas mais talentosos da nova
geração brasileira. Rápido, radical e estiloso. Um surfista no meio de muitos
atletas.
No Round 1 Yago Dora estreou na elite contra Jeremy Flores
(FRA) e Joel Parkinson (AUS), surfou algumas boas ondas, mas acabou na terceira
colocação. No Round 2 Yago enfrentou o norte-americano Conner Coffin em uma
bateria com poucas ondas boas, não conseguiu mostrou seu melhor surf e o
americano venceu o confronto surfando as melhores ondas da bateria.
Começar o ano com um 25º é começar o ano já com um descarte. Yago tem talento de sobra e pode surpreender em muitas etapas, mas precisa competir bem. 2018 será um ano de muito aprendizado.