É meus amigos, esse ano terá a grande decisão do circuito mundial no Hawaii. O WCT 2013 foi bastante competitivo e terá seu campeão coroado somente na última etapa, na rainha das ondas: Pipeline, North Shore, Oahu, Hawaii.
Depois de 9 etapas, somente Joel Parkinson (1º), Kelly Slater (2º) e Mick Fanning (3º) ainda têm chances de conquistar o título mundial de surf de 2012.
Se Parko vencer, conquistará seu 1º título mundial.
Se Kelly vencer, esse será seu 12º título mundial.
Se Fanning vencer, será seu 3º título mundial.
Só para relembrar, o começou com a vitória (suspeita) de Taj Burrow em cima de Adriano de Souza na Gold Coast, Austrália; Mick Fanning venceu a segunda etapa, em Bells Beach, Austrália, em uma final (também suspeita) em cima de Kelly Slater; John John Florence venceu a 3ª etapa do ano, no Rio de Janeiro, em cima de Joel Parkinson; Kelly Slater venceu a 4ª etapa do WCT, em Fiji, em cima de Gabriel Medina; Mick Fanning surpreendeu e venceu a 5ª, em Teahupoo, Tahiti, em cima de Joel Parkinson; Kelly Slater venceu a 6ª etapa, em Trestles, Califórnia, em cima de Joel Parkinson; Kelly Slater venceu também a 7ª etapa, em Hossegor, França, em cima do wildcard Dane Reynolds; Julian Wilson venceu a 8ª etapa, em Peniche, Portugal, eu uma final (pra lá de suspeita) em cima de Gabriel Medina; E, finalmente, Taj Burrow venceu a 9ª e penúltima etapa do ano em Santa Cruz, Califórnia.
Joel Parkinson ainda não venceu nenhuma etapa em 2012, mas está liderando o tour com uma campanha bastante consistente. Parko foi um dos melhores em praticamente todas as etapas do ano, mostrando uma regularidade incrível.
Slater venceu três etapas (Fiji, Trestles e Hossegor) e está na 2ª colocação, com a vantagem de ter levado a decisão para o Hawaii, onde é sempre um dos favoritos. Mick Fanning venceu duas etapas (Bells e Teahupoo) e está um pouco mais atrás na briga pelo título.
Como foi divulgado no site WAVES:
“Se Slater não chegar às quartas, Parko é campeão.
Se Parko terminar à frente de Slater, será campeão.
Se ambos pararem nas quartas, Slater é campeão.
Se ambos pararem nas semifinais, Slater é campeão.
Se Fanning ganhar o Pipe Masters, Slater não chegar à semi e Parko não chegar à final, Fanning é campeão.”
Kelly, Parko ou Fanning? Alguém arrisca uma aposta?
Só o que podemos adiantar é que em águas havaianas, o buraco é bem mais embaixo. E estamos carecas de saber que em Pipe todos ficam nervosos. As ondas são poderosas e perigosas, o crowd é insano e dificulta os treinos e a pressão do título na última etapa, tudo isso junto, dá um tempero todo especial à essa última etapa do ano. Sem falar que por pura "pressão havaiana", nessa etapa competem dezenas de havaianos que são especialistas em pipe e que podem jogar água na champagne dos favoritos.
Será que quem foi rei nunca perde a majestade?
Ou será que um rato vai roer a roupa do rei de pipe?
Todos poderemos acompanhar, ao vivo, a partir do dia 8 de dezembro, direto de Pipeline, Hawaii.
A ASP E O WCT 2013
Mais mudanças à vista no circo da ASP. Isso mesmo, a entidade que controla o nosso esporte, e que parece não saber muito bem o que fazer com o próprio esporte surf,Já mudaram o nome do tour e depois voltaram atrás, mudaram o sistema de rotação dos atletas e depois mudaram novamente. Mudaram os critérios de julgamento e continua errando muito mantendo um julgamento confuso e demasiadamente subjetivo. Agora, cansada de lidar com os problemas consequentes da crise mundial, que afetou as três empresas que controlam o circuito mundial, a ASP agora parece que vai privatizar privatizar um pouco mais o nosso esporte.
O surf, que já foi um esporte quase hippie, de contracultura, enriqueceu, ganhou certo status e virou um esporte profissional, com grande espaço na tv e na internet. O surf está “na moda” e cada vez mais caminhando para se tornar um esporte mais competitivo e com mais políticas envolvidas. Mas parece que ainda falta um pouco de direção e de competência na ASP. E faltam ideias novas. O tour hoje está desgastado, os eventos não mudam a décadas e os cartolas e juízes são os mesmos de sempre. Salvo as etapas da Nike e da Hurley, que fazem eventos mais criativos e com atrações realmente bacanas, o resto dos eventos tem o mesmo formato há muitos anos.
Dizer que a ASP é uma grande festa privada é chover no molhado.
E como disse o próprio Kelly Slater: o surf virou um grande projeto de marketing, de mercado.
Com um carisma único, um apelo visual imenso e o maior atleta de todos os tempos, o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, o surf nunca teve tanto valor agregado e tantos praticantes como hoje. A audiência na web é gigantesca e o mercado clama por novidades nessa era criativa e digital em que estamos vivendo. Mas ainda temos um circuito mundial pouco criativo e completamente preso as mesmas marcas de sempre (Quiksilver, Billabong, Rip Curl). O problema é que a crise mundial, somada a uma má gerência do esporte, que há décadas atrás foi literalmente vendido para as “3 Grandes”, hoje está afetando a indústria do surf como nunca.
A Quiksilver, como sempre, vai muito bem. Mas a Billabong e a Rip Curl vem sofrendo com a crise mundial. A primeira continua em crise e a segunda está à venda. Existem rumores de que a Nike possa comprar a Billabong.
"A perturbação de personalidade existente no surf é transversal e afecta quase toda a comunidade. Os responsáveis pelas marcas querem mais lucros, mas não deixam as grandes multinacionais interessadas entrar no circuito nem cedem os direitos de transmissão a televisões generalistas, como na maioria dos desportos. Os atletas querem boas ondas mas também estão fartos de andar desterrados em locais remotos como o Taiti. Eles próprios têm vindo a transformar a sua imagem e hoje os rapazes – que até aos anos 90 tinham um ar cool e desligado – vestem-se quase como jogadores de futebol, segundo as últimas tendências urbanas, andam de iPhones e conduzem carros de primeira classe."
Outro assunto que ainda continua “no ar” é o antidoping. Essa operação de “limpeza” no tour, que deveria começar a ser implementado em 2012, continua longe de ser uma realidade no circuito mundial de surf. Ainda é bem comum ver atletas “aditivados”, embora todos literalmente ignorem a quantidade e a diversidade de drogas utilizadas por alguns dos atletas. E mesmo que esse antidoping estivesse funcionando bem em todas as etapas, a maconha e o álcool estão liberados para os “atletas” do circuito mundial da ASP. A operação limpeza já começou, mas em passos de tartaruga, e esse assunto ainda vai longe...
A grande novidade de 2013, que envolve as políticas e as transmissões do WCT, é que a ASP anunciou que estaria fazendo uma parceria com a empresa de mídia ZoSea, grupo liderado por Terry Hardy, manager de Kelly Slater, e Paul Speaker, membro da diretoria da Quiksilver. Paul já havia tentado, em parceria com Kelly Slater e com a ESPN, implementar um rebel tour. A ZoSea também está por trás da Kelly Slater Wave Company. O legal é que se você procurar saber sobre a ZoSea na internet, você não vai achar nada.
A idéia dessa parceria é profissionalizar um pouco mais o esporte. A ZoSea pretende levar o surf para um número bem maior de pessoas, fazer eventos maiores e mais caros e com melhores premiações aos atletas. E nesse ponto, a idéia é boa.
Como disse o Teco Padaratz certa vez no Congressurf: “se um jogador de golfe, que corre o risco máximo de ser picado por uma abelha, durante um torneio, quando ganha um evento recebe um milhão de dólares. Um surfista que arrisca a vida surfando ondas pesadas, enfrentando bancadas afiadas e perigosas e tem que competir em águas infestadas de tubarões brancos, deveriam, no mínimo, receber uma premiação proporcional ao risco que correm."
Se bem que o Owen Wright ganhou U$ 300.000 para ganhar a etapa na "terra da mídia", New York, em ondas pequenas e fáceis, enquanto Slater ganhou U$ 75.000 ao vencer a etapa mais casca-grossa do século, em Teahupoo (ambas em 2011). Mas bem, isso já é outra história.
Voltando a ZoSea, a empresa teria os direitos de imagem dos eventos da ASP a partir de 2013 e já se fala em transmissões no sistema PAY PER VIEW, onde teríamos que pagar para ver os eventos online. Nesse sistema, a ZoSea contrataria um time exclusivo para todos os eventos do tour, o que seria bem melhor que esse sistema de “cada marca coloca seus funcionários para falar bem do evento”, que rola hoje em dia.
Também se fala em mais benefícios aos atletas, que passariam a ter fundos de pensão, seguro e algumas outras melhorias. Para os atletas, esse futuro parece mais promissor.
Mas ao mesmo tempo, estaríamos privatizando o surf, que deixaria de ser um esporte gerido pelas três grandes marcas, para ser um esporte gerido por uma empresa de mídia.
Será esse o caminho certo? Será que estaríamos outra vez vendendo o surf, desta vez para uma empresa de mídia? O pessoal da ZoSea comandaria também o conselho da ASP? Sem falar que essa nova “gestão” da ASP, como disse o Julio Adler no SeriesFecham ao vivo dessa semana passada: deixaria a Quiksilver, no mínimo, com uma influencia nunca antes alcançada junto a ASP. Ou não?
Sempre achei uma má idéia o surf ser gerido pelas marcas patrocinadoras, como vinha acontecendo. E sempre acreditei que o nosso esporte precisava é de uma entidade independente, que lutasse a favor do esporte, e não das marcas. Mas parece que ainda não é desta vez que o surf vai mudar de entidade privada para uma entidade maior, com mais estrutura, organização e com lealdade somente ao esporte.
Mas bem, 2013 vem aí e o que todos queremos, e torcemos, é que o circuito tenha mais e melhores ondas, eventos mais criativos, melhores transmissões pela web, julgamentos mais justos e mais dinheiro para os atletas.
CALENDÁRIO 2013
A ASP também já divulgou o seu calendário de 2013. E ao contrário do que todos esperavam, não teremos muitas novidades no velho circuito mundial. Se você sonhava com etapas e ondas novas, com lugares exóticos e picos como Puerto, Indonésia e West Oz no tour, pode esquecer. Em 2013 teremos o mesmo circuito de sempre. Aliás, com uma etapa a menos e Jeffrey´s Bay infelizmente não volta para o tour no ano que vem.
As etapas de Saquarema (RJ) e Imbituba (SC), estão no calendário da ASP como eventos Prime, mas ainda precisam ser confirmadas. A etapa de Fernando de Noronha foi cortada do calendário Prime da ASP.
As premiações também não mudaram muito. Os valores aumentaram um pouco, mas muito pouco. As meninas é que se deram melhor. A premiação feminina melhorou um pouco mais e a categoria ganhou uma nova etapa com a inclusão de Margaret River no WCT 2013.
Calendário do WCT Masculino em 2013
Quiksilver Pro Gold Coast – 2 a 13 de março
Rip Curl Pro Bells Beach – 27 de março a 7 de abril
Billabong Rio Pro – 8 a 19 de maio
Volcom Pro Fiji – 2 a 14 de junho
Billabong Pro Teahupo’o – 15 a 26 de agosto
Hurley Pro at Trestles – 15 a 21 de setembro
Quiksilver Pro France – 27 de setembro a 7 de outubro
Rip Curl Pro Portugal – 9 a 20 de outubro
Billabong Pipe Masters – 8 a 20 de dezembro
Calendário do WCT Feminino em 2013
Roxy Pro Gold Coast – 2 a 13 de março
Drug Aware Pro Margaret River – 16 a 24 de março
Rip Curl Women’s Pro Bells Beach – 27 de março a 1o de abril
NZ Surf Festival – 3 a 7 de abril (não confirmado)
Beachley Classic (não confirmado)
Rio Pro – 8 a 14 de maio
Roxy Pro Biarritz – 10 a 14 de julho (não confirmado)
US Open of Surfing – 22 a 28 de julho (não confirmado)
Eventos ASP Men's Prime no Brasil (eventos ainda não confirmados)
Coca-Cola apresenta Quiksilver Saquarema Prime - 20 a 26 de maio
Santa Catarina Pro, Imbituba (SC) - 21 a 27 de outubro
Eventos ASP Men's Star no Brasil (evento ainda não confirmado)
Surf Eco Festival, Salvador (BA) - 2 estrelas - 26 a 28 de agosto
Eventos ASP Pro Junior no Brasil (eventos ainda não confirmados)
Mormaii Pro Junior, Imbituba (SC) - 3 estrelas no masculino e uma estrela no feminino - 12 a14 de julho
Hurley Pro Junior, São Francisco do Sul (SC) - 2 estrelas no masculino e uma estrela no feminino - 16 a 18 de agosto
Brazil Surf Eco Festival, Salvador (BA) - 3 estrelas no masculino e duas estrelas no feminino - 29 a 31 de agosto
Fontes: